Canto Alegre

Exibição:
12/01/1989 – 18/04/1989 (RTP 1)

Número de programas:
13

Autoria:
Francisco Nicholson

Textos:
Francisco Nicholson
Gonsalves Preto
Marcelino Mota
Ângelo Granja

Direção de atores:
Francisco Nicholson

Coreografia:
Magda Cardoso
Fernando Lima

Supervisão de bailados:
Magda Cardoso

Música:
Carlos Alberto Moniz
Braga Santos

Direção musical:
Carlos Alberto Moniz

Cenografia:
Eduardo Cruzeiro

Produção:
Vítor Pedro

Realização:
José Vitório (01-03)
Hélder Duarte (04-08)
Jorge Rodrigues (09-12)

Elenco:
António Montez
Carlos Vieira de Almeida
Fernando Mendes
Francisco Nicholson
Magda Cardoso
Marina Mota
Vera Mónica
Carlos Ivo
José Raposo
Cláudia Cadima
Maria João Abreu
Lobélia Melo
Maria Laura Fernandes
Manuela Castro
Alexandra Fonseca
Sérgio Alxeredo
Maria João Coelho
Helena Matos
Rita Lebre
Ana Paula Soares
Anabela Perez
António Rosário
José Maria Garcia
Mafalda Soares
Cristina Carvalhal
Carlos Cunha

Canto Alegre passa-se à volta do quotidiano de uma feira, um daqueles centros comerciais ao ar livre. São histórias criadas através da vivência de toda aquela gente, vendedores e frequentadores.

Mas numa feira acontecem muitas coisas, até mesmo situações do mais inesperado. E nesta tudo vai ser possível, ao sabor da imaginação de quem a concebeu. Assim, e como as fantasias têm várias derivantes, a certa altura a história passa-se num saloon de cowboys, num harém das mil e uma noites, num castelo medieval ou num jardim que é visitado por um extraterrestre.

Feira

Neste espaço, reúnem-se os comerciantes que encontramos em qualquer feira que se preze.

– Chico Alfredo (Francisco Nicholson) vende livros e o seu lema de vida é “quem não se implementa, não se complementa”.

– Tininha (Marina Mota), vendedora de bifanas, tem uma roulotte de comes e bebes.

– A cigana Rosa Maria (Magda Cardoso) divide-se entre as funções de vendedora de roupas e de futurologista.

Rosa Maria, Tininha e Chico Alfredo

– Roque da Pesada (António Montez) vende cassetes piratas, com a colaboração do seu filho Rui (José Raposo).

Rui e Roque

– Guida (Vera Mónica) comanda a barraca de malas e calçado. Auxiliada pela afilhada Guiducha (Lobélia Melo), não se cansa de exaltar os seus nobres antepassados.

Guiducha e Guida

– Acrísio (Francisco Nicholson) é o dono da Capricho no Bicho, uma casa de animais “centenária, inaugurada no ano passado”. Por azar, tudo o que os clientes aqui procuram foi vendido na semana passada, e estão à espera de nova remessa. O empregado Dulcídio (Fernando Mendes) é especialista em dar graxa ao cágado.

Acrísio e Dulcídio

O dia-a-dia na feira é ainda mais agitado pela existência de um romance “à la Romeu e Julieta” entre Rui e Guiducha. Roque e Guida odeiam-se e, por esse motivo, não aceitam o namoro entre os dois jovens. A intriga é aguçada pela intromissão de Dulcídio e Aurora (Maria Laura Fernandes), que também contribuem para a separação do jovem casal.

Guiducha e Dulcídio
Rui e Aurora

Jardim

No número do extraterrestre E-Tonto (Marina Mota), são-nos mostradas as situações que ele origina quando aparece num jardim de Lisboa. Não sendo visto por toda a gente – a não ser por Roque (António Montez) –, ele acaba por gerar os factos mais bizarros, sobretudo para o guarda Lopes (Carlos Vieira de Almeida), que passa por alguns maus bocados.

“Não há espaço no espaço.”

Castelo medieval

No castelo, as situações algo hilariantes surgem através do aparecimento de um fantasma (Carlos Vieira de Almeida), que convive com o Duque de Alancar (António Montez), a nobre Briolanja (Vera Mónica) e o aio Paio (Francisco Nicholson).

Harém

No harém, podemos ver um riquíssimo sultão (Francisco Nicholson), que nas suas deslocações tenta comprar tudo, facto que origina situações um pouco complicadas e absurdas.

Uma das suas mulheres, Scheherazade (Marina Mota) é uma exemplar contadora de histórias, mas também uma exímia fadista, até porque “um fadinho no harém calha bem”.

O sultão conta ainda com a vassalagem de um Eunuco (Fernando Mendes).

Saloon

No bar do Oeste, assistimos a uma sátira aos velhos ídolos e mitos do clássico filme de cowboys. Encontramos assim alguns personagens que, ao fim do dia, se deslocam ao saloon para tomarem alguma coisa e para desfrutarem da companhia uns dos outros.

Cada programa inclui um bailado, motivado por uma figura bem característica destes espaços de venda ambulante: a cigana (Magda Cardoso), que, além de participar em diversas rábulas, também integra o corpo de baile.

Feira

Chico Alfredo
(Francisco Nicholson)

Tininha
(Marina Mota)

Roque
(António Montez)

Guida
(Vera Mónica)

Rui
(José Raposo)

Guiducha
(Lobélia Melo)

Acrísio
(Francisco Nicholson)

Dulcídio
(Fernando Mendes)

Rosa Maria
(Magda Cardoso)

Aurora
(Maria Laura Fernandes)

Eleutério
(Sérgio Alxeredo)

Guarda Zulmira
(Maria João Abreu)

Mimi

Alice

Catarina

Repórter
(Carlos Ivo)

Jardim

Roque
(António Montez)

E-Tonto
(Marina Mota)

Lopes
(Carlos Vieira de Almeida)

Castelo medieval

Briolanja
(Vera Mónica)

Duque de Alancar
(António Montez)

Paio
(Francisco Nicholson)

Fantasma
(Carlos Vieira de Almeida)

Harém

Sultão
(Francisco Nicholson)

Scheherazade
(Marina Mota)

Eunuco
(Fernando Mendes)

Canto Alegre esteve para se chamar Praça da Alegria, mas a RTP viu-se obrigada a abdicar desse título, uma vez que já tinha sido registado por Badaró. Curiosamente, em 1995, viria a estrear, com esse título, o conhecido programa matinal da RTP 1.

A estrutura do programa era semelhante à do teatro de revista, com vários quadros plenos de humor, finalizados por alegres e divertidas canções.

O cenário principal de Canto Alegre era uma feira. No entanto, existiam outros cenários, sendo quatro fixos e ainda alguns variáveis.

Cada ator interpretava vários personagens. Para além de nomes consagrados do teatro e da televisão, o programa deu lugar a novos intérpretes, quase todos alunos do Centro Cultural de Benfica.

Do elenco fazia ainda parte um corpo de baile composto por doze figuras, orientadas por Magda Cardoso.

Foram produzidos 12 programas (transmitidos às quintas-feiras, entre 12/01/1989 e 06/04/1989) e uma edição especial, exibida em duas partes, com os melhores momentos (que foi ao ar nos dias 17 e 18/04/1989).

As filmagens decorreram no Cinema Europa e, pontualmente, no exterior.

Uma grande parte do programa (cerca de 40%) era cantada pelos personagens, com música da responsabilidade de Carlos Alberto Moniz e de Braga Santos.

Carlos Alberto Moniz fez uma rápida aparição numa das cantigas.

Chico Alfredo (Francisco Nicholson) tinha um bordão que repetia até à exaustão: “quem não se implementa, não se complementa”. Este era também o refrão de uma das músicas tocadas no programa.

Quem não se implementa
Não se complementa
A vida é cinzenta
Sem se implementar

Quem não se implementa
Não se complementa
Se é oito ou oitenta
Vamos oitentar

Houve algum descuido na continuidade do visual de Tininha (Marina Mota), que ora ostentava uma enorme verruga, ora tinha a cara lisinha.

No último programa, pudemos confirmar que quem interpretava o fantasma do castelo era o ator Carlos Vieira de Almeida, já que este tirou momentaneamente a sua vestimenta para, em conjunto com os colegas, analisar um trecho do guião.

O conceituado maquilhador Sérgio Alxeredo, na época ator e bailarino, integrou o elenco de Canto Alegre.

Sofia Nicholson, filha de Francisco Nicholson, apareceu como figurante num dos programas.

Sofia Nicholson em cena com o pai, Francisco Nicholson

Nos episódios 4 a 8, talvez para adequar os créditos à mudança de realizador, o genérico sofreu alterações, não só a nível do tipo de letra utilizado, como também no próprio logotipo do programa.

Canto Alegre foi reposto no ano seguinte, na rubrica Sem Legendas, entre 22/10/1990 e 09/11/1990.

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