1. Contas do morto (06/01/2002)
A história passa-se numa aldeia próxima de Ponte de Lima, nos dias de hoje. Domingos, marido de Deolinda (um casal de sessenta anos), prometeu a Lurdes um terço da herança. Porém, morre antes de poder cumprir a sua promessa. Deolinda, a viúva, não respeita a sua vontade e, por esta razão, Lurdes, que é apenas criada, decide dirigir-se a uma conceituada “bruxa” que mora nas redondezas. Mercedes, a “bruxa”, compromete-se a ajudá-la em troca de uma percentagem. Numa noite de trovoada, a alma de Domingos parece atormentar Deolinda, e esta convence-se de que será então aconselhável que uma perita na matéria a ajude a perceber o que se passa com a alma penada do marido. Mercedes desloca-se a casa de Deolinda e eis senão quando, durante a sessão paranormal, Domingos surge, encarnado por Mercedes, que se transfigura completamente. Deolinda cai redonda no chão e é Lurdes que a informa, mais tarde, de que terão de estar presentes no cemitério na terça-feira seguinte, pela meia-noite, a fim de descobrirem o que Domingos tem para revelar. É aqui que surge Lina, a sobrinha de Deolinda, que mora no Porto e se revela bastante cética relativamente a estas estranhas atividades, que além do mais põem em causa o seu futuro como única e legítima herdeira de Domingos e Deolinda. Os preparativos para a noite em que o defunto deverá revelar a sua vontade estão em curso: Chico, o ajudante/amante de Mercedes já está no cemitério e escava um sulco por onde uma mangueira deverá passar e que servirá de condutor da voz do falecido até ao jazigo. Mercedes, Lurdes e Deolinda encontram-se na casa desta última, a jantar, e fazem um pouco de tempo antes de irem para o cemitério. É chegado o momento: as três mulheres estão junto da campa de Domingos e o que elas não sabem é que a GNR está pronta a intervir, avisada por Lina. No preciso momento em que Domingos se começa a manifestar, por intermédio de Chico e da mangueira, surgem os agentes e põem cobro a toda esta farsa. Já na esquadra, está Deolinda, ainda incrédula, Chico apático, Lurdes furiosa, Mercedes ainda mais e Lina contente por tudo se ter resolvido. A troca de palavras entre esta, a “bruxa” e Lurdes é bastante dura, mas ainda assim Lina sai triunfante. No regresso a casa, ao conduzir a sua viatura, já a noite vai longa, Lina avista um vulto que se passeia pela berma da estrada e, quando detém o olhar sobre tal misteriosa figura, não tem tempo para dominar o carro quando se apercebe que é… Domingos! Como resultado desta distração, Lina perde totalmente o controlo e o carro despista-se, indo embater com violência numa árvore.

Realização:
Rita Nunes

Elenco:
Sílvia Filipe – Rosa
Cucha Carvalheiro – Deolinda
Maria Emília Correia – Mercedes
Margarida Marinho – Lina
Fernando Candeias – Chico
José Raposo – José Augusto
Mário Jacques – Domingos
Carlos Aurélio – GNR 1
Alexandre Melo – GNR 2
Maria Henrique – Filomena
José Eduardo – Mendes
Cândido Ferreira – Coelho
Marina Albuquerque – Cliente (mãe)
Olavo Franco – Criança
Paula Só / Luísa Barbosa / Rafaela Santos – Aldeãs

2. 451 Forte (13/01/2002)
Numa fria madrugada, à beira de umas dunas, Zé Alberto e Laura fazem amor dentro de um automóvel. Nessa manhã, Zé Alberto vai mais uma vez levar Laura ao ferry-boat para Tróia, para que Laura possa ir visitar o marido – Armando – que está preso em Pinheiro da Cruz por homicídio. A conversa que mantêm durante a viagem é um discurso de dúvidas e indecisões sobre a sua relação – Zé Alberto é casado com Fernanda, irmã de Laura. Enquanto Fernanda trabalha em casa a coser malhas, Zé Alberto trabalha no alto-forno e Laura na cantina da Siderurgia Nacional. Laura e Armando têm uma filha – Sónia – que tem como maior defeito ser gulosa e como qualidade encobrir o romance da sua mãe com o tio. Fernanda e Laura disputam o amor de Zé Alberto. Fernanda tem conhecimento da relação de sua irmã com o seu marido e ameaça-os constantemente com a revelação desta relação a Armando, dando-lhe a conhecer a traição de que também é vítima. Depois de um almoço de família, em casa dos pais das duas irmãs, Fernanda, já embriagada, enfrenta Zé Alberto e provoca Laura. Zé Alberto exerce alguma violência sobre Fernanda. Laura e Sónia assistem passivamente. A notícia de que Armando está prestes a sair em liberdade condicional e Fernanda, que insiste na ameaça de denunciar o romance a Armando, precipitam os acontecimentos. Laura entra numa drogaria e compra 451 Forte…

Realização:
João Mário Grilo

Elenco:
Sofia Alves – Laura
Adriano Luz – Zé Alberto
Fátima Belo – Fernanda
Nuno Melo – Armando
Rita Videira – Sónia
Paula Pais – Alzira
Ângela Ribeiro – Sãozita
Maria Helena Amaral – Educadora
Canto e Castro – Pai de Laura
Cremilda Gil – Mãe de Laura
Rita Blanco – Celeste
Henrique Viana – Droguista

3. A hora da morte (20/01/2002)
Júlio, um jovem futebolista, resolve tentar a sua sorte na grande metrópole. Indicado pelos seus conterrâneos, procura Rodrigo Moreira, um reputado juiz com relações no mundo desportivo, que o introduz num Clube de Futebol e lhe promete contornar o recrutamento obrigatório para África. O juiz apadrinha Júlio, tornando-o um protegido e iniciando-o na vida da grande cidade. Tendo em mãos um complexo processo jurídico, o juiz vê-se acossado por importantes poderes instituídos que não olham a meios para prosseguir os seus fins. Júlio, cada vez mais próximo da família do juiz, apaixona-se pela sua jovem filha Isabel, ao mesmo tempo que se vê envolvido numa chantagem que especula uma relação homossexual entre ele e o juiz. Por fim, o poder instituído é mais forte e o confronto é físico. O juiz é hospitalizado e, sem proteção, Júlio vê-se obrigado a fugir do país e da guerra.

Realização:
José Nascimento

Elenco:
Alexandre Pinto – Júlio
Rui Morrison – Moreira
Joana Seixas – Isabel
São José Lapa – Célia
José Meireles – Alfredo
Carlos Santos – Almirante
Elsa Raposo – Fátima
Carlos Subtil – Artur
Piet-Hein Bakker – Herman
Ana Brito e Cunha – Lina
Raul Henriques – Padre
João Silva – Treinador
Delfina Guedes – Dona da pensão
Sara Barreira – Elvira
Dário Correia – Lotar
Jorge Pereira – Oficial da Marinha
Marta Gomes – Enfermeira 1
Maria João Cruz – Enfermeira 2
Rui Rebelo da Silva – Rudolfo
Susana Vidal – Susana
Manuel Carvalho – Teixeira
Staffan Treneurs / Thomas Treneurs – Suecos na Solmar
Manuel Henriques – Marinheiro
Patrícia Castro – Mulher

Três histórias independentes, cada uma a cargo de um realizador diferente. Em comum, tinham os argumentistas, João Mário Grilo e Paulo Filipe Monteiro.

Os filmes foram gravados em 2000, mas exibidos apenas no início de 2002.

Destaque para a participação do produtor Piet-Hein Bakker, no episódio A hora da morte, precisamente no papel de um holandês.

Os filmes encontram-se disponíveis para visualização no portal RTP Arquivos:

Contas do Morto
451 Forte
A Hora da Morte