Eu Show Nico é um programa de humor e música, que tem Nicolau Breyner como figura central.

O ator (Nico A) apresenta o programa em frente a uma plateia de cerca de 70 pessoas, interagindo com ele próprio (o inoportuno Nico B) através de um ecrã.

Cada programa tem como convidado principal um ator, com quem Nicolau Breyner trava uma curta conversa informal e que participa nos sketches humorísticos que vão sendo apresentados.

O humor é aligeirado com a atuação de grandes nomes da música portuguesa.

Completam a emissão o concurso 30 por uma linha e a telenovela Moita Carrasco.

Dois elementos de um casal legalmente constituído são colocados em cabines insonorizadas, de forma a que não se ouçam nem se vejam.

O objetivo é que dêem respostas coincidentes às perguntas que lhes são colocadas.

Os prémios são, para o casal vencedor, um televisor a cores Grundig e 20 mil escudos em viagens da Mundial Turismo. Os restantes casais recebem vales de compra do Pão de Açúcar.

“A primeira telenovela portuguesíssima”, mas com sotaque brasileiro.

A história gira à volta da família Carrasco, residente na Moita.

O patriarca é o Coronel Januário Carrasco (Nicolau Breyner), que tem dois filhos: Berto (José Jorge Duarte), pescador no Tejo, e Filó (Mafalda Drummond), costureira.

Com eles, reside também uma serva, a nega Esmeralda (Lurdes Oliveira da Silva).

As peripécias começam com a chegada de Júlia de Matos (Isabel Bahia), noiva de Berto, que acaba por se envolver com o Coronel Januário. Quem não fica nada satisfeita com o romance é Dona Xepa (Nicolau Breyner), que lança uma maldição sobre a família, fazendo com que tudo comece a dar para o torto. Logo após dar o nó, o Coronel recebe uma missiva de Dona Xepa, revelando que Júlia de Matos é filha de ambos. No final da cerimónia, aparece Herculano Quintanilha (Vítor de Sousa), cujas profecias sobre o destino de todos os integrantes da família se vêem confirmadas: no quintal, descobrem um poço de petróleo, e Carrasco torna-se um riquíssimo sheik.

A novela é preenchida com uma panóplia de acontecimentos, que misturam índios, cowboys, detetives ingleses, duelos, guerras, extraterrestres e viagens no tempo.

Tanta agitação leva o Coronel Januário a exclamar constantemente: “Que mais irá me acontecer?”.

1. (27/09/1980)

Convidados:
Ruy de Carvalho
Simone de Oliveira
Cocktail

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2. (04/10/1980)

Convidados:
Eunice Muñoz
Sarabanda
Concha

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3. (11/10/1980)

Convidados:
Armando Cortez
Alexandra
Paulo de Carvalho

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4. (18/10/1980)

Convidados:
Ivone Silva
Pedro Malagueta
Doce

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5. (25/10/1980)

Convidados:
Ana Zanatti
Lúcio
Fernando Pedro
Lara Li

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6. (01/11/1980)

Convidados:
Badaró
Ana
Manuela Bravo

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7. (08/11/1980)

Convidados:
Florbela Queiroz
Gabriela Schaff
Clemente

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8. (15/11/1980)

Convidados:
Raul Solnado
Dina
Salada de Frutas

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9. (22/11/1980)

Convidados:
Rui Mendes
Elsa Coimbra
Maranata

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10. (29/11/1980)

Convidados:
Manuela Maria
Zé Cabeleira
Lenita Gentil

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11. (13/12/1980)

Convidados:
Herman José
Cândida Branca Flor

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12. (20/12/1980)

Convidados:
Henrique Santana
Mara Abrantes

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13. (27/12/1980)
Especial com os melhores sketches dos programas anteriores
                                                   

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14. (10/01/1981)
Compacto dos 12 primeiros episódios de Moita Carrasco

1. (17/01/1981)

Convidados:
Rita Ribeiro
Fernando Curado Ribeiro
Madi

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2. (24/01/1981)

Convidados:
Francisco Nicholson
Gonzaga Coutinho
Alexandra

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3. (31/01/1981)

Convidados:
Vera Mónica

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4. (07/02/1981)

Convidados:
Delfina Cruz
Adelaide Ferreira

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5. (14/02/1981)

Convidados:
Ermelinda Duarte
Valério Silva
Simone de Oliveira

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6. (21/02/1981)

Convidados:
Octávio de Matos
Susy Paula
Tonicha

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7. (28/02/1981)

Convidados:
Fernanda Borsatti
Maria Guinot
Carlos Paião
Cocktail

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8. (08/03/1981)

Convidado:
Jô Soares
Maria Armanda

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9. (14/03/1981)

Convidados:
Eugénio Salvador
Doce
Banda do Casaco

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10. (21/03/1981)

Convidados:
António Montez
Lara Li
Marco Paulo

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11. (28/03/1981)

Convidados:
Ruy de Carvalho
Fernando Correia Marques
Vicente
Jafu’Mega

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12. (05/04/1981)

Convidados:
Carlos Paião
Carlos Alberto Vidal
Cláudia Krasmann

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13. (11/04/1981)
Especial com os melhores momentos do programa

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14. (25/05/1981)
Especial com os melhores momentos do programa

Eu Show Nico foi composto por duas séries, cada uma com 12 programas inéditos e 2 especiais com os melhores momentos.

Alguns dos sketches eram baseados em números de revistas antigas, com a orientação dos textos a cargo de César de Oliveira.

O programa teve genérico apenas até à terceira semana. Depois, passou a abrir diretamente com a imagem do estúdio.

As sequências “Nico A e Nico B” mostravam Nicolau Breyner a dialogar com um outro Nico, que inicialmente aparecia numa tela, com uma projeção que mal se conseguia ver. Esse aspeto técnico foi, entretanto, melhorado.

No primeiro programa, Nicolau Breyner explicou qual seria a mecânica do concurso 30 por uma linha, no ar apenas na série de 1980.

No segundo programa, assistimos à sessão experimental, em que foram concorrentes:

– Óscar Acúrcio e a sua esposa, Zita;

– Vítor Norte e Isa Mota;

– Mário Moniz Pereira e a sua esposa, D. Carlota.

30 por uma linha teve 10 sessões efetivas, o que representou, ao todo, a participação de 30 casais.

Moita Carrasco foi o “embrião” das telenovelas portuguesas, que só nasceriam em 1982, com Vila Faia. A autoria foi de César de Oliveira, que usava e abusava das expressões e gírias ouvidas nas novelas brasileiras.

Dois dos atores da novela vinham do concurso Écran Mágico, exibido na RTP 2 em 1979, que se destinava a revelar novos talentos na arte da representação.

Um deles era José Jorge Duarte, vencedor da finalíssima do concurso, que aqui se estreava profissionalmente em televisão.

A outra atriz foi Isabel Bahia – não se confunda com a locutora homónima. A sua personagem, Júlia de Matos, foi buscar o nome à protagonista de Dancin’ Days, vivida por Sónia Braga, a quem também se assemelhava o seu visual inicial.

A novela contou com outras “participações especiais” de personagens oriundos de telenovelas brasileiras: Dona Xepa (Nicolau Breyner) e o seu filho Edson (Joel Branco), de Dona Xepa, e Herculano Quintanilha (Vítor de Sousa), de O Astro.

Outras figuras conhecidas participaram na novela, como o Conde de Monte Cristo (Vicente Galfo), da série com o mesmo nome, que acabara de ser exibida na RTP, e o Spock (Jorge Nery) de Star Trek.

Num depoimento à RTP Memória, em 2010, Mafalda Drummond falou sobre o sucesso de Moita Carrasco, mas não se recordava de qual era o “terrível segredo” que havia entre Sinhazinha Filó, a sua personagem, e o Coronel Carrasco (Nicolau Breyner).

Este mistério apenas seria relevado no último capítulo.

Foi Mara Abrantes quem deu voz ao tema de abertura: Amor, Amor à Portuguesa.

A cantora foi ao programa e, como não poderia deixar de ser, esse foi um dos temas interpretados.

Em 1981, estreia uma nova temporada, com um décor renovado e alguns quadros de humor fixos, algo que não existia nos programas anteriores.

Assim, assistimos ao regresso do emblemático Chinesinho Limpopó, interpretado por Badaró, que surgira num sketch do 6.º programa, no qual o ator era o convidado principal, e que passa a aparecer semanalmente.

O sucesso deste personagem, com as suas dificuldades em expressar-se em portugalês (“Como ispilico?”), foi tão grande que o “boneco” teve direito até a um single.

O chinesinho Limpopó regressaria noutros programas de Badaró: O Jardim do Celestino (1983/1984) e O Grande Pagode (1988/1989).

Outra figura de grande sucesso foi a Tia Eva, cantora lírica inspirada numa tia de Nicolau Breyner e escrita por César de Oliveira.

Todas as semanas, a simpática senhora dedicava uma cantiga a um dos seus “queridos”, cujas fotografias colecionava carinhosamente em cima do piano.

Foram homenageados pela carismática professora de canto: Francisco Pinto Balsemão, João Morais Leitão, Nuno Abecasis, Daniel Proença de Carvalho, Manuela Eanes, Álvaro Cunhal, Diogo Freitas do Amaral, Leonardo Ribeiro de Almeida, Maria de Lurdes Pintasilgo, Carlos Macedo, Mário Soares e Ramalho Eanes.

Chegou até a ser cogitada a participação da Tia Eva num programa de informação da RTP: “A Tia Eva é um caso espantoso de popularidade e seria uma pena que acabasse nesta altura, precisamente quando começava a ganhar espaço entre o público”, disse Nicolau Breyner.

Por último, tínhamos o Prof. Von Brain, Herr, famigerado cientista alemão, sempre acompanhado pelo seu assistente Siegfried, uma espécie de cruzamento genético entre homem e cão.

Um dos momentos altos do programa foi a participação de Herman José, que reviveu, com Nicolau Breyner, a inesquecível dupla Sr. Contente e Sr. Feliz.

Ruy de Carvalho foi o ator convidado em dois programas (um deles, o de estreia).

No segundo programa em que participou, Nicolau Breyner convidou-o publicamente para interpretar um dos principais papéis na primeira telenovela portuguesa, que estava em vias de ser produzida. E o ator veio efetivamente a entrar em Vila Faia, vivendo o patriarca Gonçalo Marques Vila.

Carlos Paião também atuou em dois programas, um deles o último – exibido um dia depois do Festival da Eurovisão –, no qual interpretou o seu Playback.

Destaque ainda para a participação do humorista brasileiro Jô Soares, que conhecíamos do programa Planeta dos Homens.

Antes do seu papel em Vila Faia, que a tornaria conhecida em televisão, Luísa Barbosa fez uma pequena participação em Moita Carrasco.

No último programa, o elenco principal da telenovela reuniu-se para uma despedida apoteótica, no melhor estilo ópera rock.

Foi lançado um LP com músicas e anedotas interpretadas por Nicolau Breyner.

O realizador Nuno Teixeira, por se encontrar de férias, foi substituído, nas primeiras semanas, por Pedro Martins.

Eu Show Nico teve uma nova edição em 1987/1988.