1. Saída à aventura (22/10/1988)
Salta-Pocinhas, mandada embora de casa de seus pais por já ser altura de cuidar de si própria, corre esfomeada pelos bosques à procura de comida, sem nada achar. Na sua busca encontra o irmão mais velho, Pé Leve, que a informa de que o Texugo Salamurdo caçou uma pata e que, como é esmoler, talvez lhe dê alguma coisinha. Salta-Pocinhas vai logo à sua procura e vai sucessivamente encontrando a Fuinha, o Gato Bravo e o urso Tio Mariana, a quem pede informações sobre o paradeiro do Salamurdo.
2. Mal de dentes (29/10/1988)
Salta-Pocinhas chega à toca do texugo Salamurdo, que está a dormir. Salta-Pocinhas chama, implora e, por fim, sem resposta, zanga-se, grita, insulta. O texugo Salamurdo acorda mal disposto com a gritaria e tenta apanhá-la, sem sucesso. Resolve então ir queixar-se ao vice-rei do bosque, o lobo D. Brutamontes. Salta-Pocinhas resolve tomar conta da toca e empesta-a com o seu cheiro, partindo depois na peugada do texugo Salamurdo.
3. (05/11/1988)
Salta-Pocinhas, na toca que foi do texugo Salamurdo, é acordada por sua mãe, que a previne de que D. Brutamontes, acusando-a do assassínio de Salamurdo, a condenou à morte. Salta-Pocinhas, abandonada pela mãe, assiste à proclamação da sentença que é lida por Lince a todos os bichos reunidos em assembleia. Tio Mariana é o único que levanta a voz para a defender.
4. O bicho palheiro (12/11/1988)
Sedento de vingança, D. Brutamontes pensa numa forma de apanhar a raposeta. Decide assim montar guarda à única fonte que não secou durante o verão e onde todos os animais vão beber água. Fustigada pelo calor, Salta-Pocinhas não encontra forma de matar a sede. Até que um dia vê um cortiço e tem uma ideia: unta-se com mel e rebola-se na palha, ficando irreconhecível. Vai então beber água e engana o vice-rei, que só descobre o engano quando, no outono, a chuva estraga o disfarce da raposinha.
5. A “morte” do tirano (19/11/1988)
D. Brutamontes põe-se de atalaia e aos bichos que vêm para beber à fonte ordena que se metam na água. Salta-Pocinhas, sabedora disso, arranja novo disfarce e cobre-se de folhas de couve presas com resina ao corpo. Mergulha na fonte sem perigo e ganha de novo a confiança de D. Brutamontes.
6. Cavalinho corre mundo (26/11/1988)
Salta-Pocinhas encontra um potro e, desejosa de comer uns figos que estão perto dos ceifeiros entregues à sua faina, convence o cavalinho a ir pastar ao pé da figueira. Escondida por ele, alcança o seu objetivo e enche a barriga. Os dois amigos caminham juntos mas encontram D. Brutamontes, com quem, entretanto, Salta-Pocinhas já fizera as pazes. D. Brutamontes quer atacar o potro, mas Salta-Pocinhas convence-o de que ele é um professor de dança.
7. A grande batalha (03/12/1988)
Salta-Pocinhas, dizendo que tal é necessário para poder ensinar D. Brutamontes a dançar, ata-lhe a cauda do potro ao pescoço e, bem atado, logo o cavalinho lhe dá um bom par de couces e parte à desfilada arrastando-o. D. Brutamontes consegue soltar-se e chama os seus pares em socorro, apelando por sua vez o potro pelos seus iguais. Trava-se feroz batalha entre os lobos e os cavalos. Salta-Pocinhas afasta-se rindo e vai prevenir o maioral de que os cavalos estão a ser atacados pelos lobos. Homens e cães partem à desfilada e Salta-Pocinhas aproveita para deitar mão ao pato mais gordo que havia na quinta.
8. O casamento da raposeca (10/12/1988)
Passaram-se anos. Salta-Pocinhas casara, mudara de casa, tivera três filhos e acabava de enviuvar, pois seu marido caíra numa armadilha e por lá ficara. Salta-Pocinhas consegue fugir perseguida pelos mastins da quinta. Receosa dos cães, Salta-Pocinhas não sai de casa e, por isso, ela e os filhos passam fome. Mas em breve resolve sair em busca de comida.
9. A fome é negra! (17/12/1988)
Os habitantes da aldeia resolvem emparedar a toca de Salta-Pocinhas e fecham-lhe todas as saídas menos uma, onde é colocada uma armadilha. Pressentindo o perigo, Salta-Pocinhas não se atreve sequer a pôr pé cá fora e tenta abrir novas saídas, escavando sem resultado. Espreitando cautelosamente, vê perto um “Bufo” e resolve aproveitar-se dele. Faz-se de ferida, a morrer, e diz que quer fazer testamento, para o que precisa do Gato Maltês, que é notário. Vem o Gato Maltês e ela convida-o a entrar. Mal este avança, é apanhado pela armadilha, enquanto Salta-Pocinhas e os filhos saem da toca sem qualquer perigo.
10. Salta a pulga na balança (24/12/1988)
Passaram mais uns anos e Salta-Pocinhas já está velha, mas, graças à sua astúcia, lá vai conseguindo alimento suficiente para não morrer de fome. Mas a vida é difícil e, por isso, magra e escanzelada, recorda os tempos em que era nova e a boa comida não lhe faltava.
11. O queijo e a Lua (31/12/1988)
É dia de concerto musical no bosque. Salta-Pocinhas não aparece e a raposa Patafina e outras duas partem à sua procura até à mina de água onde se acoita. Salta-Pocinhas diz-lhes que está com peste e elas, afastadas o mais possível, perguntam-lhe qual a sua última vontade. Pede-lhes Salta-Pocinhas que lhe tragam uma perna de galinha ou um peito de carneiro.
12. A escola da raposeca (07/01/1989)
Abandonada por todos, Salta-Pocinhas sobrevive pelos serviços que presta aos outros bichos. Mas todos troçam dela, até as galinhas e os pássaros. Salta-Pocinhas tem nova ideia e resolve abrir uma escola para ensinar aos raposinhos as suas manhas. Exposto o projeto, este é aceite e até lhe estabelecem uma mesada, começando logo a construir-se a escola. Acaba a construção, há grande festa no dia da inauguração. Salta-Pocinhas inicia o seu curso mas, passados os primeiros dias de entusiasmo, os alunos fazem pouco da “mestra”, em grande chinfrineira. Alertados pelo barulho, uns caçadores que passam perto atacam a escola e só Salta-Pocinhas consegue escapar.
13. O monstro da floresta (14/01/1989)
Vestida de velhota, Salta-Pocinhas aterroriza os bichos da floresta e, fugindo eles com medo, fica-lhes com a caça que transportam. Repetindo o ardil, aparece por toda a parte roubando a comida com que vai enchendo a sua toca. Alarmados, os bichos reúnem-se em assembleia para deliberar sobre o que hão-de fazer para se livrarem do “monstro”. Salta-Pocinhas afirma que, se lhe assegurarem paz e fartura até ao fim dos seus dias, os libertará do flagelo.