José Pedro Jorge (António Terra), um jovem realizador, tem dificuldades em acabar o seu primeiro filme por falta de financiamento. O seu produtor e amigo, Francisco Mendonça (Vítor Norte), um toxicodependente, consegue apoios de empresas que escondem lavagens de dinheiro de droga.

Entretanto, um jornal diário investiga o branqueamento de capitais “sujos” e descobre que esses investimentos passam pela participação do filme em causa. A jornalista que investiga o caso, Cristina Lencastre (Cristina Homem de Mello), apaixona-se pelo realizador, mas por dever profissional publica um artigo denunciando todos os envolvidos. Esta decisão leva ao fim do romance entre Cristina e o realizador e à interrupção das filmagens.

José Pedro, porém, foge com a película e termina a montagem em Barcelona. Acusado de cumplicidade no crime de lavagem de dinheiro e perseguido pela Polícia, o jovem realizador realiza a sessão de lançamento do filme e entrega-se às autoridades.

José Pedro Jorge (António Terra)
Realizador em início de carreira. Está há anos a tentar concluir a sua primeira longa-metragem, o que ainda não conseguiu por falta de verbas. Ingénuo e alheio ao que se passa à sua volta, é metido numa alhada por Chico, o seu sócio. Quando percebe o que se passa, já está incriminado e é tarde demais. Decidido a acabar o seu filme, resolve ir até ao fim e assume todas as consequências.

Francisco Mendonça (Vítor Norte)
Produtor do filme de Zé Pedro. É viciado em cocaína e, por causa da droga, envolve-se com perigosos marginais que são vitais para o financiamento do filme que está a produzir.

António Silva (Carlos Cabral)
Líder de um poderoso grupo empresarial que opera como fachada ao tráfico de droga. Embora relutante, aceita adotar o cinema como mais uma opção para a lavagem de dinheiro, em que o filme de Zé Pedro será a primeira “parceria”.

Cristina Lencastre (Cristina Homem de Mello)
Jornalista no Diário de Notícias. Tem em mãos um trabalho de investigação sobre a lavagem de dinheiro em Portugal, o que a fará correr alguns riscos. Coloca o jornalismo acima de tudo, mas a paixão por Zé Pedro fá-la-á reequacionar as suas prioridades.

Filipa (Margarida Pinto Correia)
Editora do DN. Apesar de ser ela a obter a maioria das informações, confia a Cristina a autoria da reportagem sobre a lavagem de dinheiro.

Alexandre Vasco (Hélder Costa)
Diretor do DN. Confia a investigação sobre lavagem de dinheiro a Cristina e Filipa, embora cauteloso com o impacto que a reportagem pode ter. Ciente do perigo que elas correm, pensa em colocar a Polícia Judiciária ao corrente do assunto.

Antónia da Cunha Leal (Carla Lupi)
Editora-executiva do DN. Antipática e invejosa, não gosta que mais ninguém brilhe, além dela, o que a leva a colocar em causa a capacidade de Cristina e de Filipa perante o diretor.

Beatriz Ventura (Sofia Sá da Bandeira)
Namorada de Francisco. Tenta, sem sucesso, desviá-lo do caminho da droga.

António Cerqueira (José Meireles)
Homem de mão de António Silva. Preza a imagem e as boas maneiras acima de tudo. É encarregado de garantir que tudo corre conforme o previsto na operação com o filme.

Manel (Pedro Efe)
Homem bruto, é a sombra de Cerqueira, que o considera desprovido de maneiras e de know how.

Pedro Somer (Afonso de Melo)
Fotógrafo do DN. É um agente duplo, trabalhando como espião ao serviço do cartel da droga. Vigia Cristina e acompanha de perto toda a sua investigação.

Pintas (Rui Veiga)
Uma das fontes de Filipa, com quem tem uma relação casual. Está envolvido com os poderosos da droga, em quem passa a perna. Antes de fugir, entrega à editora algumas provas determinantes na investigação.

Fernando Ferreira (Paulo Godinho)
Contabilista, amigo de Zé Pedro. Ao tomar conhecimento das falcatruas que envolvem a lavagem de dinheiro, abandona a sua função, não sem antes advertir Zé Pedro do perigo que corre.

Luís Coutinho (Paulo Nery)
Distribuidor que é procurado por Cristina para, a pedido de Zé Pedro, promover a distribuição do filme.

1. (04/01/2002)
José Pedro, realizador, e Francisco, produtor, tentam angariar verbas para uma longa-metragem que há muito iniciaram e que tem sido produzida aos bochechos. Depois de mais uma vez saírem de mãos a abanar – e sem que José Pedro tenha conhecimento –, Chico faz um acordo com um grupo de empresas que servem de fachada para lavagem de dinheiro proveniente da droga, para que o filme seja incluído no esquema.

2. (11/01/2002)
Cristina e Filipa firmam um pacto para levar a investigação até às últimas consequências. Chico pede a José Pedro que deixe a seu cargo as questões financeiras relativas ao filme. Cristina interessa-se pelo depoimento de José Pedro na rádio. Cristina é espiada pela janela e, logo em seguida, recebe um telefonema ameaçador. A jornalista liga para José Pedro a fim de agendar uma entrevista, mas ele, bêbado, recusa o convite. Ela, então, decide procurá-lo no estúdio.

3. (19/01/2002)
Preocupado com as ameaças de que Cristina tem sido alvo, o Diretor pensa em envolver a PJ. Pedro entra no apartamento de Cristina e rouba-lhe as provas que ela reunira até então. Cristina desabafa com José Pedro sobre o seu problema. António Silva ameaça Cerqueira, dizendo-lhe que, caso não obtenha rapidamente as faturas do filme, será punido. Através de Fernando, o contabilista, José Pedro toma conhecimento do que se está a passar e fica a saber que pode ser preso.

4. (26/01/2002)
Chico aparece em casa de José Pedro em estado deplorável. Furioso, o realizador incita-o a snifar toda a droga de uma só vez. Chico morre de overdose, mas José Pedro sai de casa sem se aperceber. António Silva ameaça José Pedro. Depois de uma noite romântica, ao mexer no computador de José Pedro, Cristina descobre que o filme dele está ligado à lavagem de dinheiro. Um jornal concorrente do DN torna o facto público. Sentindo o cerco a apertar, José Pedro apressa a montagem do filme.

5. (02/02/2002)
Cristina irrita-se por ter sido destaque a José Pedro na primeira página, poupando os “tubarões”. O seu sentimento de culpa aumenta quando Fernando, o contabilista de José Pedro, lhe conta que ele não teve qualquer responsabilidade no esquema de lavagem de dinheiro. Procurado pela Polícia, José Pedro termina o filme em Barcelona e, em seguida, refugia-se num monte alentejano. Com a colaboração de Cristina, é preparada uma aparatosa campanha de lançamento.

O Crime… foi uma série escrita e realizada por José Carlos de Oliveira.

Os primeiros dois episódios foram exibidos no horário nobre de sexta-feira, tendo os restantes sido relegados para a madrugada de sábado para domingo.

Cristina Homem de Mello, para além de protagonista feminina da história, foi também assistente de realização, algo que já acontecera em outros trabalhos da atriz com o realizador.

Algumas cenas foram gravadas no edifício do Diário de Notícias, cuja redação era um dos pólos da história.

Dois temas de Jorge Palma – Frágil e Eternamente Tu – foram os escolhidos, respetivamente, para a abertura e para o encerramento dos episódios.

No último episódio, a ficção misturou-se com a realidade: alguns dos atores do elenco estiveram presentes, como eles próprios, na antestreia do filme de Zé Pedro.

Na mesma ocasião, o realizador da série, José Carlos de Oliveira, fez uma participação, interpretando também um realizador de cinema, em entrevista ao jornalista Vítor Gonçalves.

Também Fátima Campos Ferreira surgiu como ela própria, apresentado as notícias relativas ao escândalo envolvendo o filme.

A série encontra-se disponível para visualização no portal RTP Arquivos.