A bordo do Foguete, são recebidos os passageiros, com a preocupação de lhes ser proporcionada uma viagem cómoda, divertida e recheada de bons momentos.

Como em qualquer comboio, compõem a tripulação o revisor e assistente de bordo (António Sala), o maquinista – ou, melhor dizendo, o técnico de condução (Carlos Paião) – e o barman (Luís Arriaga).

Os numerosos viajantes do Foguete são não só anónimos mas também algumas figuras públicas, convidadas a atuar no decorrer da viagem. Outras atuações, previamente gravadas, são projetadas no ecrã da carruagem.

1. (30/07/1983)

Convidados:
Paco Bandeira
Doce
Rodrigo
Beatriz Costa
Fernando Pessa

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2. (06/08/1983)

Convidados:
Marco Paulo
Né Ladeiras
Pim Pam Pum
José e Rui Andrade (Patinhas e Ventoinha dos “Parodiantes de Lisboa”)

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3. (13/08/1983)

Convidados:
Lena d’Água
Carlos Guilherme
Carlos Alberto Vidal

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4. (20/08/1983)

Convidados:
Eusébio
Coluna
Pilão
Dr. Wilson
João Maurílio
Florência
Jafu’mega
Edgar Souto
Quim Barreiros

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5. (27/08/1983)

Convidados:
Pedro Barroso
Cândida Branca Flor
Mara Abrantes
José Cabeleira

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6. (03/09/1983)

Convidados:
Go Graal Blues Band
Gonzaga Coutinho
Adelaide Ferreira
João Maurílio

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7. (10/09/1983)

Convidados:
Cocktail
António Ferreira
Jorge Palma
Armando Gama

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8. (17/09/1983)

Convidados:
Jomaguy
Heróis do Mar
Peter Petersen
João Maurílio
Susy Paula
Vasco Rafael
Artur Lucena
Vítor de Sousa
Belle Dominique

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9. (24/09/1983)

Música a cargo dos três protagonistas, com acompanhamento dos pianistas João Maurílio e José Cabeleira

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10. Melhores momentos (01/10/1983)

O embrião deste programa surgira dois anos antes, quando António Sala, Carlos Paião e Luís Arriaga apresentaram à RTP um projeto intitulado Corta-Unhas, que mais tarde sofreu alterações, dando origem a O Foguete.

O Foguete foi um comboio surgido nos anos 50, para fazer a ligação entre Lisboa e Porto. Ficou famoso não só pela rapidez com que cumpria o trajeto (cerca de 4h30) como também pelos serviços de que dispunha, considerados um verdadeiro luxo para a época.

O comboio deixou de circular em 1966, passando a ligação entre Porto e Lisboa a ser assegurada por locomotivas da Série 2500. Apesar disso, o serviço continuou, durante alguns anos, a ser conhecido entre os utilizadores como “Foguete”. Os comboios Alfa e Intercidades apenas surgiriam no final dos anos 80.

A música foi o prato forte servido a bordo deste Foguete, contando com a participação de famosos intérpretes portugueses, de que foram exemplo: José Cid, Doce, Paco Bandeira, Jafu’mega, Heróis do Mar, Jorge Palma, Cândida Branca Flor, Adelaide Ferreira, Lena d’Água, Marco Paulo, etc.

Houve também a preocupação de, em cada emissão, levar ao pequeno ecrã cantores novos ou menos conhecidos do grande público. Para isso, foram ouvidas dezenas de jovens à procura de uma oportunidade e selecionados os melhores.

Contudo, a parte musical não esteve apenas a cargo dos convidados, já que os três “Fogueteiros”, mesmo em serviço, não deixaram de dar uma canja.

Para além dos três protagonistas e autores do programa, outros atores deram o seu contributo ao animado ambiente das viagens do Foguete: Luís Mascarenhas, Fernando Mendes, Maria Cabral, Raquel Almeida e Dulce Guimarães.

Este foi o primeiro trabalho do popular Fernando Mendes em televisão: “A minha estreia foi com O Foguete, em 1983, junto do António Sala e do Carlos Paião. Era a primeira vez que fazia televisão e estava muito nervoso. Fui muito bem recebido. Lembro-me que no programa havia uma carruagem com comida. Eu fazia de gatuno e tinha de comer um frango. Recordo-me de repetir a cena só para comer outro frango. A minha fama de comilão começou aí, logo na estreia”.

Também no que respeita aos passageiros houve convidados especiais, figuras de diversos setores da vida nacional que foram entrevistados de uma maneira informal: Beatriz Costa, Fernando Pessa e Eusébio, entre outros.

Apesar de hoje o programa ser recordado com algum saudosismo, talvez pela popularidade do tema do genérico e pela presença de Carlos Paião, que se tornou uma figura mítica, na altura a crítica mostrou-se pouco recetiva.

No final do programa, António Sala declarou à TV Guia que, embora a crítica da especialidade não tivesse sido a mais favorável, houve uma reação bastante positiva por parte do público: “Eu, o Paião e o Arriaga temos participado, este verão, em inúmeros espetáculos pelo país fora, observando a reação do público. É sensacional! As pessoas, pelos vistos, gostaram… As pessoas cantavam a canção do Foguete… As pessoas reconheciam-nos… Em suma, as pessoas marcaram, sobretudo, os bonecos criados para o Foguete, desde o revisor ao maquinista, passando pelo barman. Mesmo admitindo que digam mal deles, a verdade é que as pessoas falaram dos bonecos…”.

O genérico, com a realização de Carlos Barradas, foi gravado com a participação dos três protagonistas na estação de Alcântara.

O tema principal d’O Foguete foi lançado com sucesso no mercado discográfico.

Aparentemente, apenas sobreviveu no arquivo da RTP o 8.º programa, exibido originalmente em 17/09/1983. Este programa foi transmitido pela RTP Memória, pela primeira vez, no dia 08/12/2010, e teve como convidados: Jomaguy (mágico), o grupo “Heróis do Mar”, Peter Petersen (cantor), João Maurílio (pianista), Artur Lucena (poeta) e Vítor de Sousa (ator), Suzy Paula (cantora), Vasco Rafael (fadista) e Belle Dominique (travesti).

No dia 25/01/2015, a rubrica Abandonados, coordenada por Pedro Mourinho e integrada no Jornal da Noite, da SIC, mostrou o que era feito do Foguete.

O comboio, que deixou a linha do Norte no final dos anos 60, ligou o Barreiro ao Algarve nos anos 70, até ficar abandonado na linha do Alentejo. Perspetiva-se, agora, uma recuperação que poderá custar mais de um milhão de euros.

O programa O Foguete foi, naturalmente, citado, e o cantor portuense Miguel Araújo apareceu interpretando o conhecido tema musical.