Frederico Scorza (Walmor Chagas), o poderoso dono do grupo financeiro Scorza, necessita de um bode expiatório, que suporte as consequências de uma falência fraudulenta que pretende pôr em prática. Ao tomar conhecimento de um furto cometido numa das suas agências bancárias, escolhe o culpado e intima-o a ir viver em São Paulo, prometendo-lhe um cargo de grande envergadura. O visado, Alex Torres (Antônio Fagundes), estranha esta promoção na sequência do delito, mas fica fascinado com o novo universo que Frederico lhe oferece. Para que ele possa ascender no grupo, contudo, é imposta uma condição: o afastamento de Juliana (Wanda Stefânia), a sua esposa, bem como da filha menor.

Para concretizar o plano, Frederico conta com a ajuda de Paula Alencar (Dina Sfat), seu braço direito e amante de longa data, que o auxilia na tarefa de apresentar Alex aos detentores do grande capital. Concomitantemente, o homem escolhido para arcar com a responsabilidade do golpe financeiro torna-se íntimo da família de Scorza e, a pouco e pouco, conquista a confiança dos seus membros, vencendo a hostilidade inicial.

Nesta escalada, Alex Torres fica ao corrente das verdadeiras intenções que presidiram ao convite de Frederico e, quando este se desentende com Paula, alia-se à executiva para o destruir. Ciente das disposições testamentárias do pai do empresário, afasta todos os possíveis herdeiros do grupo, sem eles perceberem que estão a ser vítimas de uma maquinação diabólica. Se Dudu Scorza (Luís Armando Queiroz) é excluído após a descoberta de uma filha ilegítima, com Sérgio (Ney Latorraca) o plano tem consequências muito mais atrozes. Casado há pouco tempo, o enteado de Frederico é homossexual, o que o torna uma presa fácil de chantagem. Exercendo sobre ele um forte ascendente, Alex leva-o a simular o próprio sequestro para conseguir a quantia pedida pelo presumível chantagista. Ora, o chantagista é o próprio Alex Torres, que não hesita em tornar pública a vida íntima de Sérgio. Como golpe de misericórdia, dá-lhe a conhecer que ele é filho de pais desconhecidos, o que o levará a cometer o suicídio. Por seu turno, Alice (Martha Overbeck), a esposa legítima de Scorza, enlouquece perante a derrocada da família e passa a locomover-se numa cadeira de rodas, acompanhada por três damas de preto, que rezam permanentemente o terço e a quem ela chama de “minhas pupilas”.

Finalmente, uma vez que a única herdeira disponível é a filha mais nova de Frederico, a perturbada Anamaria (Bruna Lombardi), Alex resolve apresentar a sua cartada final, e casa-se com ela, provocando um grande escândalo com tal ousadia. Torna-se líder do grupo Scorza e tudo parece correr de acordo com os seus desígnios, quando emerge a notícia de que Frederico foi assassinado com um tiro disparado pelo seu revólver. Chegado a este ponto, tudo joga contra o novo detentor do grupo financeiro, incluindo a própria Paula Alencar, cujo depoimento é decisivo para o incriminar na morte de Scorza. São descobertas, em simultâneo, todas as falcatruas praticadas no âmbito das empresas, bem como o roubo cometido por Alex Torres na agência de Ribeirão Preto, não lhe restando mais nada senão concluir que se encontra em maus lençóis.

No seio dos Scorza as coisas também não correm muito melhor. Todos os bens da moradia da família são penhorados. Maria do Carmo (Maria Duda), viúva de Sérgio, amaldiçoa o clã que a desgraçou, enquanto Alice lhe recomenda aulas de canto para adoçar a voz. A loucura da matriarca, todavia, não passava de uma farsa: enquanto é feita a busca e apreensão de todos os bens suscetíveis de responderem pelas dívidas, ela foge com as jóias escondidas na carteira.

Paula Alencar, entretanto, parece ter escapado imune e viaja para o estrangeiro virando as costas ao caos em que se transformou o grupo Scorza. No entanto, não sai de cena sozinha. No aeroporto ela é aguardada por um cúmplice, que a acompanhará nesta partida sem regresso. Falamos, naturalmente do próprio Frederico Scorza, que, ao contrário do que se pensava, não morreu e está muito bem de saúde, demonstrando que conseguiu levar até ao fim o seu maquiavélico plano de destruir Alex Torres.

Avenida Paulista foi a segunda minissérie produzida pela Rede Globo e também a segunda a ser vista em Portugal – a primeira fora Parabéns pra Você, exibida pouco tempo antes.

Inicialmente, Avenida Paulista foi exibida às terças-feiras. A partir de 22/10/1983, passou para as noites de sábado.

A minissérie foi reposta no extinto canal GNT Portugal, no início dos anos 2000.