O centro de ação é a família Cabrita, cujos sonhos, anseios e devaneios são o ponto de partida para as “fantasias musicais” que se sucedem.

Vítimas do problema da habitação, vivem todos num apartamento por cima da garagem que dá sustento à família. Quarto de dormir, só há um. Assim, os mais novos disputam, à noite, um sofá de napa para passar a noite. Todos os dias sonham, claro está, que poderão chegar a ser ricos e passar umas férias – sabe-se lá – em Badajoz…

Em casa, é Cabrita (Armando Cortez) quem dá as sentenças e Berta (Luísa Barbosa) quem trabalha. Na garagem, João (Florbela Queiroz) sonha com um marido e recorda o seu amado Sebastião, que desapareceu no nevoeiro; enquanto isso, Miló (Rosa do Canto) controla os táxis pela rádio. Belarmina (Natalina José) conduz um deles e tem alguns problemas com os fregueses. Ao lado, no cabeleireiro, acontecem as coisas mais insólitas, em parte devido ao facto de Orlando (Júlio César) fingir que é homossexual para agradar as clientes. Enquanto isso, Juvenal (Fernando Mendes) tenta namorar a Alicinha (Paula Cruz).

O membro mais sensato da família – ainda não referido – é o peixinho Peixoto, que estabelece a ligação com o público, fazendo o relato dos acontecimentos.

Cabrita (Armando Cortez)
Desempregado profissional, chefe de uma família de classe média, vítima de um problema de habitação. Como tem todo o tempo livre, dedica-se à leitura de jornais e assimila bastante informação, embora nem sempre da forma mais correta. Diz ser filho de uma marquesa.

Berta (Luísa Barbosa)
Mãe de família, dona de casa e cartomante nas horas vagas.

Belarmina (Natalina José)
Filha mais velha dos Cabrita. Motorista de táxi e mãe solteira.

João (Florbela Queiroz)
Segunda filha do casal. Mecânica de automóveis, ingénua e bastante ignorante.

Miló (Rosa do Canto)
Filha mais nova. É a intelectual da família, pois tem o ciclo preparatório. Faz as contas da garagem e sonha ser fadista.

Orlando (Júlio César)
Primo afastado dos Cabrita, que vive com eles desde a morte da mãe. Gosta da prima Miló e é cabeleireiro de profissão. Para se tornar interessante junto das clientes, finge ser homossexual brasileiro, pedindo que o tratem por Landô.

Juvenal (Fernando Mendes)
Também é cabeleireiro. Foi esquecido lá em casa por uma mãe distraída, pelo que sofre da animosidade de Orlando, que o apelida de “enjeitadinho”.

Alicinha (Paula Cruz)
Filha de Belarmina. É assistente capilar e tem um fraquinho por Juvenal.

Peixoto
Personagem mais pequeno de toda a história. É o peixinho dos Cabrita, que tem algumas intervenções nos diálogos e faz o resumo (do seu ponto de vista) dos episódios anteriores.

1. (23/09/1989)

Convidados:
Lara Li
Banda da Força Aérea
António Calvário

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2. (30/09/1989)

Convidados:
Rui Veloso

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3. (07/10/1989)

Convidados:
Eugénia Melo e Castro
Teresa Maiuko
Raul Indipwo

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4. (14/10/1989)

Convidados:
Karamuru
Nanã Sousa Dias
Carlos Mendes
António Chainho (guitarra)
António Nóbrega (viola)

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5. (21/10/1989)

Convidados:
Marco Paulo
Florência
Carlos Zel
Olívia
Banda de Cavalinho da Sociedade Recreativa e Musical de Carcavelos
Vidal António Marques (viola)
Arménio Coelho de Melo (guitarra)

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6. (28/10/1989)

Convidados:
Dora

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7. (04/11/1989)

Convidados:
António Calvário
Pedro Osório
Artistas do Circo Cardinalli

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8. (11/11/1989)

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9. (18/11/1989)

Convidados:
Ministars
Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras

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10. (25/11/1989)

Convidados:
Cândida Branca Flor

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11. (02/12/1989)

Convidados:
Paco Bandeira

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12. (09/12/1989)

Convidados:
Afonsinhos do Condado
Carlos Guilherme

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13. Especial Natal (24/12/1989)

Convidados:
Afonsinhos do Condado
Cândida Branca Flor
Carlos Guilherme
Carlos Mendes
Carlos Zel
Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras
Dora
Eugénia Melo e Castro
Florência
Karamuru
Lara Li
Marco Paulo
Ministars
Olívia
Paco Bandeira
Raul Indipwo
Rui Veloso
Teresa Maiuko

Inicialmente previsto para integrar a grelha de Verão, Pisca-Pisca teve a sua estreia adiada para setembro.

A equipa de criação reuniu profissionais de renome. Armando Cortez e Rosa Lobato Faria assinaram os textos e diálogos, função que o primeiro acumulou com a interpretação e direção de atores, e a segunda com a autoria das letras das canções. Thilo Krasmann dividiu com Pedro Osório (diretor musical) a autoria das músicas originais. Já Nuno Teixeira foi o responsável pela realização e conceção visual do programa.

A proposta era fazer um programa recreativo diferente, em que os momentos musicais decorressem naturalmente da narrativa, formando um misto de music hall e de comédia.

O elenco foi totalmente herdado da telenovela Passerelle, que a Edipim produzira alguns meses antes.

Antes da estreia, Nuno Teixeira declarou que Pisca-Pisca seria o que de melhor se tinha feito, em Portugal, no ramo do humor. No entanto, o programa foi alvo de algumas críticas, inclusive por parte do elenco.

Florbela Queiroz fez declarações polémicas: “Depois de ter lido os textos, disse que não lhes achava piada. Fui a única a ter coragem para o dizer e acusaram-me de ser mal-educada, complicada e de ter má vontade. Mas esta é a minha opinião. Até agora ainda não li, nem quero ler nenhuma crítica, mas se disserem mal têm toda a razão”.

Apesar das críticas ao texto, a atriz elogiou a realização: “É um bom trabalho de realização do Nuno Teixeira e isso também o disse. E afinal o Nuno foi a pessoa com quem eu me chateei no último dia das gravações. Chegou a mandar-me calar”.

Questionado pela TV Guia se corroborava a opinião de Nuno Teixeira, também Fernando Mendes manifestou uma certa insatisfação: “Ao princípio, não acreditei muito, tal como os meus colegas – mas isso, em mim, também é natural, porque no começo nunca acho graça a nada, tenho que ir assimilando. Acho que é um programa muito bem realizado, mas isso não chega, e penso que falha um bocadinho pelos textos. Mas não é a minha opinião que conta e sim a do público, e na rua as pessoas manifestam pena por não se terem aproveitado os atores cómicos do elenco, e por a história ser muito confusa. Eu só vi os dois primeiros, e o resto tenho gravado, mas ainda não vi, porque tenho ouvido tanta crítica má que nem me apetece.”

Mesmo os textos não tendo sido do agrado geral, foi bastante elogiada a produção dos momentos musicais, não faltando a participação de grandes nomes da música portuguesa.

No último programa, alguns destes artistas reuniram-se com a equipa do programa num teledisco intitulado O Espetáculo.

Merecem ainda destaque o criativo genérico e as canções intituladas Tudo na Maior (subtítulo do programa), que em cada episódio reuniam a família Cabrita cantando uma letra alusiva ao tema central.

Apesar de ter havido um episódio dedicado ao Natal, que foi ao ar ainda em novembro, foi produzido também um especial de Natal, exibido no dia 24/12/1989. Este especial não foi mais do que de um pot-pourri dos melhores momentos musicais do programa, com algumas introduções feitas pelo Pai Natal (Armando Cortez).

O programa encontra-se disponível para visualização no portal RTP Arquivos.