O século XVI. Dos quatro cantos da Europa, gigantescos veleiros partem à conquista do Novo Mundo. A bordo, vão homens ávidos de sonhos, de aventura e de espaço, em busca de fortuna. Quem nunca sonhou com esses mundos subterrâneos, com esses mares longínquos povoados de lendas ou com uma súbita riqueza que se conquistaria num qualquer caminho da Cordilheira dos Andes? Quem nunca desejou ver o sol supremo guiar os seus passos até ao coração do mundo inca, em direção à riqueza e à história das misteriosas Cidades de Ouro?

Há milhares de anos, uma civilização prosperava num continente no Oceano Pacífico: o Império de Mu. Na mesma época, outra civilização povoava um continente no Oceano Atlântico: a Atlântida. Estes dois povos, que viviam em paz e harmonia, detinham o domínio da energia solar. Mas, um dia, uma guerra eclodiu entre os dois países. O confronto durou muitos anos, até ao dia em que decidiram fazer uso de armas solares.

Os dois mundos foram completamente destruídos e acabaram afundados nos dois oceanos. Mas o imperador de Mu tinha previsto este apocalipse. Para manter perene e transmissível às gerações futuras a ciência do seu povo, mandou construir sete Cidades de Ouro em diferentes lugares do planeta. As cidades foram camufladas e protegidas por portas indestrutíveis, que apenas dois medalhões representativos do sol conseguem abrir.

Após a catástrofe, nunca mais se ouviu falar nos medalhões. Até ao dia em que, séculos mais tarde, quando novas civilizações haviam nascido em todo o mundo e os dois continentes haviam sido esquecidos, os medalhões, como que por encanto, reaparecem. Um deles é transmitido de geração em geração na família de um grande sacerdote inca; o outro caiu nas mãos de um homem que chegou ao Novo Mundo pelo mar do oeste e que o colocou no seu filho.

Durante a viagem de Fernão de Magalhães à volta do mundo, a sua frota cruzara-se com um pequeno navio perdido numa grande tempestade. Mendoza, um corajoso marinheiro, atira-se ao mar para resgatar os sobreviventes do naufrágio: um homem e o seu filho bebé. Infelizmente, apenas o bebé é salvo. Depois de o trazerem para bordo, algo de estranho acontece: o bebé sorri e, de imediato, a tempestade cessa e o sol aparece.

Estamos agora em 1532. Em Barcelona, o jovem Esteban, órfão criado na catedral, toma conhecimento das suas origens – era ele o bebé do naufrágio – e, convencido por Mendoza, parte para o Novo Mundo, na esperança de encontrar as Cidades de Ouro e, consequentemente, o seu pai. A bordo do navio Esperanza, ele conhece Zia, uma jovem inca que foi roubada ao seu povo e que possui um medalhão idêntico ao de Esteban.

Após uma viagem difícil, as duas crianças, acompanhadas pelos marinheiros Mendoza, Sancho e Pedro, passam pelas ilhas Galápagos, onde encontram um estranho jovem, Tao. Ele é o único descendente vivo do Império de Mu. Entre os legados dos seus ancestrais, encontra-se uma enciclopédia e um misterioso vaso. Rumo ao Novo Continente, o grupo cai nas garras de Pizarro, conquistador do império inca, mas conseguem escapar-lhe.

Escapando às armadilhas dos soldados espanhóis que os perseguem, o grupo de aventureiros consegue chegar à cidade do Velho Pico, onde decifram os primeiros indícios do caminho para a Cidade de Ouro mais próxima. No percurso, passam pelas ilhas flutuantes do lago Titicaca e pelos planaltos desérticos, onde encontram uma cidade abandonada e um aparelho voador em forma de pássaro, o Grande Condor.

O grupo passa, depois, pelo planalto de Nazca, pela selva amazónica e pelas cidades perdidas dos Maias. Após decifrarem todos os enigmas, e apesar dos obstáculos que vão surgindo, chegam a uma estranha montanha onde vive um povo misterioso: os Olmecas.

Após descobrir que as intenções dos Olmecas são as piores possíveis, o grupo consegue escapar e refugia-se numa aldeia maia, cujo líder lhes revela o segredo das Cidades de Ouro. Mas nem a revolta dos Maias nem o Grande Condor conseguem fazer frente ao ataque dos Olmecas, que pretendem, também eles, apoderar-se do tesouro escondido na Cidade de Ouro, que lhes permitirá dar continuidade à sua existência, mas que pode também provocar um cataclismo capaz de destruir todo o planeta…

Esteban
É o herói da história. Órfão, foi criado em Barcelona pelo Padre Rodriguez. Desconhece as suas origens, cuja única pista é um medalhão de ouro (incompleto) que traz ao pescoço. Parece ter o poder de invocar o sol e chamam-lhe, por isso, “o filho do sol”. Na esperança de reencontrar o seu pai, parte com Mendoza em busca das Cidades de Ouro. É corajoso – ainda que, por vezes, demasiado impulsivo – e fiel aos seus amigos. O seu ponto fraco: sofre de vertigens.

Zia
É uma jovem inca, filha de um grande sacerdote daquele povo. Circunspecta, mas determinada. Foi feita prisioneira pelos conquistadores espanhóis, a fim de decifrar mensagens contidas em quipos. Usa um medalhão de ouro idêntico ao de Esteban e, tal como ele, também anseia pelo reencontro com o seu pai e com as pessoas da sua aldeia.

Tao
Esteban e Zia encontram-no numa das Ilhas Galápagos, onde vive sozinho com o seu papagaio. É o único sobrevivente de uma civilização gloriosa e já desaparecida: o Império de Mu. Possui uma enciclopédia que compila o saber do seu povo, bem como um vaso de ouro cuja utilidade desconhece. Junta-se à expedição, na qual contribuirá com a sua esperteza e vivacidade.

Pichu
É o fiel companheiro de Tao. Está sempre pronto a dar alerta em caso de perigo.

Mendoza
Navegador da frota do Governador Pizarro. Possui excecionais capacidades de navegação e é o único capaz de atravessar o Estreito de Magalhães. Há 12 anos, durante uma tempestade, salvou Esteban de um naufrágio e guardou consigo uma parte do seu medalhão. O seu caráter é ambíguo. Inicialmente, aparenta ser mercenário e ter um único interesse – o ouro –, servindo-se de Esteban e de Zia para o atingir. Com o tempo, revelará uma faceta diferente, tornando-se uma espécie de protetor das crianças.

Sancho
Baixo, gordo e gago, é o companheiro inseparável de Pedro. Não pensa noutra coisa a não ser no ouro, e não faz questão de o esconder. Inteligência, é coisa que não tem, fazendo quase sempre figura de idiota.

Pedro
Alto e magro, é tão desajeitado e inoperante quanto o seu companheiro Sancho. Apesar da ambição desmedida pelo ouro, são ambos inofensivos.

Padre Rodriguez
É o superior da catedral de Barcelona. Foi o responsável pela educação de Esteban, quando este lhe foi entregue pela tripulação de Fernão de Magalhães, tornando-se um verdadeiro pai para o rapaz. Velho e moribundo, pouco antes de morrer, conta-lhe a história do seu aparecimento.

Gomez
Importante elemento da armada do Governador Pizarro. Frio e maquiavélico, é encarregue de levar Zia ao Peru, para decifrar o quipo de ouro que contém o segredo das Cidades de Ouro. O fracasso da sua missão precipita a sua expulsão da armada. Decide, então, partir por conta própria à conquista das Cidades de Ouro, na companhia de Gaspard.

Gaspard
Capitão da Armada do Governador Pizarro, comanda um contingente de soldados enviados ao Novo Continente. Bruto e pouco provido de inteligência, submete-se aos comandos de Gomez. Tem um ódio mortal de Mendoza, mas sai sempre derrotado. Persegue-o e aos seus amigos, pretendendo ultrapassá-los na corrida às Cidades de Ouro.

Comandante Perez
Comandante do Esperanza. Não goza de grande respeito por parte dos marinheiros. Pouco astuto, vê-se metido em várias situações embaraçosas, durante a travessia. É controlado por Gomez e deseja livrar-se de Mendoza, mas sabe que precisa dele para chegar vivo ao Novo Continente.

Pizarro
Personagem histórico, conquistador mítico, o Governador General Pizarro controla o império inca e faz frente a qualquer resistência. Ávido de ouro e de riqueza, é um homem cruel, que não hesita em massacrar o povo inca para se apossar de todo o seu ouro.

Alvarez
Fiel subordinado de Pizarro, é quem “recebe” os nossos heróis à chegada ao Novo Continente.

Fernando Laguerra
Mais conhecido por “Doutor”, também está na corrida ao ouro. Cruza-se com Esteban e seus amigos no país maia. Possui uma parte do manuscrito que, em teoria, decifra o caminho para as Cidades de Ouro. Determinado e cruel, faz-se acompanhar da terrível Marinché, por quem se deixa manipular.

Tohaka
Chefe da cidade inca situada junto a Tumbes. Aparece como um mártir, capturado e torturado pelos soldados de Pizarro. É o primeiro inca que Esteban e os seus amigos ajudam.

Apu
Velho sábio inca, é um dos prisioneiros de Pizarro em Tumbes. Conhecedor das lendas do seu povo, anuncia a Esteban que ele é um “deus salvador” há muito aguardado. Orienta-o no seu caminho rumo às Cidades de Ouro.

Pacha
Centenário inca. Em jovem, terá ido às Cidades de Ouro. Recusou-se a dar informações a Pizarro, que o fez prisioneiro no seu próprio templo, localizado no subterrâneo da fortaleza de Tumbes. Sacrificará a própria vida e a do seu templo para ajudar as crianças a seguir rumo ao sul.

Waïna
Guerreiro inca vestido com uma pele de jaguar. É enviado por Kraka para assegurar que as crianças chegam sãs e salvas ao Velho Pico.

Ketcha
Acompanha Waïna para guiar Esteban, Zia e Tao ao Velho Pico.

Yupanki
Chefe do Forte da Águia Negra, comanda de forma valente as suas tropas, que conseguem escorraçar os soldados de Gomez, quando tentam aproximar-se do Velho Pico. A sua desconfiança em relação aos espanhóis coloca em jogo a vida de Mendoza, Sancho e Pedro.

Kraka
Venerável chefe do Velho Pico. Representa a autoridade inca, com um porte que impõe respeito. Acolhe, afavelmente, as três crianças. Decifra, de imediato, o significado dos medalhões de Esteban e Zia, considerando-os como mensageiros dos deuses.

Yakuma
Doce e gentil, é encarregada por Kraka de cuidar das crianças, no Velho Pico.

Mayuka
Velho sábio inca, vive na montanha de Machu Picchu. Conhece muitas lendas, bem como o mistério que envolve o pai de Esteban.

Papacamayo
Grande sacerdote inca, é o pai de Zia. Depois de dar a filha como perdida, após esta ser raptada por Pizarro, passou anos em busca das Cidades de Ouro e tornou-se o chefe da aldeia do Novo Sol, no país dos Maias.

Sabal
Pai de Lana. Chefe da aldeia flutuante de Totola, que defende do ataque dos Urubus.

Lana
Jovem frágil, é sequestrada pelos Urubus, que querem oferecê-la em sacrifício à deusa Pachamama, mas é salva por Esteban e seus amigos.

Kuruga
Chefe da tribo dos Urubus, gigantes sanguinários que usam peles de urso e vivem nas proximidades do lago Titicaca. São um povo supersticioso, temente à sua deusa protetora, Pachamama. Rejeitado pela sua tribo, Kuruga será de grande ajuda para as crianças.

Morka
Jovem amazona, é a serva favorita da Rainha Saba. Omuro pretende livrar-se dela e, para isso, determina que seja sacrificada ao deus da chuva. Será salva graças à ajuda de Esteban e dos seus amigos.

Paola
Guerreira amazona, devota à sua rainha. Mata a anaconda sagrada que protege a tribo, para salvar o filho do sol.

Omuro
Sacerdotisa da cidade das amazonas. Pretende sacrificar o grupo de Esteban, bem como Morka. Consegue prever o tempo através de um totem misterioso. Não suportando o poder da rainha, foge da cidade e junta-se aos Seibans, o povo inimigo das amazonas.

Laoda
É cúmplice dos planos de Omuro, o que a leva também a unir-se aos Seibans.

Rainha Saba
Nobre rainha das amazonas. É pacífica e recusa obedecer aos intentos e à irracional sede de sacrifícios de Omuro. Ajuda as crianças a libertar o Grande Condor, para que consigam neutralizar a sacerdotisa e prosseguir o seu caminho.

Marinché
É de origem maia, mas vira costas ao seu povo, aliando-se aos conquistadores espanhóis, a quem serve de guia e intérprete. Ambiciosa, pérfida, une-se a Fernando Laguerra na procura pelo ouro, mas nem a ele é fiel, tencionando matá-lo para ficar com o metal precioso todo para si.

Teteola
É um maia gigantesco – uma verdadeira força da natureza –, às ordens de Marinché.

Torasshingo
Sacerdote do lago da fonte sagrada, cobre-se inteiramente de pó dourado para invocar o deus do sol. Aliado do Doutor e de Marinché, tenciona sacrificar as crianças para purificar o lago sagrado.

Maïna
Filha adotiva de Papacamayo, o pai de Zia. Foi feita prisioneira pelos Olmecas. Será libertada por Esteban e seus amigos, aquando da sua evasão do Escudo Fumegante. Desperta um sentimento especial em Tao, mas já se encontra comprometida com Viracocha.

Viracocha
Guerreiro destemido da aldeia do Novo Sol. É o noivo de Maïna, apesar da grande diferença de idades que existe entre eles. Desconfia dos espanhóis e convoca as tribos vizinhas para, juntos, combaterem os Olmecas.

Ménator
Rei dos Olmecas, uma civilização cientificamente avançada, mas que está em vias de desaparecer, uma vez que não conseguem procriar-se. De modo a garantir a sua continuidade, precisam de crianças – para regenerar as suas células – e do Grande Legado escondido na Cidade de Ouro. Ménator está disposto a tudo para assegurar a sucessão do seu povo.

Calmèque
Braço-direito de Ménator, responsável pela base dos Olmecas, o Escudo Fumegante. Dirige os seus homens com mão de ferro e, consciente da importância das três crianças para a sobrevivência do seu povo, aprisiona-as.

Grande Sacerdote da Cidade de Ouro
É o guardião da primeira Cidade de Ouro encontrada. Revela a Esteban e a Zia que eles eram há muito aguardados e que apenas os seus medalhões são capazes de abrir as portas da cidade. Está disposto a dar a própria vida para proteger a Cidade de Ouro dos Olmecas. Mas… será que é quem diz ser?

Esperanza
Barco que parte de Barcelona em direção ao Novo Mundo, transportando os espanhóis (assim como Esteban e Zia) até ao Novo Mundo. É comandado por Perez e, da sua tripulação, faz parte Mendoza, o único capaz de o fazer atravessar o Estreito de Magalhães. Todavia, após essa difícil passagem, o barco é colhido por um violento furacão, que o deixa completamente destruído.

Solaris
Barco construído pelo povo de Mu. Encontra-se camuflado numa encosta da ilha onde Tao vive sozinho. Com a ajuda da sua enciclopédia, Tao consegue pô-lo a funcionar. Move-se como um comum barco à vela, mas dispõe de um mecanismo que, ativado pela luz solar, o torna muitíssimo mais veloz, através de dezenas de remos. Possui também um sistema de auto-destruição, a utilizar em situações de emergência.

Grande Condor
É uma nave gigante, feita de ouro maciço e concebida pelo povo de Mu. Permite percorrer grandes distâncias em pouco tempo. Escondido no subsolo de uma cidade em ruínas, tinha por missão salvar os seus habitantes, em caso de perigo. Embora a cidade tenha sido abandonada por razão desconhecida, o Grande Condor permaneceu oculto até ser descoberto por Esteban e seus amigos. Funciona com a colocação de um medalhão específico e é pilotado com uma manivela em forma de serpente. Apenas opera com luz solar, o que significa que é obrigado a parar quando anoitece ou sempre que se forma uma tempestade.

Máquina voadora dos Olmecas
Constituía, até ao momento, um segredo guardado por Ménator. Com um alto poder de destruição, é usada como último trunfo dos Olmecas no combate com os Maias, lançando-lhes um raio mortal. Tem a capacidade de se separar em cinco módulos, facilitando-lhe a passagem em lugares estreitos. Será a arma utilizada pelos Olmecas para tentar entrar na Cidade de Ouro.

1. Esteban, o filho do sol
Estamos em Barcelona, no ano de 1532. Esteban, um jovem de 12 anos, descobre que foi salvo de um naufrágio por um marinheiro chamado Mendoza. Após a morte do seu pai adotivo, o Padre Rodriguez, Mendoza convence-o a partir em busca das suas origens. Já a bordo do Esperanza, conhecem Zia, uma jovem inca, que os acompanhará nesta grande aventura.

Documentário:
A lenda das Cidades de Ouro

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2. A travessia do Atlântico
A bordo do Esperanza, Esteban e Mendoza partem para Lima, no Peru. Esteban e Zia descobrem que possuem medalhões semelhantes e que representam o sol. O capitão da guarda, Gaspard, e o seu comandante, Gomez, descobrem os jovens e decidem servir-se deles para conseguirem descobrir a localização das Cidades de Ouro.

Documentário:
A descoberta da América

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3. Os novos heróis
O Esperanza prepara-se para enfrentar as terríveis vagas do Estreito de Magalhães. Só Mendoza é capaz de dirigir o navio durante esta longa e difícil prova. Ao fim de quatro dias, consegue, por fim, atingir o Oceano Pacífico. Mendoza ganha enorme popularidade a bordo, o que desagrada a Gaspard e a Gomez.

Documentário:
O Estreito de Magalhães

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4. À deriva no mar
Já no Oceano Pacífico, o navio não resiste a uma enorme tempestade. O comandante e a tripulação fogem no único salva-vidas, enquanto Mendoza e os seus ajudantes, Sancho e Pedro, procuram salvar Esteban e Zia, que se encontram presos no porão. Mendoza consegue, por fim, libertá-los e levá-los a salvo para uma ilha.

Documentário:
Navegação no Pacífico

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5. O rapto de Zia
Esteban, Zia, Mendoza, Sancho e Pedro encalham numa das ilhas Galápagos. A ilha parece deserta, mas alguns animais estranhos começam a aparecer, e uma estranha criatura parece observá-los. Ao tentar persegui-la, Esteban é atordoado pela pancada de um ramo, e Zia desaparece…

Documentário:
As ilhas Galápagos

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6. O navio Solaris
Os nossos amigos conhecem Tao, um jovem descendente do antigo Império de Mu e que afirma saber há muito que, um dia, Esteban e Zia viriam à ilha. Tao revela-lhes que o antigo imperador fez construir sete cidades de ouro para as gerações futuras. Entre muitas peripécias e aventuras, os jovens heróis descobrem o navio Solaris.

Documentário:
O Império de Mu

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7. O segredo do Solaris
A bordo do Solaris, Esteban e os amigos rumam para leste, mas cruzam-se com velhos conhecidos: Gomez e Gaspard, que tinham sido recolhidos por um navio espanhol. Começa então uma autêntica caça ao Solaris, que é bem mais lento que o navio espanhol. Mas Esteban aciona um misterioso cubo dourado…

Documentário:
O canal do Panamá

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8. O Novo Continente
O Solaris escapa aos espanhóis e lança ferro numa pequena enseada, mas surge um grupo de soldados espanhóis, que os aprisionam e levam ao encontro do governador Pizarro. Este, imediatamente, reconhece Zia. Com a ajuda do velho inca Apu e de Mendoza, os nossos amigos conseguem fugir de novo.

Documentário:
Francisco Pizarro

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9. O fim do Solaris
Depois de fugirem de Pizarro, os nossos amigos conseguem encontrar o Solaris. Entretanto, os espanhóis, para se vingarem, atacam a aldeia de Tohaka, ao mesmo tempo que o galeão de Gomez se aproxima perigosamente. Gomez acaba por tomar o Solaris, mas Tao e Zia, escondidos na cabine de comando, têm um plano…

Documentário:
O império dos Incas

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10. O segredo do templo
Após a explosão do Solaris, Zia quer procurar a sua aldeia no sul, mas Mendoza continua a querer que Zia lhe revele o segredo do quipo inca de Pizarro. Entretanto, para avançarem para sul, os nossos amigos têm de passar por Pizarro. É então que conhecem um velho sacerdote inca, Pacha, que lhes revela um caminho secreto.

Documentário:
As fortalezas incas

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11. Os mensageiros
Os três amigos prosseguem a sua viagem por terras incas em busca de Puma, a aldeia de Zia. Finalmente, descobrem-na, mas têm uma surpresa: a aldeia está silenciosa e deserta. Como se isso não bastasse, nova e desagradável surpresa os aguarda: o comandante Gomez e os seus homens esperam-nos e prendem-nos num templo…

Documentário:
A festa do condor

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12. O segredo dos medalhões
Mais uma vez, Esteban e os seus amigos conseguem escapar aos espanhóis, mas Gomez não desiste de os perseguir. Durante a fuga, os nossos amigos refugiam-se no Forte da Águia Negra, sob a proteção de Yupanki, o chefe da fortaleza. Gomez decide atacá-los, mas Mendoza avisa Esteban, e os espanhóis são derrotados.

Documentário:
Machu Picchu

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13. O mistério dos pais
Em Machu Picchu, os nossos amigos descobrem um quadrante solar e um globo celeste que têm um significado misterioso. Esteban tem também uma grande surpresa, ao encontrar alguém que conhece a história dos seus pais. Trata-se de Mayuka, que relata ao rapaz factos assombrosos do seu passado.

Documentário:
O folclore dos Andes

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14. O medalhão de Esteban
Esteban resolve voltar ao Forte da Águia Negra para recuperar a parte central do seu medalhão, que se encontra na posse de Mendoza. Esteban e os seus amigos chegam mesmo a tempo de salvar Mendoza de ser executado pelos Incas, por alegada traição. E o medalhão é, com efeito, a chave para as Cidades de Ouro…

Documentário:
Os tesouros dos Andes

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15. O túnel secreto
Gomez e os seus soldados resolvem atacar de novo o Forte da Águia Negra, para recuperar o canhão que Mendoza lhes roubou. Graças a uma ideia de Tao, os nossos amigos e os Incas conseguem resistir aos espanhóis. Mas eles acabam por forçar a entrada no forte, e Esteban e os seus companheiros fogem por uma gruta.

Documentário:
A comida dos Andes

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16. Os Urubus
Os nossos heróis continuam a sua marcha pelo planalto dos Andes, rumo ao sul, em busca das Cidades de Ouro, acompanhados por Mendoza, Sancho e Pedro. Subitamente, são atacados pela tribo dos guerreiros gigantes Urubus, do lago Titicaca. É então que se encontram com a jovem Lana…

Documentário:
O lago Titicaca

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17. O Grande Condor
Para se vingarem, os Urubus tentam capturar Zia. O único meio de os nossos amigos conseguirem escapar-lhes é atravessando o Vale da Morte até à montanha de Pachamama, onde supostamente se encontra a primeira das Cidades de Ouro. Acompanhados por Mendoza, descobrem então um magnífico Condor de ouro.

Documentário:
O território do condor

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18. O voo do Grande Condor
Esteban e os seus companheiros encontram um quipo no bico do Condor de ouro e conseguem decifrar a mensagem que ele contém e que anuncia um grande perigo. Entretanto, os nossos heróis descobrem que o Condor tem uma cabina semelhante à do navio Solaris, e partem nele, mais uma vez salvos pelo Sol.

Documentário:
Os mistérios da América

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19. O planalto de Nazca
O Grande Condor conduz os nossos amigos para ocidente. Ao cair da noite, o Condor aterra. Mas, entretanto, a ave gigante fora avistada pelos espanhóis, e a armada de Pizarro aparece pela madrugada. Porém, Mendoza tem um plano e acaba por conseguir embarcar novamente no Condor, deixando Pizarro enfurecido.

Documentário:
O planalto de Nazca

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20. O canhão dos espanhóis
A bordo do Condor de ouro, os nossos heróis regressam ao Velho Pico para obterem informações sobre o país maia. Ao chegarem, descobrem que Gomez e os seus homens vão procurar tomar de assalto a velha cidade e conseguem, com o Condor, impedir que eles levem de vencida as suas intenções.

Documentário:
A febre do ouro

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21. As amazonas
O Grande Condor atravessa uma tempestade e é forçado a aterrar na selva amazónica. Ameaçados por diversos animais selvagens, os nossos amigos conseguem fugir-lhes e chegam a um local encantador, onde são feitos prisioneiros por guerreiras amazonas que os querem sacrificar. É então que Esteban revela os seus poderes…

Documentário:
O rio Amazonas

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22. O espelho da Lua
Morka, a pequena guerreira amazona, pede ajuda a Esteban, porque a sacerdotisa Omuro quer oferecê-la em sacrifício ao deus da chuva. Tao descobre que Omuro é uma impostora, e ela alia-se a uma tribo inimiga para atacar a cidade das amazonas. Mas Esteban consegue fazer voar o Grande Condor e detém o ataque.

Documentário:
Os povos da Amazónia

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23. A máscara de jade
Os comandos do Grande Condor avariam-se e os nossos amigos são forçados a aterrar numa gruta os que conduz a uma cidade maia em ruínas, onde encontram uma misteriosa máscara de jade. Sancho e Pedro, ao quererem apoderar-se dela, põem em funcionamento um sistema de segurança que apaga importantes inscrições.

Documentário:
Palenque, a cidade perdida

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24. O manuscrito
Esteban e os seus amigos procuram encontrar a chave dos ideogramas com a ajuda de um velho manuscrito, mas são capturados pelo Doutor e por Marinché, que também querem descobrir as Cidades de Ouro. De novo, são feitos prisioneiros, mas, graças a uma distração de Sancho e Pedro, conseguem escapar às garras do Doutor.

Documentário:
O desaparecimento dos Maias

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25. O lago de ouro
Esteban e os seus companheiros conseguem confundir Fernando e Marinché, mas são de novo capturados pelos índios, que querem oferecê-los em sacrifício ao deus do sol, por eles terem profanado as águas do lago de ouro. Eles têm apenas algumas horas até ao nascer do dia para encontrar uma solução.

Documentário:
Os sacrifícios humanos

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26. Os pântanos
Os nossos amigos conseguem escapar ao sacrifício a que estavam condenados e partem à procura de uma outra cidade de que fala o manuscrito, situada a oriente do pântano do deus da chuva. Pelo caminho, são atacados por terríveis crocodilos, mas graças a Zia conseguem fugir sobre folhas de lótus gigantes.

Documentário:
A religião maia

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27. A porta da noite
Os nossos heróis conseguem finalmente encontrar uma esplêndida cidade maia em ruínas, e a descoberta de uma estátua da serpente de plumas vem confirmar que esta é a segunda cidade de que fala o manuscrito. Mas Marinché e o Doutor já se encontram à espera deles; capturam Zia e reclamam o manuscrito.

Documentário:
As ruínas de Tikal

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28. A floresta das estátuas
A viagem prossegue. Agora é preciso encontrar a floresta com estátuas de pedra de que fala o segundo manuscrito descoberto pelos nossos amigos. Pichu descobre um rio e Mendoza sugere que construam uma jangada para avançarem mais rapidamente para a terceira cidade maia.

Documentário:
Os Maias e a astronomia

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29. O Escudo Fumegante
Ao procurarem uma montanha em forma de “escudo fumegante”, os nossos companheiros descobrem um universo completamente novo e estranho: o mundo dos Olmecas, no qual a ciência desafia a imaginação. Mas, afinal, quem são os misteriosos Olmecas e o que fazem eles naquela intrigante montanha?

Documentário:
A lenda do lago de Atitlán

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30. A evasão
Os nossos três amigos são feitos prisioneiros pelos Olmecas, cujo objetivo é retirar-lhes as suas células jovens para, através de transplantes, impedirem o envelhecimento do seu povo. Para evitarem a fuga das crianças, ordenam a criogenização dos seus corpos. Mas Mendoza consegue desregular o sistema e libertar os jovens.

Documentário:
Os costumes do México

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31. A Aldeia do Novo Sol
Por pouco, os nossos amigos conseguem escapar aos Olmecas e impedir que eles se lancem em sua perseguição. Viracocha e a jovem Maina acorrem em seu auxílio e conduzem-nos à Aldeia do Novo Sol, onde são recebidos pelo chefe da aldeia e pai de Maina. Mas os Olmecas aproximam-se e os nossos heróis têm de fugir de novo.

Documentário:
A cidade de Chichicastenango

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32. O ataque dos Olmecas
Esteban e os seus companheiros partem à procura do local onde deixaram o Grande Condor para procurar recuperá-lo. Entretanto, os Olmecas preparam-se para atacar a Aldeia do Novo Sol, que agora já sabem onde fica. Quando tudo parece perdido, os nossos amigos reencontram o Grande Condor e põem em fuga os apavorados Olmecas.

Documentário:
A capital da Guatemala

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33. Zia encontra o pai
Zia aproxima-se do velho chefe Papacamayo, gravemente ferido durante o duro combate contra o povo olmeca, e imediatamente o reconhece como o seu pai. O velho Papacamayo, ao sentir que está a chegar a sua hora, resolve revelar a Zia a localização da cidade de ouro. Mal revela o seu segredo, o pobre homem dá o seu último suspiro…

Documentário:
O artesanato dos Maias

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34. A revolta dos Maias
Os homens de todas as aldeias maias dirigem-se à montanha do Escudo Fumegante, local onde se irá travar a anunciada batalha com os Olmecas. Esteban e os seus companheiros dão tudo por tudo para os ajudarem com o Grande Condor. É então que Tao tem uma nova ideia: dotar o Grande Condor de uma arma ofensiva. Do lado olmeca, a surpresa é total.

Documentário:
O nascimento do México

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35. A máquina voadora dos Olmecas
Esteban e os seus fiéis amigos conseguem, mais uma vez, introduzir-se na base dos Olmecas, mas são rapidamente capturados por Menator e Kalmek. Mas, graças a uma desatenção de Gaspard e Gomez, os nossos heróis conseguem fugir. É então que, com um barulho ensurdecedor, uma horrenda máquina de guerra olmeca levanta voo.

Documentário:
A cultura do México

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36. Duelo aéreo
Para libertar Zia, que se encontra prisioneira de Menator, Esteban e Tao têm de enfrentar a enorme máquina voadora dos Olmecas. É então que se trava um verdadeiro duelo aéreo com o Grande Condor. Graças a uma audaciosa manobra, Esteban consegue entrar na nave Olmeca e descobrir Zia, mas Tao fica prisioneiro dos Olmecas.

Documentário:
Teotihuacán, a cidade dos deuses

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37. A Cidade de Ouro
Esteban e os seus amigos conseguem fugir aos Olmecas. Um homem com uma estranha máscara propõe-se a ajudá-los. Afirma ser o Grande Sacerdote da Cidade de Ouro e ter como missão protege-los de qualquer ataque exterior. Guia-os por uma sumptuosa biblioteca, onde passam por diversas portas que lhes dão acesso às misteriosas Cidades de Ouro.

Documentário:
O fim do império Azteca

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38. O Grande Legado
Os Olmecas prosseguem o seu combate com o único intuito de se apoderarem do Grande Legado, escondido no coração da Cidade de Ouro. Com a sua nave de guerra, conseguem entrar na cidade e dirigem-se à torre. É então que um enorme conjunto de painéis solares concentra um potentíssimo raio sobre a nave olmeca, destruindo-a.

Documentário:
A época dos conquistadores

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39. O fim das Cidades de Ouro
Os Olmecas conseguem desbloquear o mecanismo de funcionamento do Grande Legado, mas ocorre um incidente durante a experiência. O Grande Sacerdote da Cidade de Ouro procura parar o processo enquanto é tempo. E só o pote que Tao possui desde o início da história pode evitar o apocalipse. Como irá terminar esta fantástica aventura?

Documentário:
O mistério das Cidades de Ouro

Entre 1985 e 1986, a RTP 2 iniciava as suas emissões às 19:30, com a exibição de uma série animada diferente em cada dia da semana. Às quartas-feiras, era a vez de As Misteriosas Cidades de Ouro, uma das grandes séries de culto dos anos 80. A série passou na versão original francesa, com legendas.

Ainda em 1986, repetiu na RTP 1, e foi uma das primeiras séries de animação exibidas no Agora Escolha.

Tratou-se da segunda co-produção entre a França (DIC) e o Japão (NHK). A primeira fora Ulisses 31, outra série de grande sucesso.

Esta série inspirou-se na obra do escritor americano Scott O’Dell, sobretudo no livro The King’s Fifth (1966), de onde saíram os nomes de alguns personagens (Esteban, Zia e Mendoza), bem como a trama central da busca pelas Cidades de Ouro.

O livro conta as peripécias de sete aventureiros que partem à procura das Sete Cidades de Ouro: Mendoza e os seus três soldados e músicos pessoais – Lunes, Roa e Zuñiga –, ávidos de ouro; o padre Francisco, que quer salvar as almas dos índios; o jovem Esteban, apaixonado por cartografia; e Zia, uma jovem índia que lhes serve de guia e de intérprete.

A trama do livro aproxima-se bastante da história real de Francisco Vázquez de Coronado, que, no século XVI, explorou o sudoeste americano em busca das Sete Cidades de Cíbola – mais tarde denominadas Sete Cidades de Ouro.

O título do romance deriva de uma lei espanhola que estabelecia que um quinto dos tesouros encontrados deveria ser entregue ao Tesouro Real, sendo o remanescente distribuído entre os descobridores.

Em França, o livro tomou o título de La Route de l’Or (A Rota do Ouro). Em Portugal, nunca foi traduzido.

Este livro terá tido por base uma popular lenda do século XVI, que dava conta da existência de Sete Cidades de Ouro, localizadas no Território do Novo México (atualmente um estado norte-americano).

Especula-se que, por sua vez, este mito poderá ter tido origem numa lenda portuguesa do século VIII, que falava de uma hipotética ilha localizada no Oceano Atlântico: a ilha de Antília, ou ilha das Sete Cidades. Para esta ilha, teriam fugido o arcebispo e seis bispos da cidade do Porto, aquando da invasão muçulmana da Península Ibérica. Cada um teria fundado uma cidade.

Quando os portugueses descobriram o arquipélago dos Açores, em 1427, associaram uma das ilhas, a de São Miguel, a esta lenda. Por esse motivo, foi batizada como Sete Cidades uma localidade dessa ilha, bem como a conhecida lagoa.

A adaptação distanciou-se bastante da história e dos personagens de The King’s Fifth. A NHK pretendia produzir uma série ambientada na América do Sul e, como condição para o financiamento, exigira a utilização de um livro como suporte para a história. Scott O’Dell foi contactado pessoalmente por Mitsuru Kaneko, um dos criadores japoneses da série, e deu-lhe total liberdade para introduzir as modificações que entendesse.

A série foi também buscar alguns elementos a outra obra de O’Dell – The Captite, o primeiro volume de The Seven Serpents Trilogy –, na qual se identificam algumas passagens da vida de Esteban. O protagonista desta trilogia era Julian Escobar, um jovem seminarista que, rumo ao Novo Mundo, se torna o único sobrevivente de um naufrágio. Chegando a terra, identificam-no como um deus aguardado há vários séculos. Nesta aventura, acaba por ser conduzido ao coração das civilizações maias, aztecas e incas.

O projeto surgiu, inicialmente, no Japão. Em busca de um parceiro que facilitasse a introdução da série no mercado internacional, a NHK dirigiu o convite à DIC. Ao entrarem na equipa, os franceses Jean Chalopin e Bernard Deyriès modificaram ainda mais a história, incrementando o mistério e dando-lhe um toque de ficção científica, com a inclusão do Império de Mu e dos Olmecas.

No final de cada episódio, era exibido um documentário, com cerca de três minutos, procurando servir de ligação entre a narrativa e a realidade. A ideia foi aproveitada da série As Aventuras de Marco Polo, anterior projeto de animação da NHK.

As impactantes imagens destes documentários resultaram de dois anos de filmagens na América Latina, com o apoio de Kazuo Terada, professor da Universidade de Tóquio, especialista na arqueologia dos Andes.

As Misteriosas Cidades de Ouro misturou, de forma hábil, ficção e factos inspirados na realidade.

Intervieram na trama da série alguns personagens históricos. Foi o caso do Governador Francisco Pizarro, conquistador espanhol que saqueou as riquezas do povo inca. Na série, é ele quem manda trazer Zia de volta ao Novo Mundo, de modo a descodificar a mensagem contida num quipo de ouro.

Numa participação menor, vimos também, em flashback (e apenas de costas), o navegador português Fernão de Magalhães. Mendoza fazia parte da sua tripulação, quando salvou Esteban do naufrágio.

Por sua vez, Marinché terá sido baseada em Malinche, uma indígena que teve um papel crucial na conquista do México pelos espanhóis, quando atraiçoou o seu povo, aliando-se ao conquistador Hernán Cortés. Na série, Marinché tinha uma conduta idêntica, traindo o povo maia para se juntar ao Doutor Fernando Laguerra.

O enredo, invulgarmente rico em simbolismos, explorou algumas antigas civilizações do continente americano: os Incas, os Maias, os Olmecas (numa abordagem futurista) e o lendário Império de Mu.

Vários foram também os locais reais que serviram de cenário à série:

Barcelona

É nesta cidade portuária da Catalunha que vive Esteban, no início da história. É aqui que Mendoza o convida a acompanhá-lo a partir rumo ao Novo Continente, a bordo do Esperanza.

Curiosamente, quando se tomava a decisão sobre a cidade onde se situaria o início da ação, Lisboa foi uma das opções que esteve em cima da mesa. Optou-se por Barcelona, pela evidente ligação entre Espanha e os territórios onde decorreria a história.

Estreito de Magalhães

Um dos locais mais inóspitos do planeta. É atravessado a muito custo pelo Esperanza, com Mendoza ao comando, mas um tornado que surge logo em seguida acaba por destruir por completo o galeão.

Ilhas Galápagos

Esteban, Zia, Mendoza, Sancho e Pedro acostam numa das ilhas deste arquipélago, depois do naufrágio do Esperanza. É aí que encontram Tao, que vive sozinho com o seu papagaio, Pichu.

Tumbes (Peru)

Ao chegarem ao Novo Continente, os heróis são “recebidos” pelos homens de Pizarro, que os conduzem até esta fortaleza, onde são feitos prisioneiros.

Machu Picchu

Esteban, Zia e Tao são calorosamente recebidos pelos Incas, nesta cidade situada no topo do Velho Pico.

Lago Titicaca

Conhecido pelas ilhas flutuantes, é nesse lago que se situa a aldeia de Totola, de onde é originária Lana, a menina que os heróis salvam da tribo dos Urubus.

Planalto de Nazca

Este local é famoso pelas misteriosas linhas desenhadas com pedras, que compõem figuras gigantes. É onde o Grande Condor aterra num final de dia, numa figura que parece ter sido especialmente concebida para o receber.

Palenque

Cidade maia (em ruínas) situada no México, onde Esteban e os seus amigos encontram um dos manuscritos que conduzem às Cidades de Ouro.

A famosa máscara de jade, encontrada nesta cidade em 1952, teve também um papel relevante na história.

Tikal

A maior das cidades maias, situada na Guatemala, onde é encontrado o segundo manuscrito.

A banda sonora foi um ponto de divergência entre japoneses e franceses, pelo que cada país optou por produzir a sua. No caso da versão francesa, as músicas foram compostas por Haim Saban e Shuki Levy.

Em 1983, aquando da exibição da série em França, a banda sonora foi lançada pela Saban Records. O disco continha, para além do inesquecível tema do genérico – interpretado pelo grupo francês Apollo –, 15 temas instrumentais.

No final dos anos 90, a editora Rym Musique manifestou a intenção de lançar, pela primeira vez, a banda sonora em CD. Contudo, depois de dois anos de buscas, chegou-se à triste conclusão de que os originais haviam desaparecido. Assim, as músicas deste CD, editado em 1998, foram, 16 delas, transcritas do LP de 1983, e as restantes 13, inéditas, da versão internacional (sem diálogos) da série.

Em 2002, a extinta editora Loga-Rythme levou a cabo um projeto de reconstituição dos temas originais. Foram reorquestradas cerca de 70 músicas, reunidas em dois CDs.

O ouvido mais apurado apercebe-se de ligeiras diferenças nestas reorquestrações, em relação às versões originais. Contudo, o resultado foi aprimorado, ao longo dos anos, pelo músico responsável pelo projeto, Yannick Rault.

Em 2012, integrado na coleção Télé 80, surgiu um novo CD, cujo alinhamento é idêntico ao do LP de 1983.

O próprio LP foi também relançado, em 2017.

Houve diversos lançamentos da série em DVD, das quais se destaca a edição de colecionador de 2008, recheada de brindes que fazem as delícias qualquer fã.

Em 2013, Gilles Broche e Rui Pascoal lançaram um livro que é uma verdadeira bíblia da série.

Em Portugal, pese embora o enorme sucesso da série, pouco ou nenhum material foi lançado. A única exceção é, talvez, a edição em DVD da Planeta DeAgostini, de 2010, que trazia a versão original francesa e outra, dobrada em português. Como era habitual nas coleções desta editora, cada DVD trazia apenas dois episódios (totalizando, assim, 20 discos).

Mais tarde, os mesmos DVDs foram agrupados em quatro packs de cinco e vendidos no comércio especializado.

Na primeira versão do argumento, seriam quatro as Cidades de Ouro encontradas, uma por cada ponto cardeal. Na versão final, contudo, apenas uma cidade foi descoberta.

Trinta anos depois da série original, foi produzida uma sequela, que deu continuidade às aventuras de Esteban, Zia e Tao. A ação desta nova série, composta por um total de 78 episódios, começa exatamente no ponto em que terminou a primeira.

Bernard Deyriès e Jean Chalopin, os criadores da primeira série, supervisionaram os trabalhos. Nas palavras dos próprios, foram “os guardiões do templo”, garantindo que se mantinha o espírito, a ambiência e o caráter dos personagens.