Com a missão de preencher o espaço deixado por Estúdio 4 nos finais de tarde da RTP, Tempos Modernos apresentou-se tendo como proposta promover debates e dar informações sobre diversos acontecimentos do mundo da cultura e do espetáculo.

Fazendo uso de uma estrutura leve e de um registo informal, procurou fugir ao formato do programa de Luís Pereira de Sousa e dos magazines em geral: não se subdividia em rubricas ou temas; não havia lugar a concursos ou passatempos, nem a presença de espectadores em estúdio.

A agenda era preenchida com entrevistas a profissionais das mais diversas áreas, entremeadas com música e um roteiro de espetáculos.

Ao longo de 3 meses de programas, foram recebidos cerca de 150 convidados e mais de 50 artistas, não só gente conhecida como também alguns aspirantes. Foi o caso de Rita Guerra, que fez em Tempos Modernos a sua primeira aparição em televisão, ainda antes de gravar o primeiro álbum.

No último programa, o convidado foi Mário Figueiredo, na qualidade de apresentador de Lugar de Encontro, o programa que viria a ocupar o mesmo estúdio e o mesmo horário de Tempos Modernos, cerca de um mês depois.

Pedro Rolo Duarte era já um rosto conhecido dos telespectadores. Para além de colaborações em programas como Vivamúsica, entre 1987 e 1988 conduzira o Programa das Festas.

Já Ana do Carmo estreara-se poucos meses antes, na apresentação do Prémio Nacional de Música, realizado na Figueira da Foz. Saiu-se tão bem em Tempos Modernos que foi considerada pela TV Guia uma das revelações de 1988. No ano seguinte, vimo-la pela primeira vez a apresentar os Jogos Sem Fronteiras, que lhe viriam a conferir uma maior notoriedade junto do público.