Mário Viegas preside a uma mini-assembleia em que os deputados são crianças. Com idades compreendidas entre os 8 e os 10 anos, discutem opiniões, tiram dúvidas e apresentam soluções para os diversos temas propostos.

Numa época em que a democracia em Portugal está ainda a gatinhar, as crianças fazem, neste espaço, pleno uso da sua liberdade de expressão.

A ideia de Peço a Palavra partiu de Carlos Cruz, na época diretor de programas da RTP.

O programa era gravado no Teatro Villaret. Eram gravados vários programas num só dia, o que para Mário Viegas era deveras cansativo, já que o formato exigia uma grande concentração e capacidade de improviso.

Apenas um programa foi exibido em direto, o do Dia da Árvore.

Em 1990, num especial de aniversário da RTP, Mário Viegas recordou de forma bastante nostálgica a sua participação neste programa.

Foi, de resto, o único trabalho do ator voltado para o público mais jovem: “Nunca mais fui convidado a fazer nada para crianças, na RTP, depois deste enorme êxito de 76/77. Nunca uma destas crianças (centenas) se me dirigiu mais tarde. Um grande desgosto que tenho”.

Mário Viegas ficou mais conhecido na televisão, sobretudo, pelos programas em que declamava poesia, como Palavras Ditas (1984) e Palavras Vivas (1991).

Alguns programas de Peço a Palavra causaram polémica pelos temas abordados e pela forma como as crianças expressavam, sem qualquer censura, os seus pensamentos.

Foi o caso, por exemplo, do programa dedicado ao tabaco, no qual, em resultado de uma votação, os deputados decidiram que as crianças também tinham direito a fumar, tendo sido mostradas imagens de crianças com cigarros.

Já no programa sobre o Dia da Árvore, uma criança afirmou que quem cortava árvores deveria também ter a sua cabeça aberta à machadada…