O Preço Certo

Exibição:
17/09/1990 – 27/06/1993 (RTP 1)

Número de sessões:
110

Apresentação:
Carlos Cruz
Nicolau Breyner

Locução:
António Macedo

Produção:
Isabel Fragata
Luís Fialho Rico

Realização:
Pedro Martins

Produzido em associação com:
Mark Goodson Productions
Fremantle Internacional

Adaptação para Portugal:
CCA – Carlos Cruz Audiovisual, Lda.

O objetivo do concurso resume-se a adivinhar o preço exato dos objetos expostos. Ganha quem mais se aproximar do preço certo, desde que não o ultrapasse.

Os prémios, apresentados pelas chamativas assistentes do programa, são da mais diversa espécie: produtos alimentares, roupa, eletrodomésticos, objetos decorativos, viagens ou automóveis, entre outros.

Em cada sessão, participam nove concorrentes, selecionados aleatoriamente entre a plateia do Cinema Europa, em clima de grande euforia. Ao todo, há seis jogadas, três na primeira parte e três na segunda.

Cada jogada é composta por dois jogos. No primeiro, os quatro concorrentes em jogo tentam, simultaneamente, adivinhar o preço de um determinado objeto. Aquele que mais se aproximar adquire o direito de jogar individualmente.

A partir da segunda jogada, entra sempre um novo concorrente para substituir o que jogou individualmente na ronda anterior.

São diversos os jogos individuais. Descrevemos aqui alguns deles:

Preço espremido

São exibidos, num painel, cinco algarismos, em que sabemos que os dois situados nos extremos fazem parte do preço. O concorrente tem de descobrir qual dos 3 algarismos do meio compõe o preço certo.

De 0 a 9

O concorrente vai pedindo algarismos de 0 a 9, que compõem o preço de três prémios diferentes, e ganha o primeiro prémio a ter o seu preço completo.

Contra-relógio

Em 45 segundos, o concorrente tem de colocar 4 tabuletas de preço nos artigos correspondentes. Caso acerte nos 4 prémios, leva mais um de bónus.

Jogo das bolachas

O concorrente começa com uma bolacha e pode conquistar mais quatro, se acertar, para quatro prémios, qual é o algarismo que não faz parte do preço.

As bolachas são depois jogadas do alto de uma plataforma e caem aleatoriamente numa casa, que determina o prémio ou a quantia em dinheiro auferida (que pode ser de zero escudos).

Mais ou menos

Em 45 segundos, o concorrente tenta acertar no preço certo de três prémios. O apresentador vai respondendo “mais” ou “menos”, de modo a que ele consiga ir ajustando a estimativa.

Zero a zero

Neste jogo, o prémio parte do valor inicial de 100$00, podendo atingir 1.000.000$00. É fixado um preço máximo e estão expostos 6 objetos: 4 deles com um preço inferior ao máximo e os outros 2 com um preço superior. Enquanto conseguir escolher um dos objetos mais baratos, vai sendo acrescentado um zero ao prémio. Quando escolher um objeto mais caro, pára o jogo e é arrecadado o valor que estiver marcado na altura.

Socos na sorte

De um conjunto de quatro objetos expostos com o preço errado, o concorrente tem de adivinhar se o preço correto é mais alto ou mais baixo. Por cada acerto, tem direito a dar um soco na sorte. Sempre que acertar num prémio, pode decidir se fica com ele ou se o descarta e continua a dar socos.

Ricas cartas

Sobre a mesa, está um baralho de cartas com as faces voltadas para baixo. O concorrente vai selecionando cartas cujas pintas representam 100 contos cada uma. Se sair uma figura, esta vale 1000 contos. Se sair um ás, vale a quantia que o concorrente quiser. O objetivo é aproximar-se o mais possível de um determinado preço, sem exceder o seu valor absoluto e não ultrapassando o erro estipulado no início do jogo.

No final das duas primeiras partes, os três concorrentes vencedores jogam à roda para se habilitarem a jogar o super-prémio. Podem jogar uma ou duas vezes, mas, se ultrapassarem os 100 pontos, ficam automaticamente excluídos.

Na terceira e última parte, os finalistas das partes anteriores disputam o super-prémio. Este é composto por uma lista interminável de prémios, devendo ser adivinhado o somatório dos respetivos preços.

O concorrente que está a ganhar mais escolhe um sobrescrito onde está inscrita a margem de erro que pautará o jogo.

Se o concorrente que mais se aproximar do preço o fizer sem o ultrapassar e com uma margem de erro inferior à estabelecida, leva a totalidade do super-prémio. Se for vencedor mas ultrapassar a margem de erro, apenas tem direito a um dos prémios que compõem a montra, à sua escolha. Se os dois concorrentes apostarem no mesmo número, ganha o que estiver a ganhar menos até ao momento.

Os candidatos que não chegaram a ser chamados levam ovos de chocolate Chocobom Preço Certo, que, no seu interior, podem também ter senhas que dão direito a prémios.

O Preço Certo – The Price Is Right, no original – é o programa de jogos de maior longevidade ainda no ar. Estreado em 1956 nos Estados Unidos, continua a captar audiências e novas gerações de fãs.

Em Portugal, chegou até nós em 1990, juntamente com uma avalanche de concursos. De todos os que estrearam nesse ano, este era o que apresentava um cariz mais popularucho, talvez devido à simplicidade do seu funcionamento.

O concurso estava “carregadinho” de publicidade.

Para além de publicitadas as marcas dos artigos que faziam parte do concurso, eram também efetuados sorteios promovidos por outras marcas.

Obedecendo a um formato internacional, o concurso foi no entanto adaptado ao público português. Uma das novidades que estavam inicialmente previstas era a introdução de um momento musical, que era inédito em relação às versões existentes em todo o mundo.

As duas primeiras sessões chegaram a ter esse momento, mas Carlos Cruz considerou que o valor acrescentado era relativo e que o programa ficava demasiado longo, pelo que acabou por se abdicar da ideia.

Carlos Cruz deixou o concurso em julho de 1991, alegando querer evitar o desgaste da sua imagem, pois tinha apresentado O Preço Certo logo após uma temporada do Um, Dois, Três.

Contudo, regressou em outubro do mesmo ano, na RTP 2, com um programa de entrevistas: Carlos Cruz Quarta-Feira (que esteve para se chamar Carlos Cruz Quinta-Feira).

A pasta da apresentação foi passada a Nicolau Breyner, que a assegurou durante mais duas temporadas.

A voz-off foi de António Macedo nas três temporadas.

O Preço Certo teve o apoio da Nova Rede do Banco Comercial Português. Carlos Cruz era quem dava a cara por este patrocinador, tendo continuado a fazê-lo mesmo depois de abandonar a apresentação do concurso.

O concurso foi relançado em 2002 – durante algum tempo, com o título de O Preço Certo em Euros –, para familiarizar os portugueses com a nova moeda.

Foi apresentado, primeiro por Jorge Gabriel, e depois por Fernando Mendes – que se mantém, até hoje, na apresentação –, agora com Miguel Vital a dar voz aos fabulosos prémios.

Continua a ser um fenómeno de audiências e a fazer furor entre públicos de todas as idades.

Fernando Mendes e Jorge Gabriel

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O Preço Certo