A Porta

Exibição:
13/05/1992 – 02/06/1992 (RTP 2)

Número de episódios:
16

Autoria:
José Fanha

Encenação:
Orlando Costa

Direção de atores:
Orlando Costa

Músicas:
Carlos Guerreiro
Orlando Costa

Letras:
José Fanha

Produção:
Olga Toscano

Realização:
Fernanda Cabral
Cecília Netto

Elenco:
Orlando Costa – Pai
Maria João Luís – Mãe
Francisco Pestana – Dr. Xico Parafuso
Teresa Faria – Bruxonauta
Paulo Oom – Grande Espinafre
Rita Lello – Princesa Princesinha
Bruno – criança

A história inicia-se quando uma família se decide a mudar de casa. Porém, quando chegam à nova habitação, esta não tem paredes, nem confortáveis sofás, nem mobília de espécie alguma, a não ser uma inexplicável porta.

Mas a porta, aquele simples pedaço de madeira, dá acesso a uma dimensão fantástica, a uma espécie de País das Maravilhas com seres bem sui generis como o Grande Espinafre, o Xico Parafuso, a Bruxonauta e a Princesa Princesinha.

Muitas aventuras se passam quando os habitantes de ambos os lados da porta atravessam a fronteira que os divide e, todos juntos, desvendam os segredos que se escondem para lá do mundo que se diz normal.

Criança (Bruno)
O narrador desta história. É do seu ponto de vista que ficamos a conhecer o desenrolar dos acontecimentos, a partir do momento em que os pais se mudam para a nova casa.

Pai (Orlando Costa)
É um sonhador por excelência, um “castelos-no-ar”, para quem tudo serve e para quem a porta já chega para se viver sem confusões.

Mãe (Maria João Luís)
É uma esmerada dona de casa, uma pessoa muito prática, adepta ferrenha de que tudo tem de ter um só lugar e nenhum outro. Imagine-se, pois, o desencanto da senhora quando se apercebe de que, ao invés de uma casa com porta, tem uma porta sem casa.

Dr. Xico Parafuso (Francisco Pestana)
É um homem enroscado que parece ter um parafuso a menos. Na verdade, ele acha que o mundo está perdido e sempre de cabeça no ar, pelo que procura pôr tudo no sítio, tentando mesmo aparafusar os sapatos das pessoas ao chão, para que estas se não mexam. Para ele, os relógios são suspeitos, porque os ponteiros não param quietos.

Grande Espinafre (Paulo Oom)
Tem uma horta, a horta das surpresas, onde é possível cultivar tudo, incluindo parafusos e sandálias. Segundo diz, tudo depende do carinho e daquilo que se utiliza para fazer a rega.

Bruxonauta (Teresa Faria)
Bruxa por hereditariedade, gostava de ser astronauta, ou então uma condutora de Fórmula 1. Daí que surja sempre em grande “bolina”, espalhafatosa no seu berrante traje vermelho e preto. No fundo, é uma bruxa boa que tenta ajudar todos, mas para quem todas as magias ocultas saem sempre “de pernas para o ar”.

Princesa Princesinha (Rita Lello)
É a típica menina da adolescência que vive no mundo das histórias de fadas, à espera do príncipe do cavalo branco, com medo dos passos que forçosamente terá de dar. É muito caseira e gosta de ver tudo arrumado.

1.
Uma família – pai, mãe e filho – muda-se para uma nova casa. Esta tem a peculiaridade de não ter paredes nem teto, apenas uma porta…


2. (13/05/1992)
Os novos habitantes da casa ficam a conhecer dois dos seus vizinhos, o Grande Espinafre e a Princesa Princesinha, que convidam para almoçar.


3. (14/05/1992)
Mais um vizinho se apresenta: é o Dr. Xico Parafuso, que vem tentar pôr um pouco de ordem na casa, já que, para ele, tudo tem de estar devidamente aparafusado.


4. (15/05/1992)
Um novo problema surge: como a casa não tem paredes, também não tem canos; e, como não tem canos, não tem água. A Bruxonauta oferece-se para ajudar a resolver a situação…


5. (18/05/1992)
A Bruxonauta ajuda a pôr o relógio de novo a trabalhar, depois de este ter sido aparafusado por Xico Parafuso. Entretanto, a Mãe tenta perceber de onde vêm os vizinhos que entram e saem pela porta…


6. (19/05/1992)
Do outro lado da porta, o Pai e a Mãe encontram uma série de outras portas. Através de uma delas, chegam até à horta do Grande Espinafre.


7. (20/05/1992)
Com o macarrão que cresceu em demasia na horta das surpresas, a Mãe resolve fazer um grande jantar, para o qual convida todos os vizinhos.


8. (21/05/1992)
Para poderem pendurar o retrato que tiraram durante o jantar, o Pai e a Mãe constatam que será necessário construir uma parede. O Grande Espinafre prontifica-se a plantar os tijolos.


9. (22/05/1992)
Durante a noite, a Bruxonauta irrita-se por ver a Lua em quarto minguante e faz um feitiço que coloca, no céu, uma segunda Lua.


10. (25/05/1992)
O Dr. Xico Parafuso acorda cedo e põe-se a trabalhar numa máquina, mas sente-se frustrado por não conseguir encontrar-lhe nenhuma utilidade.


11. (26/05/1992)
O que acontece quando o som encontra barreiras? A Bruxonauta e a Princesa Princesinha levam a Mãe e o Pai até ao Vale do Eco, para lhes mostrar.


12. (27/05/1992)
De repente, todos ficam preocupados com o desaparecimento do som. A culpa é do Dr. Xico Parafuso, que roubou o búzio onde estão guardados todos os sons.


13. (28/05/1992)
Determinada em tornar-se astronauta, a Bruxonauta prepara uma mensagem a ser enviada para os outros planetas.


14. (29/05/1992)
O Dr. Xico Parafuso deixa um recado para o Grande Espinafre, pedindo-lhe que plante alguns parafusos, mas este e outros recados vão parar às mãos erradas…


15. (01/06/1992)
O Pai e a Mãe partem para uma viagem de férias à Patagónia, deixando os amigos cheios de saudades.


16. (02/06/1992)
O Pai e a Mãe regressam de férias, contam as peripécias por que passaram e distribuem presentes pelos amigos.

Série infantil baseada no conto homónimo de José Fanha, também responsável pela adaptação.

Em 1985, José Fanha escrevera o programa Zarabadim, destinado a crianças na fase pré-primária. Com A Porta, tentou alcançar crianças mais velhas, na faixa dos oito aos doze anos.

Quais eram, então, para o autor, os objetivos deste trabalho? “Este trabalho pretende mostrar à criança, porque ela tem de entender esta mensagem, que não há só bons e maus, mas que todos têm um pouco de tudo. Assim, a criança poderá perceber que é possível conviver com os diversos lados de cada um. Esta é a casa que eu gostava de ter tido, e eles são os pais que eu gostaria que fossem meus”.

A história era contada na primeira pessoa, por uma criança que não intervém na ação, dado ter nascido depois dos acontecimentos retratados. Foi o próprio José Fanha a dar voz ao narrador.

Orlando Costa, para além de interpretar o papel de Pai, foi também responsável pela direção de atores e pela autoria das canções.

Na música, procurou-se um misto de moderno e de tradicional, com a particularidade de todos os instrumentos serem genuinamente portugueses. De salientar, também, a participação de Sérgio Godinho e de Carlos Guerreiro.

As filmagens decorreram em dois períodos: entre fevereiro e abril, e entre setembro e novembro de 1989.

Notaram-se algumas mudanças ao nível da iluminação: inicialmente, o cenário era predominantemente azul, passando depois para tons de amarelo.

O primeiro episódio ter-se-á perdido, nunca tendo chegado a ser exibido. A série tem sido reposta assim mesmo, incompleta. Contudo, algumas imagens do dito episódio são vistas no decorrer da série, em flashback.

Em 2014, foi montado, no Teatro Nacional D. Maria II, um espetáculo infantil também baseado no conto de José Fanha. Nesta montagem, ao contrário do que acontecia na série, a criança era personificada por uma menina.

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