A atribulada ação de Fim de Século tem lugar dentro das paredes de um prédio burguês da Rua dos Fanqueiros, onde moram um ministro e um comendador mais as suas respetivas esposas, para além de muitas outras personagens que contribuem para o desenrolar de uma história rebuscada, cheia de pequenos conflitos e recheada de intrigas, rivalidades e muita coscuvilhice.

Haverá lugar para uma cantora lírica, um tanto ou quanto suspeita, para a tentativa de um atentado contra uma augusta personagem por uma organização secretas de “terroristas”, e para os “ataques” mútuos das esposas das suas importantes personalidades políticas, que rivalizam na toilette a levar à grande receção real… culminando tudo isto (e muito mais) no rapto da costureira e num crime passional de faca e alguidar.

1. A augusta personagem
Preparando-se um atentado contra uma augusta personagem, terroristas improvisados, criadagem e coscuvilheiros envolvem na intriga Margarida e Consolação, as duas rivais, esposas de ministeriáveis.

2. A grande “recepeção”
Rivalizando na toilette que as duas vizinhas levarão à receção real, a solução achada por intriguistas e terroristas é raptar a costureira e o mais que se verá.

Os dois episódios de Fim de Século, cada um com 3 partes, foram exibidos de segunda a sexta, no horário que a telenovela Pai Herói ocupara até à semana anterior.

Mais uma realização do Centro de Estudos e Produção de Teledramáticos da RTP, pelas mãos de Herlânder Peyroteo.

Com o subtítulo Retrato de Lisboa de 1890, era, nas palavras do realizador, “um projeto que surgiu a seguir à série A Senhora Ministra”, do dramaturgo Eduardo Schwalbach. “Inicialmente, pensou-se em fazer com outros escritores uma continuação d’A Senhora Ministra, em seis episódios, pegando nas mesmas personagens e pondo-as noutras situações. Só que, por acidentes vários, acabámos por não ter nem outros escritores, nem os mesmos atores, nem o mesmo nome”.

Contudo, o espetador mais atento apercebeu-se de imediato que Fim de Século começa exatamente onde terminou A Senhora Ministra, e embora com nomes distintos, é possível estabelecer uma ligação direta entre os personagens de uma história e de outra. Madalena passa a chamar-se Margarida; Conceição vira Consolação; o Conselheiro agora é Comendador; Isabel é Isadora; Bernardo é Cleonardo; e por aí vai…

Apesar de ter havido algumas mudanças no elenco, Fernanda Coimbra, Norberto Barroca, António Anjos e Carlos Rodrigues interpretaram personagens idênticos aos que tinham desempenhado em A Senhora Ministra.

No entanto, mesmo com todas as semelhanças, Fim de Século não repetiu o êxito de A Senhora Ministra.

Francisco Ribeiro, mais conhecido como Ribeirinho, fazia a sua estreia em televisão. Este teledramático foi exibido pouco após o seu falecimento, que ocorreu a 07/02/1984.

A série encontra-se disponível para visualização no portal RTP Arquivos.