Luís Arruda (Nicolau Breyner) é um emigrante português que, como muitos compatriotas, um dia decidiu fazer a trouxa e abalar para fora do País, à procura da sorte e da fortuna. No Brasil, para onde cedo embarcou, acabou por reunir uma incalculável fortuna, grande parte dela conseguida à custa de negócios com os países de expressão portuguesa.
Quando resolve voltar a Portugal, Luís Arruda vem decidido a criar uma fundação no Norte do País, que visa divulgar ao Mundo as culturas que a Língua Portuguesa representa. E, para isso, abre um concurso público que irá agitar o mundo da construção civil.
Em competição cerrada pela adjudicação das obras da Fundação Arruda estão duas empresas do ramo: a Queiroz e a Paisagem. E é esta luta, que envolve muitos milhares de contos, que leva os empresários a envolverem-se numa complicada teia de influências e corrupção.
Luís Arruda – um empresário das arábias, umas vezes terno e apaixonado, outras capaz de deitar tudo a perder, com as mais inesperadas guerras e tramas entre interesses diferentes que gravitam em seu redor – tem um passo cheio de “más ações” que, agora, começam a ser exploradas.
Joel (Morais e Castro), um antigo mestre de pescas, agora alcoólico, conheceu o magnata português no Brasil há já uns anos e jura que sabe de alguns dos “podres” de Luís Arruda. Estes conhecimentos passam a ser disputados por diversas pessoas e, quando se dispõe a contar toda a verdade, é raptado.
Entretanto, o empresário português revive a sua velha paixão por Maria Franco (Ana Zanatti), atual esposa do arquiteto Franco (Filipe Ferrer), dono da empresa Paisagem. Tudo se irá complicar com a chegada a Portugal de Simone (Betty Faria), mulher de Luís, que lhe interpôs uma ação de divórcio. Ela vem em representação de um importante consórcio de empresas de construção civil que pretende concorrer às obras da fundação.
Perante a perspetiva de mais um concorrente, a Queiroz e a Paisagem decidem unir esforços e concorrer conjuntamente. Luís Arruda vê-se igualmente obrigado a afastar-se de Maria, face à chegada da mulher e para não prejudicar a ação de divórcio que corre nos tribunais brasileiros.
Contudo, quando o casal chega a um acordo, o divórcio pela empreitada da fundação, o empresário descobre que tem um filho de Maria, fruto da antiga relação. Perante este facto, Luís Arruda resolve assumir a relação com Maria e a existência do filho, o que vai provocar um enorme escândalo.
Mais tarde, quando se dá conta das manobras que se desenvolvem nos bastidores do concurso, Arruda considera a hipótese de o anular e proceder ele mesmo à construção da fundação. Só que os seus planos são subitamente interrompidos por uma tentativa de assassínio, que o deixa em estado de coma.
A partir de então, Alice (Maria João Luís), advogada e filha do magnata português, vai encetar investigações que a levarão à descoberta dos culpados e, paralelamente, revisitar o passado do pai.
Paralelamente à história principal, desenvolve-se uma outra. O cenário é uma zona piscatória nos arredores de Lisboa e envolve Mónica (Rita Loureiro), filha do engenheiro Queiroz (Rui Mendes), e Zé Castro (Manuel Wiborg), filho de uma humilde viúva que faz comida para fora e sofre de insuficiência renal. Entre os dois nasce uma profunda relação sentimental, só que o romance é sistematicamente boicotado, de forma cínica, por Queiroz. E Mónica, que tem uma enorme adoração pelo pai, não se apercebe disso.
Zé Castro, por seu lado, não consegue resistir aos encantos da sociedade de consumo e, pressionado pela necessidade de se fazer valer em casa, vê-se obrigado a enveredar pelos tortuosos caminhos da criminalidade. Acaba por ir parar à prisão, facto que o modificará profundamente. Mais tarde, Mónica retomará esta sua grande paixão e, contra tudo e todos, resolve assumi-la publicamente.