Óscar Ventura (Diogo Amaral / João Perry) é dono de uma incomensurável fortuna, construída a partir do nada. Em 1961, aquando da invasão de Goa pelas tropas da União Indiana, Óscar viu-se obrigado a fugir para Portugal, trazendo consigo a sua filha Helena (Eva Mercês / Helena Laureano), de apenas 8 meses. Para trás ficaram Kali (Rita Pereira), sua companheira, que morreu numa estrada minada onde o seu carro explodiu, e Raul (Duarte Figueiredo / Rogério Samora), o seu filho de 6 anos, que havia perdido o rasto dos pais. Óscar chegou a Portugal apenas com a roupa do corpo, mas a sua força depressa o impulsionou para o trabalho, transformando-o num milionário alguns anos depois: é dono do Grupo Ventura, onde pontua a conceituada e cara loja Imperium.

Óscar casa-se com Margarida Miranda (Alexandra Lencastre), uma mulher ambiciosa e calculista, que traçou um plano perfeito para fisgar o milionário. De partida para lua-de-mel, Óscar, que quase havia perdido a esperança de encontrar o seu filho ainda vivo, é informado de que Raul se encontra na Índia. E muda o destino da lua-de-mel para ir ao encontro do filho, cujo rasto perdeu há 46 anos. O reencontro com Raul é o contrário do que o milionário esperava. Raul fora adotado por uma família indiana, no seio da qual cresceu, alimentando um ódio sem limites contra o pai biológico, por quem julga ter sido abandonado. Depois de dizer a Óscar que jamais o perdoará, Raul conhece Margarida nas ruas de Goa e, sem saber quem é aquela bela mulher, os dois acabam por se apaixonar, julgando que nunca mais se vão ver. Até que o destino coloca novamente Raul no caminho do pai, quando a empresa daquele ganha um concurso para modernização dos sistemas de segurança da Imperium.

Helena, a filha de Óscar, vive um casamento rotineiro com o ambicioso Jaime Brandão (Fernando Luís). Dedicada ao trabalho, cheia de energia e iniciativa, Helena nem sequer se apercebe de que o marido a trai com a sua melhor amiga, Carolina (Joana Seixas), e com a madrasta, Margarida. Aliás, foi Jaime quem introduziu Margarida no seio da família Ventura e a ajudou a conquistar Óscar. Quando o milionário marcou casamento com Margarida, esta e Jaime traçaram um plano maquiavélico para se apoderar de toda a fortuna dos Ventura.

Leonor (Sara Prata) é filha de Helena e Jaime. Doce e meiga, namora com o possessivo Guilherme Lopes de Almeida (José Fidalgo), mas o seu coração irá pertencer a Vicente Oliveira (Nuno Janeiro), um jovem garçon que Guilherme colocará na prisão através de um equívoco. Ao invés de afastar Leonor do rapaz, o plano de Guilherme tem o efeito oposto: aproxima-os ainda mais.

Apesar de namorar com Leonor, Guilherme é disputado por outras mulheres. Andreia (Sofia Ribeiro), uma rapariga pobre, funcionária da Imperium, passa o tempo na cola do milionário, assim como Renata (Vera Kolodzig), a maquiavélica filha de Margarida, que, apesar de gostar de Paulo (Pedro Caeiro), rapaz de uma classe social inferior, não admite esse sentimento e considera que Guilherme é o homem que precisa para conseguir o mesmo estatuto da mãe.

Amália Lopes de Almeida (Helena Isabel) é detentora de 10% do Grupo Ventura, mas preferiu deixar essa área dos negócios ao filho, Guilherme, já que tem uma vida profissional agitadíssima: é proprietária de um grupo editorial, onde pontua a revista Flagrante, especializada em expor os escândalos dos famosos, que é dirigida pelo seu genro, Frederico (Marco Delgado), e para a qual trabalha o paparazzo Fábio (Tiago Castro). Frederico é casado com Constança (Paula Neves), a filha mais velha de Amália, obstetra de profissão. Há sensivelmente um ano, Constança e Frederico perderam o seu único filho, que morreu atropelado. Desde essa altura que Constança se sente culpada pela morte da criança, além de saber que Frederico também a culpa, já este se desinteressou da mulher e passa a vida a ter inúmeros casos extraconjugais. Constança sabe dos relacionamentos do marido e, quando sentir que o seu casamento corre sérios riscos de acabar, tomará uma atitude louca, que será um escândalo quando for descoberta.

Salvador (Pedro Granger) é o filho mais novo de Amália e vive num mundo à parte. Completamente desapegado de tudo o que sejam bens materiais, repugna o dinheiro e entra em processo de depressão quando o seu melhor amigo se mata por estar endividado. Depois de quase incendiar a casa onde a família vive, Salvador é internado numa instituição psiquiátrica, de onde foge e embarca para a Índia, depois de uma série de sonhos e premonições. Na Índia, Salvador conhece Nalini (Mariana Monteiro), filha de Raul, por quem se apaixona à primeira vista. O mesmo se passa com a rapariga, mas Nalini está de casamento marcado com um jovem da sua casta que ela nem sequer conhece, uma vez que a união foi negociada pelo pai. Salvador e Nalini envolvem-se, mas o rapaz vai perceber que os dois já se cruzaram noutras vidas, onde sempre a perdeu. E tudo fará para não a perder nesta!

Quem quer distância da família biológica é Margarida, que paga para manter os pais, Alfredo (José Eduardo) e Nazaré (Lia Gama), bem como o irmão, Cristiano (Pedro Górgia), longe de si. Alfredo, Nazaré e Cristiano têm a vigarice no sangue e, embora recebam dinheiro de Margarida, passam a vida atrás dela. A única que não quer saber de Margarida é a sua irmã Ester (Julie Sergeant), uma mulher trabalhadora, divorciada, com dois filhos para criar, que não concorda com os meios que Margarida usa para subir na vida e manter o seu estatuto. Aliás, Margarida e Ester odeiam-se mutuamente.

Vizinhos da família de Margarida são Leopoldo (Júlio César) e Rosa (Marina Mota), um ex-militar já reformado e uma funcionária pública na pré-reforma, cujos dias são passados a atazanar a cabeça daqueles que moram no bairro. O sonho do casal, conhecido como Xerife e Bebé, é casar as filhas, Andreia e Emilinha (Victoria Guerra), com dois homens ricos. Enquanto Andreia parece disposta a isso, Emilinha não abdica do seu romantismo e garante que só casará por amor.

Nas suas horas de solidão, Óscar tem o apoio incondicional de Andrade (Renato Godinho / Francisco Nicholson) e Elvira (Joana Bastos / Margarida Carpinteiro), casal que o acompanha desde os tempos da Índia. Foi Andrade que ajudou Óscar a fugir naquela altura, tendo este trazido a mulher do amigo em sua companhia, enquanto Andrade, militar em serviço, ficou preso em terras indianas. Hoje, Andrade e Elvira vivem na mansão de Óscar, e são os seus melhores amigos e confidentes.

Andrade e Elvira são pais de Cândida (Rita Salema), uma mulher batalhadora, que teve um primeiro casamento com Mateus Correia (Marcantónio del Carlo), um viciado em jogo, e que atualmente é casada com Eduardo Machado (Guilherme Filipe), um advogado fracassado. Deste casamento nasceu Sara (Teresa Macedo), uma jovem rebelde, sobre quem os pais não têm controlo.

O grande sonho de Óscar Ventura é fazer as pazes com o filho e unir os dois irmãos, Helena e Raul, que não se suportam. Andrade, o fiel amigo de Óscar, ajudará este na conquista do coração de Raul. Mas será possível esta reconciliação, dada a paixão que une Raul e Margarida?

Quanto parece estar iminente a reconciliação entre pai e filho, uma tragédia acontece: Óscar é misteriosamente assassinado. Margarida pensa ter o caminho livre para alcançar tudo o que deseja: a fortuna do marido e o amor do indiano. Contudo, Raul é tudo menos ingénuo e, descortinando o verdadeiro caráter de Margarida, desencanta-se dela, sobretudo depois de conhecer a virtuosa Ester. O ódio entre as duas irmãs intensifica-se, e Margarida não medirá esforços para alcançar os seus objetivos…

Óscar Ventura (João Perry)
Há 46 anos, viveu com a indiana Kali uma paixão arrebatadora, da qual nasceram dois filhos: Raul e Helena. Em 1961, viu-se obrigado a fugir da Índia. Em Lisboa, refez-se dos golpes da vida – a perda da mulher e o desaparecimento do filho, cujo paradeiro desconhece. Tornou-se um homem mais duro, menos idealista e dono de uma das maiores fortunas do país. Fervilha de paixão por Margarida, com a consciência de que ela não gosta dele da mesma maneira, mas prefere viver os últimos anos que lhe restam ao lado de uma mulher bela, na ilusão de que pode ainda ser feliz. Sente que o filho Raul não anda longe de si e tudo fará para o reencontrar.

Helena (Helena Laureano)
Ainda bebé, veio no colo do pai para Lisboa. É a luz dos olhos de Óscar, que exerce sobre ela um protecionismo excessivo. Afetuosa e leal, vive um casamento aparentemente idílico com Jaime. Adora a filha, Leonor, e venera o padrinho, Andrade, que para ela é um segundo pai. É sócia da sua melhor amiga, Carolina, no restaurante da Imperium. Embora determinada, tem o seu grau de ingenuidade, confiando cegamente na amizade e na lealdade. Apenas torce o nariz a Margarida, sendo frontalmente contra a união do pai, embora não faça nada para a impedir.

Jaime (Fernando Luís)
Sedutor, manipulador e egoísta, não ama ninguém, à exceção de si mesmo. Casou com Helena por dinheiro e tratou de garantir o seu futuro com o nascimento da filha, Leonor. Urde um plano com Margarida, de quem fora amante, para se apoderar da fortuna dos Ventura. Vai dando umas “facadinhas no matrimónio” com Carolina, a melhor amiga de Helena, situação que o poderia deixar em piores lençóis caso Óscar não “fechasse os olhos” para proteger a filha e a estabilidade familiar.

Leonor (Sara Prata)
É a neta única de Óscar (ou pelo menos a única que conhece). Bonita, doce, meiga, tem um namoro em vias de se transformar em casamento com Guilherme. Embora sinta que algo lhe bloqueia a felicidade, pouco ou nada faz para alterar o rumo das coisas, quando súbita e inesperadamente Vicente lhe abre frecha para alterar a rota do seu coração.

Raul / Yash Rajgar (Rogério Samora)
Em 1961, após a invasão de Goa, foi recolhido por um casal indiano e mudou de nome para Yash Rajgar. Tem orgulho nas tradições hindus, soltando a plenos pulmões o orgulho em ser um brâmane. Sagaz nos negócios, tornou-se dono de uma poderosa firma de sistemas de segurança para empresas, que compete em pé de igualdade com as multinacionais norte-americanas. É viúvo e pai de Nalini. Nutre um ódio profundo por Óscar Ventura, o pai biológico, por quem julga ter sido abandonado. Ainda na Índia, conhece Margarida, por quem fica fascinado, embora não saiba que ela é mulher do seu pai.

Nalini (Mariana Monteiro)
Dona de uma pureza e beleza invulgares, é a filha única de Raul, que a cria como uma princesa. Tem casamento marcado com um jovem da sua casta, para seu grande desgosto. Quando vê Salvador na Índia, hesita entre o amor e as tradições que a cercam. Acima de tudo, não quer desiludir o pai, que é o seu maior ídolo.

Margarida (Alexandra Lencastre)
Nasceu pobre, mas nunca se conformou com essa condição. De um primeiro casamento com um modesto empresário, saiu de mãos a abanar e com uma filha, Renata, que parece cópia sua a papel químico. O envolvimento com Jaime abriu-lhe as portas ao contacto com Óscar. Usando como trunfo o esplendor da sua beleza, fez com que o milionário caísse de amores por si. Maquiavélica, engenhosa e sem escrúpulos, casa-se com o objetivo firme de – se possível, logo na lua-de-mel – se tornar viúva e dona de toda a fortuna dos Ventura. Tem vergonha das suas raízes e da sua família, que a trata por “Guidinha”, para seu desespero. Paga uma pequena mesada aos pais para que não lhe apareçam à frente. Ao irmão, Cristiano, vai comprando o silêncio e a cumplicidade com chorudos cheques. Com a irmã, Ester, vive em permanente conflito, fazendo questão de a rebaixar sempre que pode. Durante a lua-de-mel na Índia, conhece Raul, por quem fica fascinada. Quando descobre que ele é o filho desaparecido do seu marido, tenta seduzi-lo e trazê-lo para o seu lado na luta pelo poder.

Renata (Vera Kolodzig)
A beleza e a sagacidade, herdou-as da mãe, com quem aprendeu a gramática dos jogos de sedução. É mimada, arrogante e snobe, chegando quase a ser insuportável. Ter mais do que aquilo que tem é o seu mote para a vida. Fisga Guilherme, embora tenha uma atração quase fatal por Paulo, que nunca assume perante os outros, porque o rapaz é de uma condição social inferior. Para ela não existem impossíveis. Entusiasma-se com ardis difíceis e demonstra ter fascínios por perucas e jogos palpitantes.

Nazaré (Lia Gama)
É a mãe de Margarida, Cristiano e Ester. Reside num modesto apartamento no Seixal, mas tem aquilo que em Margarida não falta: ambição. Sonha com escaparates de jornais, vida faustosa que só a filha lhe poderá dar, e quem sabe ver os vizinhos descabelados de inveja pelo luxo e espalhafato que faz gala em exibir. Faz-se de vítima para que a filha Margarida lhe dê dinheiro, mas, caso seja necessário, é a primeira a apunhalar a própria filha pelas costas. Vive em choque com Ester, que considera uma mosca morta, por ser honesta.

Alfredo (José Eduardo)
Marido de Nazaré e semelhante a ela no feitio. Ampara a mulher nos pequenos golpes que lhe colocam pão na mesa e reclama que a pensão que recebe é miserável. Vive à míngua e com tostões contados, sorri e esfrega as mãos sempre que os cheques da filha fazem “pingar” mais alguns euros para o bolso.

Cristiano (Pedro Górgia)
Filho mais novo de Alfredo e Nazaré. Se o destino foi caprichoso em lhe dar o mesmo nome que o melhor jogador de futebol do mundo, também se julga credor de veneração infinita. Em manha e em paleio, espalha as palavras por vezes erradas, crendo estar a fazer e a falar de coisas de “valor”. Está sempre de mão estendida para Margarida, servindo-se do estatuto da irmã para conseguir o que pretende, até mesmo a criação de um cargo na Imperium, onde se torna uma dor de cabeça para os funcionários.

Ester (Julie Sergeant)
Embora honesta, íntegra e batalhadora, para os padrões familiares, é a ovelha ronhosa do rebanho. Vive provisoriamente em casa dos pais, que a acolheram e aos seus dois filhos depois do divórcio. Apesar das críticas de que é alvo por parte da família, é a única que contribui para o sustento da casa de forma honrada – trabalha numa empresa de prestação de serviços de limpeza. Vive em guerra aberta com a família, por ser a única que não ampara os golpes de Margarida. Tem os pés bem assentes no chão e não se deixa corromper pela riqueza da irmã, sabendo que só pode contar com aquilo que tem.

Bruno (Diogo Raquel)
Filho mais velho de Ester e verdadeiramente afetuoso com a mãe. Não tem a ganância do resto da família.

Filipa (Beatriz Figueira)
Filha de Ester. É uma miúda altiva, exigente e nada compreensiva com a mãe. Vai soltando (bem orquestrada pelos avós e pelo tio) ambição e vontade de ter sempre mais, mostrando-se com meneios e potencial para ser uma Margarida em tamanho pequeno. Idolatra a tia, que percebe a adoração da sobrinha e usa-a para perturbar Ester.

João Andrade (Francisco Nicholson)
O melhor amigo de Óscar. Vive na sua mansão com a mulher, Elvira, e o neto, Paulo. Fiel, tem uma boca tumular para os desabafos do amigo, embora pareça não ver com muitos bons olhos o passo que Ventura está prestes a dar, por desconfiar da fidelidade e das intenções da noiva. Lança venenosas farpas em forma da mais fina ironia, o que concede por vezes uma faceta mais alegre a um taciturno ex-oficial do exército português. Tem um longo e bem amadurecido casamento, do qual resultou uma filha, Cândida. Venera Helena, que trata como uma segunda filha, e é o principal entusiasta do reencontro de Óscar com Raul. Uma bala amputou-lhe a perna, deixando-o à mercê (sem se apequenar) do desprezo de Margarida, que o batiza de “coxo” e “perneta”.

Elvira (Margarida Carpinteiro)
Mulher de João Andrade, por quem continua apaixonada como se tivesse acabado de o conhecer. Estão prestes a completar bodas de ouro. Embora seja tratada como parte da família Ventura, cumpre com primor as tarefas de uma autêntica governanta. Por debaixo da sua aparente pacatez, existe uma mulher de armas, de personalidade firme, tenaz e capaz de enfrentar tudo e todos para defender as pessoas de quem gosta. Sempre que fareja algum conflito, tenta acalmá-lo, arrefecendo-o com palavras certeiras. É ingénua em relação a Margarida, sendo vítima das suas falinhas doces.

Amália (Helena Isabel)
Fina, elegante e sofisticada, é proprietária de um importante grupo editorial cujo carro-chefe é a venenosa Flagrante, revista social temida pelo jet-set nacional. Tem no genro, Frederico, o responsável pela revista citada. No entanto e ao contrário deste, ainda pretende um jornalismo com alguma ética, embora sensacionalista. Viúva de um dos fundadores da Imperium, tem com Óscar uma amizade que crê ser à prova de bala. É mãe de Guilherme, Constança e Salvador, com quem é afetuosa. Edificou um muro em relação à sua vida sentimental, depois de o marido morrer.

Guilherme (José Fidalgo)
Veste a preceito a fantasia de homem de bem, eficiente gestor de recursos humanos da Imperium e namorado prestes a colocar aliança no dedo na neta de Óscar Ventura. Num fogacho se percebe que o seu lado lunar é outro: é ambicioso, vaidoso, caprichoso e pouco apaixonado, a não ser pelo dinheiro da fortuna da namorada, que gosta de ostentar como troféu. Perdê-la será uma catástrofe e, para se agarrar a Leonor, é capaz de tudo. Terá um caso com Renata, que vê nele uma boa maneira de ascender socialmente, mas percebe de longe os verdadeiros interesses da rapariga.

Carolina (Joana Seixas)
Cunhada de Amália, que a tem quase como uma irmã. Elegante e chique, diz-se a melhor amiga de Helena, de quem é sócia no restaurante. Alardeia fidelidade à amiga, quando desde há muito mantém um caso extraconjugal com Jaime. É fria e vingativa.

Salvador (Pedro Granger)
Filho mais novo de Amália, é considerado na família como sendo o mais mimado e carente. Vive num mundo muito seu, completamente desapegado de tudo o que sejam bens materiais. É bicho do mato e receoso do mundo exterior. Na Índia, conhece Nalini, por quem se apaixona, mas a relação dos dois não será nada fácil. Além do choque de culturas, Salvador é atormentado com visões de vidas passadas, onde os dois sempre se cruzaram e onde ele sempre a perdeu. Tudo fará para evitar que isso se repita nesta vida.

Constança (Paula Neves)
Filha mais velha de Amália. É médica obstetra de sucesso e lidou mal com o pesadelo que há um ano lhe turvou a vida: a morte do filho. Deseja desesperadamente ser mãe para poder recuperar alguma vontade de viver. Tem um casamento mortiço com Frederico, que a culpa pela morte da criança.

Frederico (Marco Delgado)
Casado com Constança, perdeu o interesse pela mulher quando o filho morreu. Mantém o casamento apenas pela posição que ocupa nos negócios da família. É editor da revista Flagrante e um verdadeiro “abutre” na hora de espezinhar e alimentar os seus artigos com insinuações maldosas e sensacionalistas, acompanhadas de fotografias letais para os visados. Sentindo-se imbatível profissionalmente, vai tendo um romance com a secretária, Sónia.

Leopoldo (Júlio César)
A guerra marcou-o e deixou profundas cicatrizes vincadas no ânimo. No Seixal, onde mora, tem a tentação de ser o “xerife” do bairro, que deseja manter imaculado, não desprezando rondas diárias e intensas à moral e aos bons costumes. Passa em revista os comportamentos alheios e, se necessário for, aplica coimas. Em casa, parece ser passivo, sendo dominado pelos destemperos da mulher.

Rosa (Marina Mota)
Mulher de Leopoldo, que a trata por “Bebé”. Funcionária pública à beira da reforma, ocupa grande parte do tempo em mexericos e a espiar a vizinhança. Tem o sonho de comandar e de concorrer à Junta de Freguesia. Dominadora, impulsiva, gosta sempre de mandar e desmandar. Sonha com casamentos faustosos (mais do que felizes) para as suas filhas. É arqui-rival de Nazaré e grande amiga de Ester.

Emilinha (Victoria Guerra)
Filha mais velha de Leopoldo e Rosa. Secretária da administração da Imperium, tímida e cordata, é constantemente advertida por D. Manuela e pela mãe para que se dedique ao trabalho e saia da nuvem onde por vezes parece encontrar-se, perdida na sua feérica existência cor-de-rosa. É uma romântica inveterada, ingénua e crédula, deixa-se encantar por Cristiano, percebendo depois que existe outro príncipe disposto a montar o cavalo branco da felicidade ao seu lado.

Andreia (Sofia Ribeiro)
Filha mais nova de Rosa e de Leopoldo. É quase o oposto da irmã. Empregada na secção de roupa da Imperium, não cala a ambição e repete alto e bom som que será alguém na vida. Usa a sua beleza para conseguir o que quer e não tem nenhum escrúpulo em fazê-lo.

Cândida (Rita Salema)
Filha de Andrade e de Elvira. Balconista na perfumaria da Imperium, teve um casamento fracassado com Mateus e está à beira de assinar o divórcio com o conformado Eduardo. Deixou-se enredar na rotina do trabalho e, na modorra da sua vida, pouca atenção presta a alguns sinais intermitentes de alterações que vão acontecendo. É mãe de Paulo, do primeiro casamento, e de Sara, do segundo.

Eduardo (Guilherme Filipe)
Advogado medíocre e frustrado, é marido de Cândida e pai de Sara. Tem uma relação de cortar à faca com o enteado Paulo, que se pudesse não lhe dirigiria a palavra. Orgulhoso e vaidoso, passa por uma situação profissional de estagnação, que tenta camuflar. Com a filha, é demasiado complacente e condescendente, procurando afirmar-se como um pai moderno. Por isso, nem calcula o que ela faz fora de casa.

Sara (Teresa Macedo)
Filha de Eduardo e de Cândida, entra na idade adulta com a inconsequência própria dos 18 anos e alguma liberdade à mistura. Envolve-se com uma série de rapazes, com os quais tem aventuras esporádicas, sem sequer pensar nas consequências que isso pode ter. Despreza os estudos e pouco fala da sua vida à mesa de jantar. Quando o inferno lhe bate à porta, tenta resolver por si uma situação complicada.

Mateus (Marcantónio del Carlo)
É o pai de Paulo, ex-marido de Cândida e garçon no restaurante da Imperium. Parece de bem com a vida, conformado e sem grandes ambições sem serem as do dia-a-dia. Tem impregnado nas veias um vício que o tornou naquilo que é: o do jogo.

Paulo (Pedro Caeiro)
Filho de Cândida e Mateus. Vive com os avós na mansão de Óscar, que não cala a confidência de ver nele o neto que nunca teve. Pacato e esforçado, estuda engenharia e ajuda em pequenos trabalhos de jardinagem na mansão. Quando Renata vai viver na mansão, apaixona-se perdidamente por ela, mas, aos poucos, vai perceber que ela nunca o irá assumir no seu mundo por vergonha. Sentirá o peso da rejeição, o que modificará a sua personalidade.

Vicente Oliveira (Nuno Janeiro)
Trabalha como garçon no restaurante de Helena. É o terramoto que abala Leonor em forma de paixão. Será alvo de vários golpes sujos para denegrir a sua imagem junto da amada e respetiva família, mas um segredo sobre a sua origem pode vir a tornar-se explosivo, mudando o jogo por completo. Partilha a casa com Mateus, a quem tenta impedir que se afunde cada vez mais no vício do jogo, e com Fábio, que despreza pela sua falta de ética.

Fábio Barreto (Tiago Castro)
É um paparazzo sem escrúpulos, em busca de escândalos para vender às revistas da especialidade, tendo na Flagrante a sua melhor cliente. A sua pouca estatura compensa-a com um apurado instinto de estar onde o escândalo acontece. Partilha a casa com Vicente e com Mateus, não os poupando, se necessário for, às páginas das revistas para as quais trabalha.

Sónia (Ana Catarina Afonso)
Secretária da Flagrante, sensual e vaidosa, é unha com carne com Frederico – ou não partilhasse com o “chefe” alguns segredos… e a cama.

Júlio (Luís Barros)
Repórter da Flagrante.

Marta (Margarida Videira)
Administrativa no hospital onde trabalha Constança. Vai ajudá-la nos planos secretos de devolver um sorriso e alguma vontade de viver à médica.

Pavan (Abdul Razac Seco)
Uma espécie de “grilo falante” na vida de Raul, a quem devota e polidamente trata por Mister. Tenta chamá-lo à razão e, por vezes, fazer ver à luz budista atitudes tomadas pelo patrão.

Cecília (Sofia Reis)
Empregada dos Ventura.

Odete (Ana Sofia Gonçalves)
Empregada dos Lopes de Almeida.

D. Manuela (Maria José Santos)
A esfíngica e competente secretária da direção da Imperium. Para ela, uma boa secretária deve ser cega, surda e muda. Está sempre a chamar a atenção de Emilinha para o trabalho, repetindo a esmo que ela é relaxada e pouco dedicada.

Hélio (Juan Gabriel Soutullo)
Vendedor na secção de Homem da Imperium. Guarda consigo um segredo que colocará ponto de admiração bem vincado no rosto dos espectadores.

Rui (Joaquim de Almeida)
Vendedor na secção de Homem. Luta contra si mesmo em relação a certos preconceitos.

Ricardo (José Pedro Sousa)
Vendedor na secção de Acessórios da Imperium. Tenta ganhar a batalha da rejeição e sair do armário.

Matilde (Petra Camacho)
Vendedora na secção de Mulher da Imperium. Amiga de Sara, a quem ajudará quando a filha de Cândida dela necessitar.

Eva (Hemna Hansraj)
Vendedora na secção de Mulher da Imperium. Recrimina Andreia pelos seus sonhos de grandeza.

Suzuki (Ana Luísa Zhou)
Vendedora na secção de Perfumaria, sob a supervisão de Cândida.

Suria (Ana Cláudia Vaz)
Empregada do restaurante.

Joana (Mariana Ferreira)
Empregada do restaurante.

Kali Basur (Rita Pereira)
Deslumbrante indiana que conquistou Óscar, com quem teve dois filhos: Raul e Helena. Lutou contra as tradições para manter firme o seu casamento. Uma estrada armadilhada põe-lhe precocemente fim à vida.

Lucas (Tiago Retré)
Melhor amigo de Salvador, trabalha na Flagrante. Comete suicídio depois de ser despedido por Frederico, deixando Salvador completamente perturbado.

Luís (Diogo Faria)
Repórter da Flagrante. A troco de dinheiro, assume a responsabilidade de uma reportagem sobre Vicente e Leonor – que lhe custa o emprego –, para ilibar Frederico.

Avelino Sousa (Duarte Victor)
Homem que entra em conflito com Constança por, devido a motivos religiosos, não autorizar uma transfusão de sangue da qual depende a vida da sua mulher.

Inspetor Monteiro (João Cabral)
Inspetor encarregue de solucionar um atentado que atinge Andrade – no lugar de Óscar –, chama a si a investigação da morte de Óscar, incomodando os suspeitos com perguntas indiscretas.

Francisco (Carlos Barradas)
Funcionário do notário onde Óscar fez o seu testamento, é ludibriado por Renata.

Sandra (Tina Barbosa)
Enfermeira no hospital onde trabalha Constança. Presta alguns favores a Margarida, sendo generosamente recompensada.

Judite
Cúmplice de Margarida no “desaparecimento” de Filipa.

Repórter (Jorge Veiga Xavier)
Acompanha o caso do desaparecimento de Filipa.

Padre (Pedro Pinheiro)
Celebra a missa da morte de Óscar e também o casamento de Leonor e Vicente.

Laura (Carmen Santos)
Médica que atende Constança quando esta sofre um aborto.

Rogério Paiva (Paulo Nery)
Gestor de conta da Imperium no BPN.

Serginho (Tiago Carreira)
Amigo de Cristiano. Tira-lhe algumas fotografias – de qualidade duvidosa – para lhe alimentar a fome de fama.

Sílvia Sousa (Ana Bastos)
Amante de Filipe Lopes de Almeida – o falecido marido de Amália –, aparece para trazer luz a um caso nebuloso.

Conservadora (Carla de Sá)
Oficializa a união de Raul e Ester.

Abdul
Bandido indiano contratado por Margarida e Jaime para acabar com Ester.

Advogado (Nuno Guerreiro)
Advogado da Flagrante.

Dr. Candeiras (Jorge Gonçalves)
Advogado que representa Helena no processo de divórcio.

Juiz (Luís Lucas)
Magistrado que decreta o divórcio de Helena e Jaime.

Indiana
Cuida de Ester, quando esta fica debilitada e sem memória, após ser alvejada por Abdul. Com um português arranhado, transmite-lhe sábios conselhos.

Médico (Igor Sampaio)
Responsável pelo acompanhamento de Vicente, depois de este sofrer um atentado.

Correia (Victor Gonçalves)
Pediatra que observa Afonso, o filho de Constança.

Neurologista (Lourenço Henriques)
Diagnostica a Salvador um problema de saúde que, se não for devidamente tratado, fará com que tenha pouco tempo de vida.

Inspetora Francisca Queirós (Maria Henrique)
Em substituição do inspetor Monteiro, decifra a identidade do assassino de Óscar.

Conservadora (Isabel Simões)
Celebra o casamento de Margarida com Raul.

Lady Jojô Macieira (Maria Emília Correia)
Cliente extravagante da Imperium. Será indiretamente responsável por uma mudança nas vidas de Cristiano e Andreia.

Beto (Nuno Porfírio)
Pedreiro seduzido por “Jéssica”.

Ocupando com sucesso o horário de Ilha dos Amores, Fascínios fez regressar a ficção nacional de horário nobre a Lisboa, com uma trama de intrigas e invejas contemporânea que cativou o público.

Fazendo uso de um quase infalível (embora um pouco saturado) artifício capaz de prender o espetador ao sofá – o tradicional “quem matou?” –, António Barreira soube conduzir de modo escorreito a empreitada de fazer com que a novela se mantivesse com narrativa firme e sem a tradicional “barriga” que frequentemente acomete produções similares do meio para o fim da trama.

O arranque da história teve cenas gravadas em Goa e em Bombaim, na Índia. Diogo Amaral, Rita Pereira, Renato Godinho e Joana Bastos foram os atores que participaram na primeira fase (1961), enquanto que Alexandra Lencastre, João Perry e Rogério Samora gravaram cenas da segunda.

A TVI desejava que a “atmosfera indiana” fosse o mais explorada possível, mas as autorizações para gravar nas ruas eram demasiado caras – por cada 10 minutos de filmagens, eram pagos milhares de euros. Auxiliada por uma produtora local, a equipa da novela fugiu a esses preços proibitivos escondendo-se em varandas, enquanto os atores circulavam no meio das gentes de Bombaim.

Depois da mítica Luiza Albuquerque de Ninguém como Tu (2005), Alexandra Lencastre voltou a brilhar no papel de uma vilã. A química conseguida na contracena entre Margarida e Renata (Vera Kolodzig) foi credora dos maiores elogios.

Dentro da mansão, os desempenhos certeiros de João Perry, Francisco Nicholson e Margarida Carpinteiro foram também dignos de loas.

Igualmente consistentes foram as performances maturadas na experiência e na tarimba de Lia Gama e de José Eduardo, construindo personagens credíveis e que podiam, facilmente, ter resvalado para o “boneco”. Dentro do seio da família Miranda, digno de destaque foi também Pedro Górgia, que exercitou a sua veia cómica com o apalermado Cristiano.

Fernando Luís evidenciou-se como o vilão Jaime, despertando algum ódio do público.

Dentro das suas tramas paralelas, Fascínios abordou o tabloidismo na imprensa sensacionalista portuguesa, temática pouco explorada na ficção nacional e que foi bem defendida por Marco Delgado, no ponto como Frederico, o obstinado diretor da revista Flagrante, e Tiago Castro, como o inescrupuloso paparazzo Fábio.

O trajeto da personagem Sara, cuja inconsequência resultou numa gravidez indesejada, trouxe-nos um trabalho bem conseguido por parte de Teresa Macedo, permitindo um outro olhar sobre esta problemática que atinge muitas adolescentes. Igualmente, a linha narrativa que uniu esta personagem a Constança (Paula Neves), capaz de tudo para ter um novo filho, contribuiu para que consumíssemos a novela de bom grado.

As cenas do “xerife” Leopoldo (Júlio César), cuja missão era abordar o passado colonial português e as suas fraturas no ego dos seus soldados, foram exageradas em alguns momentos, tendo parecido algo avulsas.

Joana Seixas viveu uma segura Carolina, embora se tenha tornado enfadonha e desinteressante quando a personagem se tornou alcoólica, numa abordagem em nada diferente das múltiplas visões já vistas em novelas.

Poucos dias após a estreia da novela, a TV Guia divulgava que a assassina de Óscar seria Cândida (Rita Salema), algo que se revelou completamente descabido.

Em março de 2008, faltando ainda meio ano para o final, a mesma publicação solucionou parte do mistério, revelando o nome de Renata como responsável pelo crime.

A novela teve o patrocínio do BPN (Banco Português de Negócios), cujos serviços eram amplamente divulgados em cena. O futebolista Luís Figo surgiu numa participação especial, como figura de uma campanha do banco.

Os exteriores da loja Imperium foram gravados no Pavilhão de Exposições da Tapada da Ajuda. Este edifício fora também usado como fachada do Casino Royal, programa de Herman José exibido em 1990.

A banda sonora foi lançada em CD duplo.

A novela encontra-se disponível para visualização no TVI Player.