Ricardina descobre que quem lhe escreve lindas cartas de amor é Bernardo e a paixão entre eles torna-se inevitável, opondo-se por isso à vontade do pai, que pretende casá-la com o primo Carlos (Jorge Gonçalves). Contudo, perante a recusa de Ricardina, o Abade, que não suporta a ideia de vê-la apaixonada por Bernardo, manda-a para um convento.
Enquanto isso, Marta rompe o seu noivado com o pedreiro Zeferino, porque o pai, Simeão de Prazins (Carlos Coelho), ganancioso como é, reconhece em José Vilalva um partido melhor para a filha.
Ricardina, entretanto, leva consigo a mãe, D. Clementina (Laura Soveral), para o convento, mas esta, consumida pelo remorso de ter amado em pecado o Abade, tenta provar-lhe que fugir por amor só traz tristezas. Serve-se mesmo da sua própria história para que Ricardina não tenha coragem de se juntar a Bernardo.
Também a paixão de Marta virá a ser contrariada por D. Maria (Linda Silva), mãe de José Dias Vilalva. O namoro dos dois jovens às escondidas acaba por ser descoberto pelo despeitado Zeferino, que usa todas as intrigas para convencer D. Maria Vilalva de que Marta não serve para o seu filho.
É então que D. Clementina morre e Ricardina, deixando de sofrer a influência da mãe, foge com Bernardo, já nessa altura envolvido na política e disposto a fazer parte de uma conspiração.
Marta, por outro lado, vê o pai chegar à conclusão de que José Dias nunca terá autorização para casar-se com ela, sendo por isso forçada a aceitar como marido o seu tio Feliciano (Carlos Gonçalves), rico e recém-regressado do Brasil. Mas José Dias não resiste à dor. Adoece e, contrariado por não poder casar-se com Marta, acaba por morrer. Marta, acabando por ceder ao insistente pedido do pai, casa com o tio.
Quanto ao romance vivido por Ricardina e Bernardo, quando tudo parecia correr bem para ambos, dá-se a revolta dos estudantes em que ele se encontra envolvido. Ricardina fica então entregue aos cuidados dos irmãos de Bernardo, enquanto o Abade, ao tomar conhecimento de que os Monizes também estiveram envolvidos na morte dos lentes, jura vingar-se, sobretudo em Bernardo. Prepara uma emboscada, mandando os seus homens prendê-lo, mas, com exceção de Bernardo, que consegue fugir, todos morrem durante um incêndio que destrói completamente a casa da família Moniz.
Convencida de que Bernardo também morreu, Ricardina foge para Lisboa e dali para o Brasil, onde lhe nasce o filho que esperava. Quinze anos depois, por motivos de saúde, volta a Portugal, fixando-se em Lisboa, para que o seu filho Alexandre (João Baião) possa seguir o curso de Direito.
É por essa altura que o Abade, praticamente abandonado, o Zeferino, ainda louco por Marta, e o major Cristóvão Bezerra, se deixam levar numa farsa montada por dois charlatões.
Os mentores deste “cambalacho” são Veríssimo (Vítor de Sousa), que se faz passar por el-rei D. Miguel, supostamente regressado do exílio em Roma, e o seu cúmplice Torcato Nunes (Carlos Ivo), que se apresenta como Visconde de Gens. Os dois vigaristas recebem dinheiro dos seus partidários, a fim de poderem regressar a Lisboa, onde D. Miguel deveria ocupar o lugar a que tinha direito.
Ao mesmo tempo, Ricardina reencontra a sua sobrinha Matilde (Manuela Marle), que vem a apaixonar-se por Alexandre. Ajudado por Matilde, Alexandre consegue emprego, e ao publicar um anúncio para arranjar um colaborador, quem lhe aparece a responder é precisamente o seu pai, Bernardo Moniz, com o nome falso de Paulo Campos.
A tramoia de Veríssimo é descoberta e o Abade, humilhado pelo que se havia passado com a farsa do pseudo-rei, pede transferência para Roma.
Alexandre, por sua vez, descobre também que Paulo Campos é seu pai e prepara o reencontro com Ricardina.
A história, no entanto, só acaba quando Ricardina e Bernardo, finalmente juntos, vão à aldeia para se vingarem do Abade e de tudo quanto ele lhes tinha feito. Mas, ao verem a casa fechada, partem dali em busca de uma nova vida. A tragédia, crêem eles, ficará para sempre sepultada naquela velha aldeia.