Eu Show Nico (1987)

Exibição:
13/12/1987 – 13/03/1988 (RTP 1)

Número de programas:
13

Um programa de:
César de Oliveira
Nicolau Breyner
Thilo Krasmann

Textos:
Benjamim Veludo
César de Oliveira
Francisco Nicholson
Joaquim Pessoa
Luís Macieira
Miguel Sá Fernandes
Nicolau Breyner
Nuno Nazareth Fernandes
Rosa Lobato Faria
Thilo Krasmann

Música:
Thilo Krasmann

Letras:
Rosa Lobato Faria
Francisco Nicholson
Joaquim Pessoa
Nuno Nazareth Fernandes

Direção musical:
Thilo Krasmann

Direção de atores:
Nicolau Breyner

Direção de produção:
Thilo Krasmann

Realização:
Nuno Teixeira

Elenco principal:
Nicolau Breyner
Octávio de Matos
Morais e Castro
Rosa do Canto
Isabel Mota
Carlos Areias

Elenco secundário:
Ana Cristina Paulo
Aníbal Coelho
Aristides Teixeira
Carla Matta
Carla Santos
Catarina
Célia Carvalho
Cristina Amaral
Elizabeth
Filipa Cabaço
Florbela Gonçalves
Gil Vilhena
Graça Cunha
Helena Isabel Alvarez
Helena Roque
José A. Lopes
Licínio França
Lisdália Wahnon
Lobélia Melo
Lurdes Semedo
Maria Gomes
Marília Barroso
Marino Sampaio
Noémia Santos
Paula Dias
Ribeiro da Silva
Rita Costa e Silva
Rosa Villa
Teresa Eva
Tina Moura

Participação especial:
Cão “Bife”

Tendo Nicolau Breyner como figura central, Eu Show Nico combina diversos números de humor:

Os Piratas

Neste grupo de piratas, liderados pelo Comandante Fome Negra (Nicolau Breyner), todos têm perna de pau e estão sempre prontos a representar uma crítica social, atualizada semana a semana.

Somos piratas
Somos piratas
Só não trazemos as gravatas
Não sabemos fazer nós

Há mais piratas
E com gravatas
Que usam luvas
Mas piratas somos nós

Mafanico e Angenico

Mafanico e Angenico são porteiros, respetivamente, do Inferno e do Céu. Apesar disso, dão-se bem um com o outro, falando frequentemente pelo telefone e provocando imensas trapalhadas com as “almas” que se enganam no destino.

Mafanico
Angenico

O Portas

Um vagabundo (Nicolau Breyner), sempre acompanhado do seu cão, o rafeiro Bife, tenta insistentemente ludibriar o porteiro Portas (Morais e Castro) para entrar no Hotel Ex-plendor.

Tia Eva

Regresso da popular cantora lírica, cuja transmissão é feita diretamente de Bruxelas. Em cada intervenção, a “tia” homenageia uma importante figura pública.

A Preservativa

Três distintas senhoras reúnem-se e criam uma associação – A Preservativa – destinada a preservar as espécies animais ameaçadas pelo Homem.

Os Danos da Cultura

Rubrica apresentada por Bernardo Pardo Abelho, culto de profissão.

Telenovela

A ação decorre na mercearia de Juvenal (Morais e Castro). Na cave, funciona uma estação de televisão, a RTIDAC (Radiotelevisão Independente de A-dos-Compadres), dirigida pelo professor Hélio (Nicolau Breyner).

A estação iniciou agora a produção de uma telenovela com três títulos alternativos:

A trama centra-se na família Cebolins: a Baronesa (Linda Silva), a donzela Marta Alexandra Vanessa Sofia Cláudia (Rosa do Canto) e o mordomo (Nicolau Breyner).

Baronesa
Marta Alexandra Vanessa Sofia Cláudia
Mordomo

É em torno desta telenovela e dos seus próprios bastidores que gira a história.

Cada episódio apresenta-nos um emaranhado ininteligível de personagens e situações, que termina sempre com um bordão enigmático: “É mistério… E o mistério é sério.”

1. (13/12/1987)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Linda Silva
Ruy de Carvalho


2. (20/12/1987)

Atores convidados:
Adelaide João
Alda Pinto
Amílcar Botica
António Montez
Francisco Nicholson
Linda Silva


3. (27/12/1987)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Francisco Nicholson
Linda Silva
Herlinda Almeida


4. (03/01/1988)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Francisco Nicholson
Helena Isabel
Linda Silva
Ruy de Carvalho


5. (10/01/1988)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Francisco Nicholson
Linda Silva
Sérgio Alxeredo


6. (17/01/1988)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Eugénia Bettencourt
Francisco Nicholson
João Luís
Linda Silva


7. (24/01/1988)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Fernando Mendes
Francisco Nicholson
Linda Silva
Lurdes Norberto
Pinheiro da Silva
Vieira de Almeida


8. (31/01/1988)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Fernando Mendes
Francisco Nicholson
Jorge Nery
Linda Silva
Luís Esparteiro
Lurdes Norberto
Norberto de Sousa
Vieira de Almeida


9. (07/02/1988)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Baptista Fernandes
Francisco Nicholson
Linda Silva
Lurdes Norberto
Vieira de Almeida


10. (14/02/1988)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Francisco Nicholson
Jorge Nery
Linda Silva
Lurdes Norberto
Vieira de Almeida


11. (21/02/1988)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Francisco Nicholson
Henrique Santos
Linda Silva
Lurdes Norberto
Vieira de Almeida


12. (28/02/1988)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Francisco Nicholson
Henrique Santos
Linda Silva
Lurdes Norberto
Rosa Lobato Faria
Vieira de Almeida

Participação especial:
Jô Soares


13. (13/03/1988)

Atores convidados:
Adelaide João
António Montez
Francisco Nicholson
Henrique Santos
Linda Silva
Lurdes Norberto
Rosa Lobato Faria
Vieira de Almeida

Regresso do programa homónimo exibido em 1980/1981, mas com algumas alterações. Desta feita, a emissão era composta apenas por sketches de humor, não havendo lugar a entrevistas nem a atuações musicais.

O elo de ligação entre os vários sketches continuava a ser feito através de uma conversa de Nicolau Breyner com ele próprio (Nico A e Nico B), mas desta vez perante uma plateia imaginária.

Este Eu Show Nico não repetiu o sucesso do primeiro, tendo sofrido bastantes críticas.

Houve, contudo, um quadro de grande sucesso: os Piratas. A frase “E o pirata sou eu!”, diversas vezes repetida, ficou no ouvido do público e passou a ser reproduzida nas ruas.

O humorista brasileiro Jô Soares, de visita a Portugal, fez uma participação neste quadro.

Nuno Nazareth Fernandes, um dos autores dos textos, interpretou também um dos “pernas de pau”.

Se no primeiro Eu Show Nico existia uma sátira às produções brasileiras, com Moita Carrasco, desta vez tínhamos uma charge aos folhetins portugueses. Assim, a telenovela era retratada como uma produção pobrezinha, feita – literalmente – no vão de escada.

Nicolau Breyner elegeu este como o seu número preferido: “Cumpre um género de humor diferente: o nonsense absoluto. No entanto não será o mais popular…”.

O genérico era uma mistura dos temas das quatro telenovelas que a RTP exibira até à altura: Vila FaiaOrigensChuva na Areia e Palavras Cruzadas.

Francisco Nicholson, autor dos textos deste quadro, trouxe de volta alguns personagens dessas telenovelas:

– O engenheiro Gonçalo Marques Vila (Ruy de Carvalho), de Vila Faia;

– Inspetor Serôdio (Francisco Nicholson) e os seus agentes, também de Vila Faia;

– Sara Teles (Helena Isabel) e o psicólogo Xavier (Francisco Nicholson), de Origens;

– Caniço (Nuno Melo) e Ana (Filipa Cabaço), de Chuva na Areia;

– Helena Salgado (Rosa Lobato Faria), de Palavras Cruzadas.

A Tia Eva esteve em risco de não regressar, devido a problemas de saúde de César de Oliveira, que o impediam de escrever os textos. Contudo, a personagem acabou por participar em 5 dos 12 programas, uma homenagem que Nicolau Breyner quis prestar ao autor: “A perda de César de Oliveira foi por mim muito sentida, foi como perder o meu próprio braço. Quando retomei a Tia Eva durante algumas semanas neste segundo Show Nico, foi para lhe prestar uma homenagem como criador da figura, sabendo que na altura já estava muito mal”.

César de Oliveira acabou por falecer no início de 1988, o que significou o enterro da personagem, como explicou Nicolau Breyner: “A tia Eva é um caso especial. Com ela tenho uma relação profundamente afetiva, até porque a tia Eva tem a ver com uma pessoa da minha família. De qualquer forma, a tia Eva começou com o César de Oliveira e morreu com ele. É um caso de amor que teve a sua vida, o seu apogeu, e acabou quando o César de Oliveira morreu, se bem que o César tenha feito o pedido expresso no sentido de eu continuar a dar vida à tia Eva. Mas eu acho que devo acabar agora; assim a tia Eva acaba com a mesma equipa com que começou.”

Nicolau Breyner esclareceu que a figura de Bernardo Pardo Abelho nada tinha a ver com o intelectual Eduardo Prado Coelho; era, antes, uma crítica a todos os “chatos” que falavam na TV.

O 13.º e último programa apresentou os melhores momentos dos anteriores.

Apesar de Eu Show Nico não ter correspondido às expectativas do público e da crítica, Nicolau Breyner considerou que o programa deveria ter continuado: “O modelo adotado pela RTP resulta num erro crasso. Cada programa tem o seu tempo de lançamento e acabar com ele na precisa altura em que está a agradar ao público, como acontece com o Show Nico, é errado.”

Algum tempo após o final do programa, Nicolau Breyner produziu um espetáculo intitulado Eu Show Nico ao Vivo, no qual tinha a colaboração de Rosa do Canto.

Cartaz do espetáculo, visto na série O Posto

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Eu Show Nico (1987)