Marco

Título original:
母をたずねて三千里
Haha o Tazunete Sanzenri

Exibição:
22/05/1977 – 12/02/1978 (RTP 1)

Número de episódios:
52

Produção:
Nippon Animation (1976)

Versão portuguesa (anos 70)

Vozes:
Fernanda Figueiredo – Marco
António Montez – Peppino
Carmen Santos – Filomena
Ermelinda Duarte – Ana
João Lourenço – Pedro
João Perry – António

Versão portuguesa (anos 90)

Vozes:
Ana Madureira – Marco
António Feio – Paulo / Peppino
Cláudia Cadima – Conchita
José Gomes – Pedro
Pedro Pinheiro
Teresa Madruga – Ana / Violeta

Marco vive em Génova com a sua família: os pais, Ana e Pedro, e o irmão, Paulo. Vive-se a grande depressão que, em 1881, atinge a Itália.

A mãe de Marco é obrigada a emigrar para a Argentina em busca de emprego, para que a família consiga o seu sustento. Cartas com notícias suas chegam regularmente, até ao dia em que cessam. Marco não pensa noutra coisa senão no que poderá ter acontecido à sua mãe e decide ir para a Argentina em sua busca. A princípio, o pai opõe-se aos planos de Marco, mas acaba por permitir que ele viaje.

Com a companhia inseparável do macaco Dominó, Marco parte, então, para a sua longa jornada em direção à Argentina. No caminho, é auxiliado por um sem número de pessoas, com destaque para Peppino, o chefe de uma companhia de teatro itinerante, que viaja na companhia das suas filhas – a do meio, Violeta, torna-se uma grande amiga de Marco.

Depois de muitas dificuldades e sobressaltos, Marco consegue, finalmente, encontrar a sua mãe, e os dois regressam juntos a Génova.

Marco Rossi
Corajoso garoto de 11 anos que vive em Génova com os seus pais e o seu irmão mais velho. Empreenderá uma destemida viagem para reencontrar a sua mãe.

Ana Rossi
Mãe de Marco e Paulo. É forçada a emigrar para a Argentina em busca de trabalho como empregada doméstica, devido às dificuldades financeiras que a família atravessa.

Pedro Rossi
Pai de Marco e Paulo. É diretor de uma clínica médica onde se atendem sobretudo pessoas carenciadas e, por isso, vive com dificuldades.

Paulo
Irmão mais velho de Marco. É assistente de maquinista.

Dominó
Macaquinho que acompanha Marco para todo o lado.

Peppino
Artista ambulante que ganha a vida realizado espetáculos de marionetas. Foi abandonado pela mulher com as suas três filhas. Está a passar uma temporada em Génova, sem grande sucesso junto do público, e prepara-se para ir para a Argentina.

Violeta
Filha de Peppino. Torna-se grande amiga de Marco.

Conchita
Irmã mais velha de Violeta. É também artista na companhia.

Julieta
Irmã mais nova de Violeta.

Gina
Funcionária da companhia de navegação, é quem habitualmente entrega a Marco a correspondência enviada pela sua mãe.

Emílio
Colega de Marco que abandonou a escola para poder trabalhar e sustentar a família, já que a mãe está doente.

Bernardo
Irmão mais novo de Emílio.

Sr. Geraldo
Dono de um armazém de garrafas em Génova, onde Marco arranja emprego.

Gilberto
Capitão do navio “Andrea Doria”, que leva Marco de Buenos Aires até Rosário.

Mário
Marinheiro do “Andrea Doria”.

Pablo
Rapaz argentino de origem humilde. Acolhe Marco em Córdova, recebendo-o em sua casa.

Joana
Irmã de Pablo. Ganha uma grande afeição por Marco.

NB: Nomes dos personagens de acordo com a versão dos anos 90.

1. A despedida
Marco levanta-se certo de que vai viver um domingo diferente dos outros. Afinal, ele, os pais e o irmão vão fazer um passeio no campo. Todos parecem não querer pensar nos seus problemas, apenas viver intensamente aquele momento. Para Marco, esta data será inesquecível, mas não pelos melhores motivos…


2. Marco, um rapaz de Génova
Marco vai às compras. É um dia especial, pois vão receber o seu irmão, Paulo, que há muito não vem a casa. O barco “Miguel Ângelo” chega, trazendo uma carta da mãe de Marco. Este arranja um emprego a meio-tempo nos correios, no posto da companhia de navegação.


3. Pelas ruas de Génova
Marco sai para ir à pesca com o pai e o irmão. Já na rua, recebe um pedido de Gina para ajudar a distribuir uma grande quantidade de cartas que chegou. É, por isso, obrigado a percorrer grande parte das ruas de Génova num curto de espaço de tempo, de modo a não perder o programa com a família.


4. À procura de trabalho
Marco pensa em arranjar um trabalho de adulto, que lhe dê mais dinheiro para assim poder trazer a mãe de volta. Tenta a sua sorte numa carpintaria, mas à última hora o dono desiste de o empregar. Entretanto, envolve-se numa briga com alguns colegas maldosos, que lhe dirigem palavras provocatórias.


5. Um motivo para celebrar
Marco encontra Emílio, um colega que abandonou a escola para trabalhar, e este consegue arranjar-lhe um emprego no estabelecimento do Sr. Geraldo, a lavar garrafas. Pedro oferece ao filho um mapa-mundo, para que ele visualize mais facilmente onde se encontra a mãe.


6. O primeiro salário
Marco acorda sobressaltado depois de ter um pesadelo com a mãe. Há um mês que não recebe notícias dela. É ainda de madrugada, mas Marco ouve o barulho do “Miguel Ângelo” e corre até ao porto, mas mais uma vez não há correspondência de Ana. Em compensação, uma boa notícia: Marco recebe o seu primeiro salário.


7. O novo apartamento
Com a clínica a atravessar sérias dificuldades financeiras, Pedro vê-se obrigado a mudar-se com os filhos para uma casa mais pequena. A princípio, Marco demonstra algum entusiasmo, a contar que da casa nova se vê o mar. Contudo, não esconde o seu ar de deceção quando vê que se trata de um cubículo velho e sujo…


8. O teatro de fantoches
Marco começa a pensar seriamente em emigrar para a Argentina. Peppino convida Marco para jantar num restaurante. O artista quer Dominó a trabalhar no teatro e propõe a Marco embarcar com eles para a Argentina. Ao chegar a casa, Marco dá a notícia ao pai, e claro que a reação não é das melhores…


9. Desculpa, paizinho
Depois de ser mandado embora pelo Sr. Geraldo, que se viu obrigado a despedi-lo devido à crise nos negócios, Marco procura Peppino, mas este volta atrás na proposta que lhe tinha feito. Marco vai à clínica de Pedro e fica sensibilizado com o trabalho que o pai desenvolve.


10. Buenos Aires, onde está a mãezinha
Conchita está doente e piora depois de ser obrigada a trabalhar à chuva por Peppino, também este com febre. Marco vai até à clínica pedir que um dos médicos vá vê-los a casa. O “Miguel Ângelo” atraca no porto de Génova e, mais uma vez, sem trazer nenhuma notícia de Ana…


11. O talento da Violeta
Peppino está com dificuldades em reunir o dinheiro para viajar para a Argentina. Violeta quer ajudar e prontifica-se a participar nos espetáculos, mas o pai acha que ela não tem jeito. Com efeito, a princípio, o resultado não é o mais satisfatório, mas com a ajuda de Marco, Violeta acaba por conseguir provar o seu talento.


12. Vamos ver o dirigível
Marco ficou deprimido com a última carta da mãe e não quer sair de casa, nem mesmo para assistir ao lançamento de um dirigível. Violeta ainda tenta, mas não consegue convencê-lo do contrário. Porém, quando Emílio lhe fala de uma forma de ganhar algum dinheiro extra, Marco entusiasma-se.


13. Adeus, Violeta
Aproxima-se a partida de Peppino para a Argentina. Enquanto isso, Marco e Emílio procuram o homem a quem deram dinheiro para ajudar Marco a embarcar, e que desapareceu. Violeta já está no navio com a família, triste por ter de se separar do amigo, mas Marco vai até ao porto despedir-se dela.


14. O meu amigo Rocky
Marco insiste com o pai na ideia de ir para a Argentina, mas ele não aceita. Paulo aparece com a notícia de que vai fazer o curso para maquinista, pelo que ficará um ano sem vir a casa. Marco trava conhecimento com Rocky, que trabalha na tripulação de um navio e lhe fala dos passageiros que viajam clandestinamente.


15. O passageiro clandestino
Marco está escondido a bordo de um navio que vai para o Brasil. Pedro e Gina tentam encontrá-lo, sem sucesso. Mas Marco acaba por ser encontrado e pelo cozinheiro do navio. Pedro vai até lá e, inesperadamente, aceita que o filho viaje com esta tripulação até ao Rio de Janeiro.


16. A bordo do Forgola
Marco viaja a bordo do navio “Forgola”, onde trabalha como ajudante de cozinha e aprende coisas muito interessantes com os marinheiros. O cozinheiro, Leonardo, resolve pôr Marco à prova e ordena-lhe que coloque flores no mastro, para ver de que forma se desenrasca para superar o desafio.


17. A passagem do Equador
Depois de fazer escala em Marselha, o navio deixou o Mediterrâneo e segue agora rumo a Sul. Os marinheiros dizem que, na passagem pelo Equador, será possível ver Neptuno. E, como se trata da primeira viagem de Marco, resolvem praxá-lo e pregar-lhe algumas partidas.


18. Já chegámos ao Rio
O navio está prestes a chegar ao Rio. Leonardo, o cozinheiro-chefe, está triste e ao mesmo tempo preocupado com o que vai ser de Marco dali em diante. Quando chegam ao Rio, recebem a notícia de que o barco que levará Marco está com uma avaria e só poderá sair 10 dias depois.


19. O barco dos emigrantes
Marco está agora a bordo de um navio de emigrantes de Nápoles, que viajam em condições miseráveis. Quando Marco reparte um pedaço de pão fresco que trouxe do “Forgola”, a euforia é geral. Marco recorda-se de Violeta e conta a sua história a uma família de emigrantes.


20. Noite de tempestade
A viagem rumo à Argentina prossegue. Começa a chover e, a princípio, os emigrantes ficam contentes. Porém, os chuviscos transformam-se numa violenta tempestade, que gera momentos de verdadeiro pânico entre quem está a bordo. Frederico, um dos emigrantes, tenta acalmar os ânimos…


21. Terra à vista
Marco tem um pesadelo em que a mãe está morta. Acorda em pânico e Frederico tenta tranquilizá-lo. Marco está muito impaciente e pede ao capitão do navio que aumente a velocidade, mas ele diz que não é possível, devido a problemas na maquinaria causados pela tempestade.


22. Onde estás, mãezinha?
Marco está finalmente em Buenos Aires. Mas a tarefa de encontrar a mãe mostra-se mais difícil do que pensava. Procura em dois lugares, mas Ana já não se encontra lá. Fica então a saber que, possivelmente, a mãe foi para Bahía Blanca, e vai a correr para a estação, tentando apanhar o comboio para lá.


23. Não era a mãezinha
Sem ter conseguido embarcar para Bahía Blanca, Marco procura pela mãe num hospital de caridade, onde lhe dizem que está uma mulher doente chamada Ana. Contudo, chegando lá, vê que se tratou de um equívoco, mas, ainda assim, consegue fazer uma boa ação pela mulher nos seus últimos instantes de vida.


24. Olá, Violeta
Marco procura Peppino pelas ruas de Buenos Aires. Como não dormiu nada na noite anterior, sente-se tão cansado que acaba por adormecer debaixo de umas árvores. Por coincidência, Peppino e as filhas passam por ali, e Violeta reencontra o seu grande amigo.


25. O grande êxito de Peppino e companhia
Peppino aceita acompanhar Marco até Bahía Blanca. Arranja uma carroça velha, mas, como não tem dinheiro para consertá-la, decide dar um grande espetáculo para angariar os fundos de que precisa. Antes de partirem, Marco vai ao Consulado de Itália e obtém nova evidência de que Ana foi para o Sul.


26. Através das Pampas
Marco, Peppino e as suas filhas deixam Buenos Aires ainda de madrugada. Pelo caminho, deliciam-se com as belas paisagens que lhes proporcionam as Pampas Argentinas. Durante uma paragem, Marco e Violeta encontram um argentino, Salvador Barbosa, que os convida para irem até à sua quinta.


27. Qual é a moral da história?
Peppino não quer faltar à festa na casa dos Barbosa, pois acredita que venha a ser proveitosa, já que eles são milionários. O artista tem a ideia de aproveitar a história de Marco para uma peça. Durante o ensaio, Violeta não se contém e chora convulsivamente, por o final não ser tão feliz como ela gostaria.


28. A grande estância dos Barbosa
A trupe chega à estância dos Barbosa mas, para grande deceção de Peppino, são colocados num anexo. O velho Salvador interessa-se pela história de Marco e manda chamá-lo para saber mais detalhes. A seu pedido, Peppino encena uma representação teatral da história do rapaz.


29. Neve
A viagem até Bahía Blanca começa a tornar-se maçadora. Para piorar, Julieta está febril, a água acaba e a carroça está a desconjuntar-se. Mesmo debaixo de um temporal, Peppino consegue consertá-la. Apesar da forte chuva e da neve, conseguem chegar até a um casebre isolado…


30. Um gaúcho chamado D. Carlos
D. Carlos sai de manhã cedo, não sem antes consertar a carroça de Peppino. Este segue viagem com Marco e as filhas. Param para comer num povoado, onde Peppino se envolve num conflito com um gaúcho violento, que o ofende e chega a ameaçá-lo de morte. Furioso, Marco sai em defesa do amigo…


31. Uma noite longa
Já se avistam as montanhas que anunciam a proximidade de Bahía Blanca. Peppino e Marco tentam caçar um veado, mas são surpreendidos por um puma, que os faz desmaiar de medo. Mesmo assim, voltam a si sem um arranhão. Contudo, enquanto passam a noite numa casa abandonada, a fera reaparece…


32. Aproxima-se a hora da despedida
Conchita preocupa-se com o sofrimento que causará a Violeta separar-se de Marco. Por outro lado, pensa que seria bom para a sua família terem um lugar fixo para morar. No caminho para Bahía Blanca, encontram uma família de italianos que estão a voltar para Buenos Aires, a exemplo de vários conterrâneos.


33. A mãezinha não está aqui
Chegados a Bahía Blanca, Peppino e as filhas preparam um espetáculo, enquanto Marco sai à procura da mãe ou de alguém que lhe possa dar notícias dela. Vai parar à casa de um senhor chamado Moretti, que lhe diz ser pouco provável que a sua mãe esteja a trabalhar em Bahía Blanca…


34. Quero voltar para Génova
Marco tenta, sem êxito, arranjar trabalho para conseguir pagar a viagem de volta. Peppino quer continuar a investir na história de Marco para os seus espetáculos. Moretti vê Marco com a trupe e pensa numa forma de o ajudar; convida Peppino para montar um teatro.


35. Uma carta da mamã
Através de um mendigo, que se apresenta como Marcelo Estebán, Marco recebe a notícia de que o seu tio, Francisco Matias, morreu há duas semanas. Estranhamente, o mesmo homem entrega-lhe uma carta escrita pela mãe, na qual ela diz ter arranjado um novo emprego em Buenos Aires…


36. Uma ovelha negra na família
Peppino desconfia das intenções de Marcelo Estebán. Ficamos a saber que este é, na realidade, Francisco Matias, o tio de Marco, que fugiu de Buenos Aires. Matias tenta redimir-se e arranja dinheiro para pagar a Marco a viagem de volta para a capital. Marco despede-se de Violeta e parte…


37. Um dia interminável
Marco faz a viagem de regresso a Buenos Aires, sempre com o pensamento na mãe. Quando lá chega, vai até à casa onde hipoteticamente ela trabalha, mas descobre que a família que lá morava se mudou para Córdova. Pede, então, ajuda ao Sr. Menezes, que lhe fora recomendado por Marcelo Estebán.


38. Encontrar-te-ei, mamã
Enquanto aguarda a partida do navio que o levará até Rosário, Marco está a trabalhar na taberna do Sr. Fosco. Antes de partir, o rapaz vai até à casa onde a mãe trabalhou, e a sua ex-patroa diz-lhe cobras e lagartos acerca de Ana. Ainda assim, Marco não se deixa abater e está certo de que encontrará a mãe.


39. A caminho de Rosário
Marco segue para Rosário a bordo do barco “Andrea Doria”, que sobe o Rio Paraná. A tripulação é composta somente por um marinheiro, Mário, e pelo capitão Gilberto. Este tem um génio bastante difícil, mas mostra-se mais afável a partir do momento em que descobre que Marco é seu conterrâneo.


40. A Estrela de Itália
Chegado a Rosário, Marco vê-se mais uma vez sozinho e sem ajuda, pois não consegue encontrar o homem que lhe recomendara o Sr. Menezes. Porém, o reencontro com Frederico muda a sua sorte: o senhor leva-o à taberna A Estrela de Itália, onde vários italianos se prontificam a ajudá-lo.


41. A caminho de Córdova
Marco conseguiu angariar o dinheiro que precisava e apanhou o comboio para Córdova. Durante a longa viagem, Marco vai passando o tempo em conversa com os outros passageiros, e Dominó torna-se a grande atração da carruagem. Por fim, Marco chega a Córdova…


42. Pablo, o meu novo amigo
Marco vai até à morada que lhe deram do Sr. Meguinez, mas a casa está desabitada. Vagueando pelas ruas, Marco trava conhecimento com um rapaz pobre, Pablo; ficam amigos e Pablo leva-o para jantar em sua casa. No dia seguinte, Pablo e a sua irmã, Joana, levam Marco a dar um passeio.


43. A mamã tem que estar aqui
Pablo e Marco saem para trabalhar mas, como não há serviço, Pablo vai pescar e Marco vai tentar encontrar novas pistas da mãe. Contudo, é Pablo que, casualmente, descobre onde fica a casa do Sr. Meguinez. Como é fora de Córdova, arranja um burro e leva Marco até lá.


44. Há que salvar a Joana
Foi mais uma pista falsa: o Meguinez que Marco encontrou não é o patrão de Ana, e sim um primo dele. Em compensação, Marco consegue obter a morada da fábrica de Ramón Meguinez, em Tucumán. Quando regressam a Córdova, encontram Joana, a irmã de Pablo, gravemente doente.


45. Adeus, Pablo
Pablo ajuda Marco a esconder-se num vagão do comboio que vai para Tucumán e distrai a atenção dos supervisores. Marco consegue embarcar clandestinamente mas, no decorrer da viagem, devido a uma fuga de Dominó, é descoberto e largado no meio do nada.


46. Uma viagem acidentada
Marco conseguiu juntar-se a uma caravana de trabalhadores que viajam em direção a Tucumán. O cansaço e a febre tomam conta do rapaz, que dorme horas a fio. No dia seguinte, Marco irrita-se ao ver que os homens prenderam Dominó e oferece-se para trabalhar com a condição de o deixarem em paz.


47. A mamã vive perto dessa montanha
Manuel tenta convencer o patrão a levar Marco até Santiago del Estero, pois é perigoso deixar o miúdo andar sozinho por caminhos tão desertos. Marco fica fascinado ao ver as salinas. O patrão oferece a Marco a burra Velha, para que sua a viagem seja menos penosa.


48. Adeus, Velha
Marco passa por uma povoação, mas prefere seguir viagem, mesmo sabendo que não chegará a tempo de pernoitar na próxima povoação e que passará a noite ao relento. Marco quer chegar a Tucumán o mais cedo possível, mas quem não tem descanso é a burra Velha…


49. Para lá do sonho
Tucumán já não deve estar longe. Mas Marco tem um problema na sola do sapato e fere-se no pé, o que, aliado ao frio e à neve, dificulta esta etapa da viagem. O cansaço é tanto que Marco luta para conseguir manter-se acordado. Enquanto sonha com a mãe, também ela, que está gravemente doente, sonha com o filho…


50. O fim da viagem
Marco foi encontrado desmaiado na neve por um gaúcho, que lhe dá de comer. Ainda lhe restam dois dias de viagem até Tucumán. Ao passar por um vilarejo, consegue boleia com um homem que vai de carroça para lá. Enquanto isso, Ana continua a delirar e a chamar por Marco. E este chega finalmente a Tucumán…


51. Não é um sonho
Na fábrica de Meguinez, Marco conseguiu a morada da sua casa, e dirige-se agora para lá. Encontra a mãe num estado de delírio, mas que rapidamente se esvai quando Ana percebe que Marco está mesmo ali e não se trata de um sonho. Animada com a presença do filho, Ana aceita ser operada.


52. De regresso a Génova
Marco está a passar uns dias em casa do Sr. Meguinez, aguardando a recuperação de Ana. Meguinez e Cristina dão dinheiro a Ana para que compre os bilhetes de volta para Génova. No caminho de regresso, Marco reencontra algumas das pessoas que o foram ajudando na sua empreitada.

Esta série de animação é adaptada de um capítulo de Cuore, do italiano Edmondo de Amicis, cuja publicação data de 1886.

Edmondo de Amicis

Cuore é escrito sob a forma do diário de um menino, Enrique, que relata as suas vivências ao longo de um ano letivo (entre outubro e julho) numa escola de Turim. Para cada mês, é apresentado também um conto. Dos Apeninos aos Andes (Dagli Appennini alle Ande), com cerca de 30 páginas, é o conto do mês de maio.

Partindo de Génova, a trajetória de Marco passa por Marselha, Rio de Janeiro e, já na Argentina, por Buenos Aires, Bahía Blanca, Rosário e Córdova, até que encontra a sua mãe em Tucumán.

Marco – Dos Apeninos aos Andes foi produzida em 1976, pela Nippon Animation, como parte da World Masterpiece Theater, um conjunto de adaptações de clássicos da literatura.

Também Cuore foi adaptado para uma outra série da Nippon Animation em 1981.

Marco estreou na RTP em 1977, com exibição aos domingos.

Não demorou muito a que provocasse alguma comoção, por conta das cenas excessivamente dramáticas. A determinada altura, a exibição foi suspensa para se avaliar se teria ou não continuidade. Com alguns cortes, foi retomada pouco tempo depois.

Um pesadelo de Marco

Em entrevista ao Se7e de 07/01/1980, Maria Alberta Menéres, à data responsável pelo departamento de programas infantis, foi questionada acerca da responsabilidade pela compra de Heidi e Marco, séries que tinham sido insistentemente acusadas por pedagogos e pais como sendo mórbidas ou, pelo menos, como pieguices deseducativas, capazes de entristecer a criança mais equilibrada.

Em resposta, declarou: “Realmente a Heidi já estava encomendada, embora ainda não tivesse chegado quando eu vim dirigir o departamento. Quanto ao Marco, a responsabilidade é do departamento. Só que o modo de visionamento foi inconveniente. Tinham-nos mandado dois ou três episódios para amostra. Verificámos depois que esses eram os mais inofensivos. Depois do começo da transmissão dos episódios é que foi um problema. Houve até interrupção. De tal maneira que teve que vir cá um representante da Beta Filmes, do Japão, para combinarmos com ele como havíamos de aliviar a tensão. Só sei que o burro levava quatro episódios a morrer. Para não interrompermos mais a série, eu e o Gomes Lopes reduzimos essas cenas o mais possível”.

A tese de que a burra Velha demorava quatro episódios a morrer é um tanto exagerada. Afinal, esta só acompanha Marco a partir do final do episódio 47 e morre no final do episódio 48…

Mas razões de outra natureza levaram a que a RTP não interrompesse pura e simplesmente a série: “Tive aqui cenas pungentes de pequenos comerciantes que tinham investido nas figurinhas do Marco. Se interrompêssemos a série íamos arruiná-los, já que eles deixariam de vender os apara-lápis e os outros produtos em que tinham jogado. Fizemos o que nos pareceu possível. E a história acabou. Mas ficámos escaldados”.

Outra cena bastante polémica é aquela em que Marco empunha uma arma, para defender o seu amigo Peppino.

Apesar de tanta controvérsia, Marco foi um fenómeno de sucesso em Portugal.

Foram inúmeros os produtos comercializados com a imagem do desenho, a começar por duas cadernetas de cromos.

As músicas da série foram lançadas num LP e também em single.

Houve ainda vários livros de banda desenhada, bem como a revista semanal Crac.

A série nunca foi reposta na RTP, mas nos anos 90 começou a ser comercializada pela RBA, primeiro em VHS e, mais tarde, em DVD. Cada volume desta coleção contém um episódio de Heidi e um de Marco. Para além dos episódios, inclui fascículos e uma caderneta de cromos.

Destaque menos positivo para a dobragem desta nova versão, dirigida por António Feio. A voz de Marco era demasiado “abebezada” e absolutamente insuportável em cenas de choro. Por outro lado, as restantes vozes eram feitas por apenas quatro atores, o que, dada a grande quantidade de personagens existentes, dava a sensação de todos terem a mesma voz.

Alguns personagens ficaram com os nomes diferentes dos que tinham na primeira versão. Foi o caso de António, o irmão de Marco, que passou a chamar-se Paulo; de Filomena, que se transformou em Violeta; e do macaco Amédio, rebatizado como Dominó.

Os masters desta edição são da versão da Alemanha, pelo que o tema do genérico usado foi o daquele país.

A música, interpretada pela dupla Gitti e Erika, era diferente da que conhecíamos da primeira versão e que era adaptada do original japonês.

Lamentavelmente, a coleção é composta por apenas 35 volumes, o que significa que foram descartados 17 episódios de cada uma das séries.

A mesma coleção foi comercializada pela Planeta DeAgostini.

Também a Prisvídeo lançou Marco, de forma incompleta, em 5 DVDs. Apesar de, no pack, se fazer referência a 39 episódios, são na realidade 40, pois no DVD 2 o episódio 22 está oculto, não aparecendo no menu.

Nos anos 80, foi feito um longa-metragem que não é mais do que um compacto da série.

Já em 1999, a Nippon Animation produziu um remake, usando modernas técnicas de animação. O tema musical desta nova versão é interpretado pela conhecida cantora escocesa Sheena Easton.

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