O Romance da Raposa

Exibição:
22/10/1988 – 14/01/1989 (RTP 1)

Número de episódios:
13

Baseado na obra homónima de:
Aquilino Ribeiro

Adaptação:
Marcello de Moraes

Diálogos e letras das canções:
Maria Alberta Menéres

Direção de vozes:
Fernanda Figueiredo

Direção musical:
Jorge Machado

Diretor de produção:
Galveias Rodrigues

Realização:
Artur Correia
Ricardo Neto

Laboratórios:
Tobis Portuguesa
Nacional Filmes
Musicorde

Produção:
Topefilme
Telecine

Vozes:
Alina Vaz
António Semedo
Fernanda Figueiredo – Salta-Pocinhas (Raposeta)
Igor Sampayo
João Coelho
Joel Branco – Mestre Vicente (Corvo)
Luís Horta – D. Brutamontes (Lobo)
Maria Manuela

As aventuras da Raposa Raposeta, senhora de muita treta, dos bichos amigos e inimigos. Esperta e ladina, a raposa Salta-Pocinhas ultrapassa todas as dificuldades desde que sai de casa de seus pais até à velhice em paz e conforto…

Salta-Pocinhas

D. Brutamontes

Mestre Vicente

D. Salamurdo

Tio Mariana

Gato-Bravo

Lince

Cavalinho

Pai de Salta-Pocinhas

Mãe de Salta-Pocinhas

Raposão

Raposinhos

1. Saída à aventura (22/10/1988)
Salta-Pocinhas, mandada embora de casa de seus pais por já ser altura de cuidar de si própria, corre esfomeada pelos bosques à procura de comida, sem nada achar. Na sua busca encontra o irmão mais velho, Pé Leve, que a informa de que o Texugo Salamurdo caçou uma pata e que, como é esmoler, talvez lhe dê alguma coisinha. Salta-Pocinhas vai logo à sua procura e vai sucessivamente encontrando a Fuinha, o Gato Bravo e o urso Tio Mariana, a quem pede informações sobre o paradeiro do Salamurdo.


2. Mal de dentes (29/10/1988)
Salta-Pocinhas chega à toca do texugo Salamurdo, que está a dormir. Salta-Pocinhas chama, implora e, por fim, sem resposta, zanga-se, grita, insulta. O texugo Salamurdo acorda mal disposto com a gritaria e tenta apanhá-la, sem sucesso. Resolve então ir queixar-se ao vice-rei do bosque, o lobo D. Brutamontes. Salta-Pocinhas resolve tomar conta da toca e empesta-a com o seu cheiro, partindo depois na peugada do texugo Salamurdo.


3. (05/11/1988)
Salta-Pocinhas, na toca que foi do texugo Salamurdo, é acordada por sua mãe, que a previne de que D. Brutamontes, acusando-a do assassínio de Salamurdo, a condenou à morte. Salta-Pocinhas, abandonada pela mãe, assiste à proclamação da sentença que é lida por Lince a todos os bichos reunidos em assembleia. Tio Mariana é o único que levanta a voz para a defender.


4. O bicho palheiro (12/11/1988)
Sedento de vingança, D. Brutamontes pensa numa forma de apanhar a raposeta. Decide assim montar guarda à única fonte que não secou durante o verão e onde todos os animais vão beber água. Fustigada pelo calor, Salta-Pocinhas não encontra forma de matar a sede. Até que um dia vê um cortiço e tem uma ideia: unta-se com mel e rebola-se na palha, ficando irreconhecível. Vai então beber água e engana o vice-rei, que só descobre o engano quando, no outono, a chuva estraga o disfarce da raposinha.


5. A “morte” do tirano (19/11/1988)
D. Brutamontes põe-se de atalaia e aos bichos que vêm para beber à fonte ordena que se metam na água. Salta-Pocinhas, sabedora disso, arranja novo disfarce e cobre-se de folhas de couve presas com resina ao corpo. Mergulha na fonte sem perigo e ganha de novo a confiança de D. Brutamontes.


6. Cavalinho corre mundo (26/11/1988)
Salta-Pocinhas encontra um potro e, desejosa de comer uns figos que estão perto dos ceifeiros entregues à sua faina, convence o cavalinho a ir pastar ao pé da figueira. Escondida por ele, alcança o seu objetivo e enche a barriga. Os dois amigos caminham juntos mas encontram D. Brutamontes, com quem, entretanto, Salta-Pocinhas já fizera as pazes. D. Brutamontes quer atacar o potro, mas Salta-Pocinhas convence-o de que ele é um professor de dança.


7. A grande batalha (03/12/1988)
Salta-Pocinhas, dizendo que tal é necessário para poder ensinar D. Brutamontes a dançar, ata-lhe a cauda do potro ao pescoço e, bem atado, logo o cavalinho lhe dá um bom par de couces e parte à desfilada arrastando-o. D. Brutamontes consegue soltar-se e chama os seus pares em socorro, apelando por sua vez o potro pelos seus iguais. Trava-se feroz batalha entre os lobos e os cavalos. Salta-Pocinhas afasta-se rindo e vai prevenir o maioral de que os cavalos estão a ser atacados pelos lobos. Homens e cães partem à desfilada e Salta-Pocinhas aproveita para deitar mão ao pato mais gordo que havia na quinta.


8. O casamento da raposeca (10/12/1988)
Passaram-se anos. Salta-Pocinhas casara, mudara de casa, tivera três filhos e acabava de enviuvar, pois seu marido caíra numa armadilha e por lá ficara. Salta-Pocinhas consegue fugir perseguida pelos mastins da quinta. Receosa dos cães, Salta-Pocinhas não sai de casa e, por isso, ela e os filhos passam fome. Mas em breve resolve sair em busca de comida.


9. A fome é negra! (17/12/1988)
Os habitantes da aldeia resolvem emparedar a toca de Salta-Pocinhas e fecham-lhe todas as saídas menos uma, onde é colocada uma armadilha. Pressentindo o perigo, Salta-Pocinhas não se atreve sequer a pôr pé cá fora e tenta abrir novas saídas, escavando sem resultado. Espreitando cautelosamente, vê perto um “Bufo” e resolve aproveitar-se dele. Faz-se de ferida, a morrer, e diz que quer fazer testamento, para o que precisa do Gato Maltês, que é notário. Vem o Gato Maltês e ela convida-o a entrar. Mal este avança, é apanhado pela armadilha, enquanto Salta-Pocinhas e os filhos saem da toca sem qualquer perigo.


10. Salta a pulga na balança (24/12/1988)
Passaram mais uns anos e Salta-Pocinhas já está velha, mas, graças à sua astúcia, lá vai conseguindo alimento suficiente para não morrer de fome. Mas a vida é difícil e, por isso, magra e escanzelada, recorda os tempos em que era nova e a boa comida não lhe faltava.


11. O queijo e a Lua (31/12/1988)
É dia de concerto musical no bosque. Salta-Pocinhas não aparece e a raposa Patafina e outras duas partem à sua procura até à mina de água onde se acoita. Salta-Pocinhas diz-lhes que está com peste e elas, afastadas o mais possível, perguntam-lhe qual a sua última vontade. Pede-lhes Salta-Pocinhas que lhe tragam uma perna de galinha ou um peito de carneiro.


12. A escola da raposeca (07/01/1989)
Abandonada por todos, Salta-Pocinhas sobrevive pelos serviços que presta aos outros bichos. Mas todos troçam dela, até as galinhas e os pássaros. Salta-Pocinhas tem nova ideia e resolve abrir uma escola para ensinar aos raposinhos as suas manhas. Exposto o projeto, este é aceite e até lhe estabelecem uma mesada, começando logo a construir-se a escola. Acaba a construção, há grande festa no dia da inauguração. Salta-Pocinhas inicia o seu curso mas, passados os primeiros dias de entusiasmo, os alunos fazem pouco da “mestra”, em grande chinfrineira. Alertados pelo barulho, uns caçadores que passam perto atacam a escola e só Salta-Pocinhas consegue escapar.


13. O monstro da floresta (14/01/1989)
Vestida de velhota, Salta-Pocinhas aterroriza os bichos da floresta e, fugindo eles com medo, fica-lhes com a caça que transportam. Repetindo o ardil, aparece por toda a parte roubando a comida com que vai enchendo a sua toca. Alarmados, os bichos reúnem-se em assembleia para deliberar sobre o que hão-de fazer para se livrarem do “monstro”. Salta-Pocinhas afirma que, se lhe assegurarem paz e fartura até ao fim dos seus dias, os libertará do flagelo.

Sendo relativamente escassa a produção de animação em Portugal, O Romance da Raposa, com a chancela da Topefilme e da Telecine, acabou por se tornar uma série de referência nesse domínio.

Com diálogos de Maria Alberta Meneres, esta adaptação foi bastante fiel à obra imortal de Aquilino Ribeiro.

O livro é composto por duas partes (A Raposinha e A Comadre), cada uma com 6 capítulos, que na sua maioria têm correspondência exata com os episódios da série. A única exceção foi o capítulo IV da 1.ª parte, dividido em 2 episódios.

A Topefilme foi o primeiro estúdio de animação em Portugal, criado em 1973, quando o acetato e o papel eram reis deste setor. Os fundadores foram Ricardo Neto e Artur Correia, diretores de animação, e Armando Ferreira, diretor de fotografia.

Artur Correia e Ricardo Neto iniciaram a sua parceria na área da animação nos anos 60. Foram distinguidos com diversos prémios em festivais nacionais e internacionais. Antes de O Romance da Raposa, tinham já realizado para a RTP, desde 1979, pequenos filmes de animação que compuseram a série O Ouriço.

O Romance da Raposa foi exibida aos sábados, na RTP 1, por volta das 17:30.

Antecedendo a exibição do último episódio, a RTP repôs, durante a semana (entre os dias 10 e 13/01/1989), os 12 primeiros episódios (em compactos de 3).

A Impala lançou uma coleção de 36 calendários com imagens da série.

Foram também comercializados alguns bonecos em PVC com os principais personagens.

A banda sonora, lançada em LP, continha as 6 canções tocadas na série e as respetivas versões instrumentais.

1. CANÇÃO DO GENÉRICO
2. CANÇÃO DO GENÉRICO (instrumental)
3. CONCERTO DA BICHARADA
4. CONCERTO DA BICHARADA (instrumental)
5. URSO MARIANO
6. URSO MARIANO (instrumental)
1. CANÇÃO DO LOBO
2. CANÇÃO DO LOBO (instrumental)
3. CANÇÃO DOS RAPOSOS
4. CANÇÃO DOS RAPOSOS (instrumental)
5. CANÇÃO DO CORVO
6. CANÇÃO DO CORVO (instrumental)

Em 2009, a Bertrand Editora, também detentora dos direitos da obra original, lançou um livro com o romance em formato de banda desenhada, cuja conceção esteve a cargo de Artur Correia.

Por ocasião do lançamento do livro, o autor foi entrevistado no programa Portugal no Coração.

A série encontra-se disponível para visualização no portal RTP Arquivos.

Partilhar:

O Romance da Raposa