1. (23/01/1988)
Na quinta dos Aguilar, fazem-se os últimos preparativos para o casamento de Francisca. Maria Teresa está radiante com a cerimónia e rodeia a filha de atenções, cuidando de todos os pormenores. Na sala, os convidados conversam entre si. De repente, um carro chega velozmente e dele sai Diogo de Sá Gaspar, o irmão do noivo. Sem querer dar nas vistas, ele confessa que tem uma triste notícia a dar a Francisca: o seu irmão Afonso acaba de fugir com uma antiga amante. Francisca decide abandonar a quinta e, quando todos os convidados esperavam ver surgir uma noiva radiante de felicidade, no cimo das escadas, veem apenas uma jovem com uma mala nas mãos, que entra no carro de Diogo e parte sem dar mais explicações. Mais tarde, acaba por confessar-lhe que está grávida do noivo que a abandonou. Nos nove meses seguintes, Francisca recusa-se a aparecer diante da mãe, que, entretanto, se encontra em Lisboa em casa dos cunhados. Sofia e Emídio Aguilar tentam ajudá-la a recompor-se, mas ela tem apenas um desejo: que a filha se case antes de ter a criança.
2. (30/01/1988)
Nos nove meses seguintes, Francisca recusa-se a aparecer à sua mãe, que continua em casa dos cunhados. Mas Maria Teresa sabe o que se passa e sente-se desesperar, pois só deseja que a filha case antes do nascimento da criança. Diogo seria o marido ideal e é a ele que Teresa implora que salve a filha da vergonha de ser mãe solteira. Entretanto, Francisca vive em Sintra e espera ansiosa pelo nascimento do filho, a quem chamará Afonso, o nome do homem que ama mas a quem nunca perdoará tudo o que aconteceu. O momento do parto aproxima-se e, quando as coisas começam a correr mal, Diogo decide pedir a ajuda de um vizinho pintor, que cursara Medicina. A criança acaba por se salvar, bem como Francisca, que, coberta de suor, pergunta, sorrindo: “Como é o meu filho?”. Diogo mostra-lhe a criança: “É uma menina”. O sorriso desaparece dos lábios da mãe e Francisca recusa-se a ver a recém-nascida, pois acaba de sofrer o maior desgosto da sua vida.
3. (06/02/1988)
Francisca volta para casa dos tios, mas demonstra grande desinteresse pela filha, que a avó mima de mais, tentando resgatar-se do desejo de que Afonsina nunca tivesse chegado a nascer. Francisca vive dividida entre o amor do fiel Diogo e o pintor judeu, Jonas. Teresa tenta desesperadamente casá-la, mas nem Diogo nem Jonas estão dispostos a viver com Francisca. Entretanto, Afonso regressa. A família não o recebe e tudo faz para que ele não consiga emprego em Portugal Continental. O grande desejo de todos é que Afonso parta para as colónias. Afonso pretende falar com Francisca e explicar-lhe que desconhecia o facto de ela estar grávida. Francisca não o quer ver, mas acaba por pedir ao tio que arranje um emprego a Afonso, ainda que mal pago, no seu escritório.
4. (13/02/1988)
Jonas vê-se obrigado a deixar Portugal e despede-se de Francisca deixando-lhe um quadro nu, incompleto. Nesse mesmo dia, Francisca procura Afonso no escritório do tio e, depois de uma violenta discussão, os dois acabam por amar-se. Francisca sente que se libertou da raiva e da paixão que a unia a Afonso e diz-lhe que não o ama. Ao regressar a casa, pergunta, pela primeira vez, pela filha. Mas as criadas dizem-lhe que Pomme está com a avó, na quinta. Sentindo-se sozinha, Francisca telefona a Diogo, que depressa se dirige a sua casa. Mas, ao perceber as intenções de Francisca, Diogo recusa-se a preencher o lugar que é do irmão e, depois de beijar Francisca, deixa-a só.
5. (20/02/1988)
A tia Sofia morre e Maria Teresa casa-se com o cunhado, o “tio Emílio”, formando um casal muito feliz. Pomme tem agora quase vinte anos e vive com os dois, ora em Lisboa, ora na quinta do Ribatejo. Ela está noiva de Hugo Saraiva, um excelente rapaz, estudioso, que sempre obteve as melhores notas no liceu e no curso de Direito. Pomme é o oposto da mãe: feia, mantendo as bochechas que lhe valeram o diminutivo, submissa e muito religiosa. Pomme decide apresentar o noivo ao pai e telefona-lhe a marcar um encontro.
6. (27/02/1988)
O filho de Afonso, Vicente, já conhece Pomme. É um rapaz ambicioso e deseja, em virtude disso, conhecer a mulher que desgraçou a vida de seu pai, pensando que talvez ela lhe consiga arranjar um emprego, agora que sabe a situação financeira da família Aguilar. Assim, dirige-se à galeria de arte e conhece, desse modo, Francisca. Sorri-lhe e, mostrando-se interessado em comprar um quadro, deixa-lhe um cartão de visita com um nome falso. Francisca sente-se inexplicavelmente atraída por este jovem, que parece trazer com ele um início de romance…
7. (05/03/1988)
Francisca está apaixonada, mas a vida não é fácil para ela. Todos acabam por desconfiar, e é o próprio Afonso quem vai falar com ela para lhe dizer que Vicente é seu filho e irmão de Pomme. O escândalo ameaça estalar, mas Francisca está apaixonada e mostra-se disposta a lutar contra tudo e contra todos para defender o seu amor. Para ela, Vicente é apenas um homem, o homem que ama… e, desafiando o antigo noivo, Francisca diz que está disposta a casar com Vicente. Mas tudo se complica e a própria família de Hugo intervém, opondo-se ao casamento, tal como Hugo, que ameaça romper o noivado com Pomme, caso a sua futura sogra não saiba comportar-se. Francisca não está disposta a ceder, e Pomme resolve ter uma conversa com ela. Uma conversa violenta que vai opô-las ainda mais.
8. (12/03/1988)
Maria Teresa e o marido, cansados e velhos, refugiam-se no Ribatejo, recusando-se a enfrentar um novo escândalo. Pomme busca apoio no pai. Francisca continua a sentir-se muito feliz ao lado do jovem Vicente, que se sente radiante com o sarilho causado pela sua pessoa e que continua a dizer a Francisca que a ama e que deseja o casamento. Francisca sonha com uma existência muito feliz no Brasil, mas Diogo acha os seus sonhos ridículos. Conhecendo o sobrinho, e certo de que ele apenas deseja dinheiro, Diogo paga-lhe para que abandone Francisca. E, mais uma vez, a filha de Teresa vê-se abandonada à beira do casamento e, também desta vez, à espera de um filho. Só que agora está mais só do que nunca. Sete meses mais tarde, dá à luz um rapaz, que chamar-se-á Vítor. Francisca sente que, no fundo, não valeu a pena passar por tudo o que passou.
9. (19/03/1988)
1978. O tio Emílio faleceu e a fábrica de bolachas foi ocupada pelos trabalhadores, assim como as outras propriedades dos Aguilar. Apenas lhes resta, miraculosamente, a quinta do Ribatejo, onde Maria Teresa vive os seus últimos dias. Pomme e o marido, agora com excelentes possibilidades de vir a ser nomeado ministro, visitam-na frequentemente com a sua filha Xica. Afonsina deu o nome de Francisca à filha, por saber que o facto irritaria a sua mãe. Contrariamente ao que aconteceu com os Aguilar, os Saraiva navegam pelas boas águas da fortuna: Hugo deu-se ao luxo de oferecer à sua esposa uma boutique, e Pomme leva a vida numa azáfama de revistas de moda e passagens de modelos. Xica, jovem calada, embora inteligente, acompanha-a para todo o lado.
10. (26/03/1988)
Hugo e Pomme vivem um casamento que se assemelha a uma condenação antecipada ao purgatório. Pomme arrasta-se pelo caminho decadente do alcoolismo e Hugo é vítima de um chantagista que ameaça destruir a sua promissora carreira política. Xica sente-se cada vez mais isolada e estranha em sua própria casa. Na noite de mais uma trágica discussão familiar, sai de casa, procurando algum conforto em casa de sua avó, Francisca. Esta dá-lhe um “abanão” com as suas respostas de uma filosofia de choque. Mais tarde, Francisca almoça com o fiel Diogo e a educação de Xica é o principal tema de conversa. Conhecedora da amizade ambígua que existe entre Vítor, o seu jovem tio, e Rogério, Xica provoca-o com a hipótese de vir a dormir com ele. Das palavras aos atos, Rogério tem uma enorme surpresa quando chega a casa e abre a porta do seu quarto.
11. (02/04/1988)
Hugo, completamente apavorado, cede à chantagem de que é alvo e marca um encontro com o chantagista, levando consigo o dinheiro que irá comprar as fotos e documentos comprometedores. Na quinta, prepara-se o aniversário de Xica. Pomme e Ilda, a dama de companhia de Teresa e amante de Hugo, enfrentam-se no escritório, enquanto Diogo oferece a Xica a possibilidade de ir trabalhar em Bruxelas. Entretanto, Xica revela a Vítor que dormiu com o seu amigo, na mesma altura em que Pomme descobre que a filha não é a rapariga recatada que seria de desejar. Durante a festa de anos, Pomme resolve fazer uma cena e repreende a filha, acabando por bater-lhe. Francisca censura-a, mas Pomme põe-na na rua. Francisca sai no carro de Hugo, que se desespera ao ver que não conseguirá encontrar-se a tempo com o chantagista. Pega numa pistola e no dinheiro e sai, por sua vez, no carro de Gustavo.
12. (09/04/1988)
Hugo sente necessidade de desabafar com alguém e vai até casa de Francisca. Na sala, repara numa pasta amarela. Francisca abre o jogo e diz que a mala contém os documentos comprometedores. Para seu espanto, Francisca diz-lhe que o homem que ele atropelara naquela noite era Vicente de Sá Gaspar. Xica mostra-se decidida a aceitar o emprego que Diogo lhe arranjou em Bruxelas, o que leva Pomme a embriagar-se, pensando no vazio em que se tornará a sua vida: é a segunda vez em que perde um filho. Sem revelar toda a verdade, Francisca conta a Vítor que o seu pai morreu.
13. (16/04/1988)
Gustavo pede Xica em casamento e tenta, sem sucesso, convencê-la a não ir para Bruxelas. Contudo, parece não haver nada que a prenda à família e a Portugal. Maria Teresa encontra-se à beira da morte. Pomme manda chamar Francisca, mas Maria Teresa incomoda-se com a sua presença, expulsando-a do quarto. É Pomme que está junto da avó nos seus últimos instantes de vida…