Cabocla

Exibição:
18/10/1982 – 10/06/1983 (RTP 2)

Número de capítulos:
170

Produção:
Rede Globo (1979)

Novela de:
Benedito Ruy Barbosa

Direção geral:
Herval Rossano

Rio de Janeiro, 1924. Luís Jerónimo (Fábio Jr.) leva uma vida boémia e tem a seus pés várias mulheres, entre as quais a jovem Pequetita Novais (Ísis Koschdoski) e Pepa, la Sevilhana (Arlete Salles). Inesperadamente, é-lhe diagnosticada uma lesão no pulmão e o médico recomenda-lhe que permaneça uns tempos longe da cidade. É então que Luís Jerónimo parte para Vila da Mata, interior do Espírito Santo, onde vive o seu primo Boanerges (Cláudio Corrêa e Castro).

Boanerges

Em Pau d’Alho, onde desembarca e se hospeda por uma noite, Luís Jerónimo apaixona-se pela cabocla Zuca (Glória Pires), que no início da trama está comprometida com o destemido Tobias (Roberto Bonfim). Passa-se algum tempo até que este descubra o inevitável envolvimento dos dois e, por pouco, não acontece uma tragédia.

Zuca e Luís Jerónimo

A novela é também pautada pela história de Boanerges e Justino (Gilberto Martinho). Inimigos de longa data, os coronéis sofrem uma partida do destino: depois de passarem algum tempo fora, Neco (Kadu Moliterno) e Belinha (Simone Carvalho), respetivamente filhos de Justino e Boanerges, regressam no mesmo comboio e acabam por se apaixonar. Para piorar a situação, é ano de eleições e Boanerges disputa com Neco a liderança política da vila.

Neco e Belinha

Entretanto, Pepa não aguenta de saudades de Luís Jerónimo e resolve ir atrás dele. Mas o rapaz está decidido a casar com Zuca. Pepa, então, fica noiva de Justino. Os mais conservadores não aceitam que Pepa se vista de branco e resolvem sabotar o casamento. Não obstante, a espanhola consegue alcançar a igreja a tempo da cerimónia, ainda que toda enlameada.

Justino e Pepa

Outros casamentos selam o final da novela. Após uma difícil luta contra a doença, em que até Zuca é contagiada, Luís Jerónimo restabelece-se e os dois oficializam a sua união. Por fim, Boanerges e Justino põem fim às suas desavenças e aprovam o casamento de Neco e Belinha…

Cabocla estreou na RTP 2, com exibição às 22:30, no mesmo dia em que na RTP 1 começou a novela Baila Comigo, à hora do almoço.

A banda sonora da novela foi lançada em LP.

MÁGOAS DE CABOCLO – Nelson Gonçalves
AMORA – Renato Teixeira
ASSIM É MEU SERTÃO – Sérgio Reis
O TREM TÁ FEIO – Banda de Pau e Corda
ANDORINHA – Gilson
PELO SINAL – Ruy Maurity
VOCÊ VAI GOSTAR – Vanusa
GOSTO DE MAÇÃ – Cauby Peixoto

A Agência Portuguesa de Revistas colocou à venda o romance de Ribeiro Couto, num livro que continha fotos de vários atores da novela.

Nesta altura, foi ainda vendida uma outra edição da obra, da Sá da Costa Editora.

É curioso notar que a história de Neco (Kadu Moliterno) e Belinha (Simone Carvalho), que obteve tanto ou mais destaque que a trama principal, de Zuca (Glória Pires) e Luís Jerónimo (Fábio Jr.), não foi extraído de Cabocla, mas sim de Prima Belinha, outra obra de Ribeiro Couto.

No romance Cabocla, o protagonista chama-se simplesmente Jerónimo.

A partir do dia 4 de abril, a RTP 1 começou a transmitir a telenovela portuguesa Origens. Pela primeira vez, e durante três meses, tivemos em Portugal três telenovelas em exibição: Baila Comigo às 12:30, Origens às 20:30 e Cabocla às 22:30. Só quatro anos depois, em 1987, voltaríamos a ter mais de duas telenovelas por dia na televisão portuguesa.

No final de 1983, e fazendo uma retrospetiva do que tínhamos visto durante esse ano, a TV Guia elegeu Cabocla como uma das telenovelas que mais tinham agradado ao público português até esse momento, juntamente com GabrielaO Casarão, O Astro e Pai Herói.

No Festival RTP da Canção de 1983, Herman José interpretou o tema (A cor do teu) Baton. Na capa deste single, foram replicados os lábios do logotipo de Cabocla.

Em 2004, a Rede Globo produziu uma segunda versão da novela, que foi exibida pela SIC. Foi a primeira vez que, em Portugal, assistimos a um remake de uma telenovela que já tinha sido vista por aqui.

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Cabocla