Débora (Natália do Vale) é uma jovem caprichosa e prepotente, que não se conforma com o facto de amar Leandro (Adriano Reys), um homem comprometido. É nesse contexto que ela reencontra o primo Rodrigo (José Wilker), bastando uma pequena troca de palavras para os dois entrarem rapidamente em conflito. No entanto, se numa primeira fase Débora e Rodrigo não se suportam, verifica-se, com o tempo, que essa antipatia esconde um sentimento amoroso.

Muito diferente de Débora, Suzy (Lídia Brondi), a sua irmã mais nova, é doce e romântica. Ao ver o veterinário Paulo (Buza Ferraz) fugazmente, sente-se atraída por ele à primeira vista, sem saber ainda o seu nome. Paulo, por seu turno, é filho da sofrida Marina (Miriam Pires) e tem um irmão deficiente mental, Rafael (Irving São Paulo). A discriminação de que o rapaz é alvo constantemente causa-lhe muitos constrangimentos, até porque a família nem sempre sabe lidar com a situação. Contudo, os obstáculos são superados quando Rafael conhece o pescador Mestre António (Stênio Garcia), que se revela um amigo verdadeiro e tolerante.

Os lances amorosos de Débora e Suzy, entretanto, são abalados por um acontecimento trágico: o pai das duas, César (Roberto Maya), descobre que está falido e, não querendo enfrentar as consequências, simula a própria morte para escapar. Em resultado, toda a família fica numa situação fragilizada, a começar por Maria Luísa (Lilian Lemmertz), a esposa, que se irá consolar nos braços do médico Wagner (Walmor Chagas).

A família de César é composta ainda por um outro elemento, Olegário (Oswaldo Louzada), pai de Maria Luísa e fã incondicional de romances de mistério. É, aliás, recorrendo às suas aptidões detectivescas que ele começa a investigar a vida de dona Sinhá (Elza Gomes), fornecedora de um restaurante, ficando assim a saber que ela cria gatos e não coelhos como todos pensam. Porém, mesmo ciente da sua mentira, Olegário mostra-se reticente em denunciá-la, porquanto Dona Sinhá se revela uma mulher muito sacrificada devido à obrigação permanente de cuidar de Francisquinha, a irmã inválida e totalmente dependente.

Meses depois, quando Maria Luísa já pensa em casar com Wagner, César regressa, desencadeando a revolta das restantes personagens. No momento em que ele é assassinado, todos são suspeitos, inclusivamente Rafael, que as autoridades surpreendem junto ao cadáver com uma arma na mão. Não demora muito, porém, para se descobrir que o verdadeiro culpado é França (José Augusto Branco), assessor e cúmplice de César desde o início do golpe.

Enquanto isso, Paulo passa por um grande tormento ao fazer análises clínicas, pois fica arrasado ao constatar, pelos resultados, que tem uma doença mortal. Durante esse tempo, ele afasta-se de Suzy e isola-se para que ninguém venha a sofrer com a sua ausência. Ao fim de algumas semanas, contudo, ficamos a saber que suas as análises foram trocadas por um lapso de dona Sinhá, a mais recente funcionária do posto médico, que havia deixado cair no chão todas as fichas médicas, sem as conseguir colocar novamente na ordem devida. Desfeito o engano, Paulo fica livre para casar com Suzy, enquanto Débora e Rodrigo deixam de lado as birras para também formarem um casal feliz.

O final desta novela apenas nos reserva uma surpresa: Francisquinha, a irmã inválida de dona Sinhá, não é uma pessoa, mas sim um espantalho com quem ela falava nas horas vagas.

Com uma audiência regular, Final Feliz trouxe-nos mais uma vez uma novela leve e romântica, suscetível de ser acompanhada por pessoas de todas as idades.

No entanto, não obteve o mesmo êxito de Amor com Amor se Paga e A Gata Comeu, os outros sucessos de Ivani Ribeiro que já tínhamos visto antes, também no horário do meio-dia, apesar de a sua produção ser anterior.

Final Feliz era, por sinal, até à data, a segunda novela que demorara mais tempo a estrear em Portugal, apenas sendo superada por O Bem-amado. Ao todo, contavam-se cerca de oito anos e dois meses entre a exibição do último capítulo no Brasil e a sua estreia na RTP.

Mais tarde, ambas seriam superadas neste ranking por Plumas & Paetês e Paraíso, exibidas na SIC, e por Rosa Baiana, exibida na TVI.

De todas as novelas de Ivani Ribeiro que passaram em Portugal, esta foi a única que não resulta de um remake. Todas as outras (Amor com Amor se Paga, A Gata Comeu, O Meu Pé de Laranja Lima, O Sexo dos Anjos, Mulheres de Areia e A Viagem) são regravações de sucessos antigos da autora. Antes de falecer, todavia, Ivani Ribeiro tinha preparada uma sinopse original intitulada Caminhos do Vento, que acabou por se transformar na novela Quem é Você, exibida pela TV Globo e pela SIC em 1996.

Enquanto Final Feliz esteve no ar, a Vidisco lançou um álbum com os seus temas musicais, interpretados pela Banda Mar Azul, que na capa trazia não o logotipo original, mas um outro que aparecia nos resumos da novela em algumas publicações portuguesas.

Já a edição da Espacial, com interpretação da Banda Show Terríveis, recriou o logotipo original, numa capa, por sinal, bastante criativa, inspirada na abertura da novela.