Isaura (Lucélia Santos) é uma escrava branca que recebeu uma educação primorosa por parte da sua senhora, dona Ester (Beatriz Lyra). Com a morte desta, começa o calvário de Isaura. Leôncio (Rubens de Falco), filho de Ester, passa a persegui-la constantemente e, não sendo correspondido no seu desejo, demonstra ser capaz de cometer as maiores atrocidades para alcançar os seus intentos.

À medida que a intriga se desenrola, Leôncio revela-se cada vez mais perturbado, a ponto de deitar fogo a uma cabana, por pensar que Isaura se encontrava lá dentro com o seu apaixonado Tobias (Roberto Pirillo). Porém, era Malvina (Norma Blum), esposa do vilão, quem estava dentro da cabana com ele. Malvina e Tobias morrem no incêndio, mas a crueldade de Leôncio em nada é abalada por esta tragédia.

Ao escapar da morte por um triz, Isaura resolve fugir para um lugar distante e é aí que conhece Álvaro (Edwin Luisi), um jovem abolicionista, com quem é feliz até ser descoberta e trazida de volta para o cativeiro. As coisas, porém, acabam por se recompor, quando Álvaro compra todas as dívidas de Leôncio. Encurralado, este constata que, para além de perder Isaura, se encontra completamente arruinado e suicida-se.

Escrava Isaura foi a primeira telenovela a ser exibida à hora do almoço, na RTP 1. As transmissões deste horário eram feitas a partir dos estúdios do Monte da Virgem, para onde as bobinas de Escrava Isaura “voavam” diretamente do Rio de Janeiro.

De modo a abranger um público mais vasto, foi criado um horário alternativo (às 22:30, na RTP 2), com um desfasamento de dois dias.

Entretanto, a RTP decidiu reduzir o seu tempo de emissão, medida que passou, essencialmente, por suspender o período de emissão da hora do almoço após 07/07/1978, dia em que foi exibido o penúltimo capítulo. Por este motivo, o último capítulo foi apresentado, a título excecional, às 20:00 de sábado, dia 08/07/1978. A RTP justificou ao jornal Se7e esta decisão: “Não se justificava que fôssemos abrir o período da hora do almoço, encerrado desde a véspera, para não faltar com a transmissão do folhetim, desde sempre apresentado naquele horário”.

Embora a estratégia de redução das emissões passasse também pela suspensão do segundo canal, este manteve-se no ar durante mais algumas semanas, pelo que o horário alternativo prosseguiu normalmente, terminando na quarta-feira seguinte.

Nesta altura, foi lançado o homónimo livro de Bernardo Guimarães, por três editoras diferentes (Agência Portuguesa de Revistas, Editora Europa-América e Editora Nova Crítica), sempre com uma capa alusiva à telenovela.

A revista Plateia, aquando do final de Escrava Isaura, colocou nas bancas um número especial inteiramente dedicado à novela.

Houve ainda uma publicação da Agência Portuguesa de Revistas, com a história de Bernardo Guimarães em banda desenhada.

A banda sonora foi lançada em EP.

A novela contou com a participação de Ana Maria Grova, uma atriz nascida em Moçambique na época em que este país era ainda uma província ultramarina de Portugal, e que já conhecíamos de O Casarão. Interpretou a personagem Eneida, que denunciava o paradeiro de Isaura quando esta se encontrava foragida com Álvaro.

Maria das Graças, que interpretou a personagem Santa, viria a viver em Portugal alguns anos depois e, após a reexibição da telenovela pela SIC, em 1995, voltou a ser requisitada para trabalhar como atriz, tendo participado no programa Isto É o Agildo, transmitido pela RTP 1.

A reposição da SIC foi ao ar às 18:15, entre junho e julho de 1995. Nesta ocasião, foi comprada uma versão compactada de 30 capítulos de 30 minutos, tendo sido exibidos dois capítulos por dia.

A mesma versão pôde ser vista na faixa GNT Clássicos, no extinto canal GNT, às terças e quintas-feiras, por volta das 21 horas, entre 1999 e 2000.