Canais

O primeiro canal da RTP (Rádio Televisão Portuguesa), designado posteriormente por RTP 1, iniciou as suas emissões regulares em 7 de março de 1957, após algumas emissões experimentais no ano anterior. Foi, durante muito tempo, o canal de televisão de maior audiência em Portugal, mantendo continuamente essa posição. Em 17 de setembro de 1990, passa a adotar a designação de Canal 1. Veio a perder a liderança da audiência, no ano de 1995, para a SIC. Em 1996, voltou a denominar-se RTP 1.

RTP 2 surgiria no dia de Natal de 1968, tendo como função inicial a repetição de programas. Com o tempo, conquistou uma autonomia considerável a ponto de, em 1980, haver duas redações, uma para cada canal da RTP. Devido a uma necessária contenção de despesas, voltou a haver apenas uma redação, mas a RTP 2 afirmou-se cada vez mais como uma verdadeira alternativa à RTP 1, sendo certo que alguns dos seus programas, séries ou telenovelas, conquistaram grandes audiências.

Após um percurso de altos e baixos, mas sempre com a preocupação de manter um nível de inegável qualidade na sua programação, a RTP 2 apostou em remodelar a sua imagem em setembro de 1992, surgindo no dia 14 desse mês como a “TV2”. O principal objetivo era arrecadar uma audiência capaz de impedir a afluência do público às televisões privadas. Porém, em 1994, a Alta Autoridade ditaria que a programação da RTP 2 deveria ter como prioridade as minorias que não são o público-alvo dos outros canais. Assim, as telenovelas e o futebol foram banidos da sua programação, e a tendência para as audiências descerem acentuou-se de ano para ano.

Na década de 2000, gerou-se alguma polémica em torno da gestão da RTP e dos prejuízos que a televisão pública acarretava para o Estado. A RTP é convertida em sociedade anónima e, em 5 de janeiro de 2004, o segundo canal passa a chamar-se 2:, resultando de uma parceria entre a RTP e a sociedade civil.

Em 19 de março de 2007, o segundo canal volta a chamar-se RTP 2.

SIC (Sociedade Independente de Comunicação) é a primeira televisão privada a aparecer em Portugal. Após algumas sessões experimentais em que são exibidos filmes, inicia as suas emissões regulares no dia 6 de outubro de 1992. Apresentando uma programação variada, mas essencialmente de cariz popular, a SIC conseguiu, em pouco tempo, multiplicar várias vezes a sua audiência, apresentando-se como líder em 1995. O facto de ter os direitos de exibição das telenovelas da Globo e de ter chamado a si alguns nomes que já eram conhecidos do grande público, fez com que esta estação televisiva mantivesse firmemente essa posição, até ao momento em que o então diretor de programas, Emídio Rangel, recusou adquirir os direitos do conhecido reality show Big Brother, por se tratar de um programa de indiscutível má qualidade. A TVI aproveitou a oportunidade e, com a transmissão do programa, conseguiu ultrapassar a SIC.

TVI (Televisão Independente) aparece a 20 de fevereiro de 1993, apresentando-se como uma televisão de inspiração cristã. A sua designação inicial era “a 4”, período que coincide com a sua fase mais difícil. As audiências baixas questionam a capacidade de manutenção deste canal por muito tempo. É então que a TVI abandona a sua vertente religiosa, disposta a combater frente-a-frente com as outras televisões. Embora, nos primeiros anos, os resultados estejam longe dos da SIC ou da RTP 1, é um facto que alguns dos seus programas conseguem ter uma audiência que se lhes compara. Com a transmissão do Big Brother, consegue chegar à liderança e, ainda que com avanços e recuos, desde 2001 tem vindo a manter essa posição.