Bâton

Exibição:
23/01/1988 (RTP 1)

Autoria:
Alfredo Cortez

Produção:
Ana Martins Varela

Realização:
Artur Ramos

Elenco:
Eunice Muñoz – Berta
Irene Cruz – Maria Inácia (Nacinha)
Virgílio Castelo – Gaspar
Raul Solnado – Tatinho
Lourdes Norberto – Joana
Glória de Matos – Francisca
Lídia Franco – Petit
Paula Mora – Lá-Lá
Natália Luiza – Jú-Jú
Maria José Paschoal – Tinita

Bâton constitui um retrato mordaz da alta sociedade portuguesa nos anos 30.

Gaspar Moscoso (Virgílio Castelo) está noivo de Berta (Eunice Muñoz), mas vive um romance clandestino com a sua filha Nacinha (Irene Cruz). Berta e Nacinha são totalmente incompatíveis e vivem em permanente rota de colisão, o que vem ser agravado pela disputa latente pelo mesmo homem.

Berta e Gaspar
Gaspar e Nacinha

A intriga entre mãe e filha é acompanhada de perto pelo mordomo Tatinho (Raul Solnado), homossexual assumido.

Berta
(Eunice Muñoz)

Nacinha
(Irene Cruz)

Gaspar
(Virgílio Castelo)

Tatinho
(Raul Solnado)

Joana
(Lourdes Norberto)

Francisca
(Glória de Matos)

Petit
(Lídia Franco)

Da autoria de Alfredo Cortez, considerado um dos grandes dramaturgos portugueses da primeira metade do século XX, a peça Bâton foi publicada em 1939, mas apenas levada à cena sete anos depois.

A encenação de 1946 tinha, nos papéis principais, Lucinda Simões (Berta), Maria Lalande (Nacinha) e João Villaret (Tatinho).

Através de um diálogo brilhante, a ação opunha mãe e filha, na disputa do mesmo homem. O assunto era muito ousado e tocava em vícios da alta sociedade. O escândalo foi tal que, poucos dias depois de ter estreado, nos Comediantes de Lisboa, teve de ser retirada pelos empresários.

A encenação para a RTP foi realizada por Artur Ramos e reuniu um elenco de exceção, onde avultavam os nomes de Eunice Muñoz, Irene Cruz e Raul Solnado.

A gravação foi realizada com particular cuidado, designadamente no que respeita a cenários, adereços e guarda-roupa, de modo a obter-se uma requintada constituição dos anos 30. O facto de se tratar de uma adaptação televisiva permitia aos espectadores observar um sem-número de pormenores ricos de significado, facto que não seria viável num teatro: a toalha de renda que cobria a mesa da sala de jantar, os talheres de prata, os espelhos de cabo com encaixe de tartaruga eram objetos que criavam uma atmosfera adequada à ação.

A adaptação caracterizou-se por um respeito absoluto pelo original, designadamente em relação à linguagem, com muitos galicismos e construções gramaticais utilizadas na época.

Artur Ramos sublinhou, a propósito do autor, que “sendo ele um advogado que se movia nos círculos elegantes ou mundanos, captava e reproduzia com maior agilidade e finura a linguagem típica desses meios e dessa época”.

Eunice Muñoz e Irene Cruz já tinham sido mãe e filha na peça Mãe Coragem e os Seus Filhos, igualmente transmitida pela RTP, em 1987.

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Bâton