Toto-Sorteio

Exibição:
14/09/1992 – 15/07/1994 (RTP 1)

O concurso consiste no sorteio de um número de série, ao qual corresponde uma matriz do Totoloto ou do Totobola.

O montante do prémio que cabe a cada matriz é determinado pelo número de apostas ali inscritas, sendo de 50 mil escudos o valor do prémio por aposta.

O detentor da referida matriz tem de ligar para reclamar o seu prémio no prazo de 90 minutos.

Entre as 19 e as 23 horas, sem horário previamente marcado, são realizados três ou quatro sorteios por noite.

O sorteio é feito, naturalmente, na presença do famigerado júri do Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

À semelhança do Publionário, surgido na mesma altura, esta era mais uma forma de a RTP fazer frente ao aparecimento dos canais privados.

Toto-Sorteio foi oficializado não como um jogo a dinheiro, mas sim como um concurso de promoção de vendas. O contrato entre a RTP e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa era de permuta publicitária: a Santa Casa visava aumentar o número de apostadores do Totoloto e Totobola, enquanto a RTP procurava captar e fixar um maior número de telespectadores do Canal 1. Foi questionada a legalidade deste mecanismo, por se considerar que promovia uma concorrência desleal às televisões privadas.

No entanto, a SIC resolveu o problema informando os seus telespectadores dos resultados dos sorteios, através da inserção de legendas nos programas que transmitia.

A apresentação, rotativa, estava a cargo das locutoras da RTP.

Susana Santos
Cristina Lebre

Helena Ramos, uma das apresentadoras mais assíduas, manifestou algum desagrado em relação a este trabalho, pois não se sentia realizada a tirar bolas para oferecer dinheiro: “Sinto que tenho de fazer o que a ‘casa’ me manda, embora pense que apresentar o Toto-Sorteio é um trabalho para principiantes, e tenho muita pena, de facto, que o José Eduardo Moniz me tenha mandado fazer aquilo”.

Helena Ramos

Ganhar o prémio do Toto-Sorteio implicava passar quatro horas defronte do televisor, o que gerou alguma revolta entre os telespectadores, que se sentiam manipulados.

Apesar do prémio aliciante, que era em média de 650 contos, o certo é que, como deu nota um artigo da TV 7 Dias, quase metade dos montantes sorteados não era reclamada.

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